As crianças do Ateliê tiveram uma experiência especial na Oficina de Jogos e Brincadeiras: conheceram o Yoté, um jogo de origem africana que é simples e cheio de estratégia.
Descobrimos juntos que, em muitos lugares da África, o Yoté é jogado com gravetos e pedrinhas, e o tabuleiro é desenhado diretamente no chão. As crianças se encantaram com essa forma engenhosa de brincar e logo quiseram experimentar também.
Usando fita crepe, criaram juntas um tabuleiro de grande proporção no chão. Em seguida jogaram algumas partidas, trocando ideias, explorando novas possibilidades e construindo conhecimento de forma leve e colaborativa.
Depois de aprender as regras e jogar, tivemos a oportunidade de registrar essa vivência através da arte, criando desenhos e representações do jogo com muita imaginação. Foram momentos de descobertas, trocas e diversão.
Em 29 de abril é comemorado o Dia Internacional da Dança, para homenagear e promover esta manifestação artística tão antiga pelo mundo.
A data, criada em 1982 pelo Comitê Internacional de Dança da Unesco, foi escolhida por ser o dia do nascimento do bailarino e coreógrafo francês Jean-Georges Noverre, que deixou como contribuição para essa arte a obra Letters sur la Danse (“Cartas sobre a Dança”).
As turmas da Memória e do Samba comemoraram a data dançando na praça do Largo dos Leões. Após aquecer o corpo, com fitas coloridas, de forma lúdica exploraram diferentes possibilidades de movimento alternando velocidade, fluxo, peso e direções.
É uma coisa que a gente estuda!
É um tema da escola que todo ano muda!
É quando a gente se junta com a turma para pesquisar!
Essa conversa trouxe significado para o que estamos construindo nas F1: um projeto!
Nossos caminhos foram se definindo, trazendo o samba como arte e buscando suas raízes e memórias ao longo da história. Tia Ciata, Heitor dos Prazeres, João da Baiana, Donga e Clementina de Jesus são alguns bambas que estão nos ajudando a conhecer o nascimento desse gênero musical que traz em sua essência a cultura africana presente no nosso país.
Desvendar a história desses personagens importantes na nossa cultura tem sido rico e instigante. Materiais e visitas que possam contribuir com as pesquisas são muito bem-vindos.
A Turma da Memória recebeu a visita da Natasha Llerena, cantora, compositora e mãe da querida amiga Clara.
Ao conhecer as histórias dos orixás, festejados nos quintais de Tia Ciata, Clarinha contou para a turma que sua mãe conhecia muitas músicas sobre eles. Natasha aceitou nosso convite e, acompanhada de seu violão e tambor, cantou e emocionou todos nós.
A força da natureza presente em cada orixá e suas características foram cantadas ora com força e intensidade, ora com calma e doçura. Iansã, Oxum e Iemanjá foram homenageadas em lindas canções.
As crianças cantaram um pequeno trecho da música “Cordeiro de Nanã” com a nossa convidada e finalizamos o encontro com “Mamãe Oxum” num lindo coro da turma.
Obrigada Natasha pelo encontro e por deixar nossa tarde mais linda com essa visita musical.
A viagem das F2 pela cultura brasileira começou, e o primeiro destino não poderia ser outro: o Rio de Janeiro!
O bairro escolhido para a visita foi Santa Teresa, um lugar que guarda a memória da construção da cidade em seus antigos casarões e ladeiras, ao mesmo tempo em que pulsa com arte e cultura por todos os cantos. Santa, como é carinhosamente chamado, abriga inúmeros ateliês, centros culturais, museus, bares e restaurantes, sendo também um dos pontos preferidos dos turistas.
Além disso, o bairro conta com dois ícones da identidade carioca: o bondinho e a Escadaria Selarón, verdadeiras obras de arte a céu aberto. As crianças subiram a famosa escadaria criada pelo artista chileno Jorge Selarón como uma homenagem ao povo brasileiro. Observaram atentamente a organização dos mais de 2.000 azulejos que revestem os degraus, vindos de diversos países. Analisaram as cores predominantes, os desenhos curiosos, as bandeiras de nações, escudos de times, retratos de artistas e frases emblemáticas. Estimaram o número de degraus, admiraram a criatividade do artista e se encantaram com o intenso movimento de turistas que circulam por ali, tornando o local um verdadeiro ponto de encontro de culturas do mundo inteiro.
Visitaram o ateliê Bonzolândia, um espaço mágico criado pelo artista Getúlio Damado, conhecido por transformar materiais reciclados em arte. Lá, bonecos coloridos, figuras irreverentes e os famosos bondes de madeira ganham vida, retratando com humor e afeto cenas do cotidiano carioca. O ambiente é um convite à imaginação e à sustentabilidade, com cada canto repleto de personagens e objetos que parecem contar histórias.
Aproveitaram o lanche nos jardins do Museu Chácara do Céu, de onde contemplaram uma das vistas mais bonitas da cidade, com o Pão de Açúcar e a Baía de Guanabara ao fundo.
Antes de retornar, ainda fizeram uma parada especial no muro da rua Paschoal Carlos Magno, onde está o mural coletivo de bondinhos de azulejo, criado por artistas do mundo inteiro, uma iniciativa da artista Andrea Aires Imbiriba que celebra a importância simbólica e afetiva do bonde de Santa Teresa.
Foi um passeio cheio de descobertas, encantamento e muita alegria. As crianças voltaram inspiradas, e já pediram para repetir a experiência — da próxima vez, embarcando no próprio bondinho!
O Rio de Janeiro continua lindo!
Após assistirem a alguns vídeos da Cia Pequod, uma das mais destacadas companhias de teatro de bonecos do país, com um grande repertório, as turmas estão experimentando o desafio de juntas manipularem o mesmo boneco, dividindo assim as funções dos movimentos corporais e vocais.
O teatro de bonecos é uma forma de arte popular em muitas regiões, com tradições únicas e expressões culturais. O maior desafio é aceitar que todos precisam estar conectados no mesmo objetivo, e que nem sempre é possível fazer a sua vontade prevalecer. Saber ceder e aceitar a proposta do outro é fundamental para que a magia do teatro aconteça e o boneco ganhe vida.
Após as crianças aprenderem e consolidarem as cinco notas iniciais na flauta — sol, lá, si, dó e ré — é hora de aprender novas notas.
As notas mi e dó sustenido farão parte da música que será tocada pelas crianças na Mostra de Artes, dia 14 de junho: “Caminhando para o mar” foi composta especialmente para integrar a peça O guardião de memórias.
Durante o processo de aprendizado da flauta doce, as crianças estão sendo apresentadas à notação musical formal e já conseguem identificar a posição de algumas notas no pentagrama. As músicas estão sendo estudadas em partituras, para que as crianças possam criar maior familiaridade com os elementos por escrito.
O terceiro ano iniciou uma conversa sobre arte figurativa e arte abstrata.
Eles foram desafiados a construir uma pintura com imagens abstratas utilizando recortes de papelão em espessuras distintas e aguando-os com guache para formarem blocos de cor. Em seguida, com a ajuda de agulha e linha, foram bordados desenhos livres e fluidos.
Foi interessante observar o trabalho desenvolvido em dois momentos, o que fez com que os pequenos encontrassem mais foco. Como para execução desse trabalho foi necessária uma ajuda quase que individual, as turmas iniciaram um processo paralelo, tecendo uma trama com lã colorida e um palito de sorvete como “agulha” sobre um tear feito de papelão.
Foram semanas de muito trabalho!
As F3 receberam a visita da artista plástica Renata Abreu, mãe da Alice (F3A), que conversou com as crianças sobre os temas arte, memória e criatividade.
Renata apresentou a obra do renomado artista Henri Matisse, conhecido por suas colagens coloridas e formas orgânicas. A leitura do livro O Jardim da infância de Matisse, de Caulos, inspirou uma atividade prática: a criação de um jardim de memórias, utilizando a técnica de recorte que Matisse tanto explorou.
Cada criança foi convidada a transformar uma memória afetiva em formas abstratas, brincando com cores e composições livres. Os recortes individuais se uniram em uma grande colagem coletiva, em que o desafio foi criar sem desenhos prévios, apenas com formas e cores, estimulando a expressão artística e a imaginação.
Esse jardim foi exposto em um mural no corredor da escola, para que todos possam contemplar a composição, que entrelaça arte e memória.
As F4 fizeram uma visita muito especial a um importante centro de memória da cidade: o Museu do Samba, localizado no coração da Mangueira, na zona norte do Rio de Janeiro.
O espaço, repleto de história, guarda obras e ambientes dedicados à preservação e valorização do samba como expressão cultural, social e política. Durante a visita, as turmas foram guiadas por profissionais atenciosas, que enriqueceram a experiência ao compartilhar curiosidades e histórias marcantes, acompanhando o olhar curioso e atento das crianças.
Nomes como Cartola, Dona Zica, Clementina de Jesus, Tia Ciata e Monarco ganharam vida por meio de fotografias, composições, objetos e relatos que revelam a importância dessas figuras na construção da história do samba.
Mais do que um gênero musical, o samba foi apresentado como uma experiência de vida, uma manifestação que atravessa gerações, ocupa a cidade e traduz modos de existir e resistir. Como disse Candeia, “o samba é um estilo de vida”. E foi com essa ideia que circulamos pelos espaços, entre salas, músicas e exposições que revelavam também a história da cidade, seus bairros e sua diversidade cultural.
Houve momentos de pura alegria: experimentar fantasias, dançar e curtir sambas embalados pela energia de Amanda, uma das guias, que trouxe à tona o verdadeiro Axé do samba e contagiou a todos.
A saída de campo também proporcionou uma rica observação das diferenças entre as zonas sul e norte do Rio. Ao longo do trajeto, observamos os contrastes nas construções, os meios de transporte e a organização dos espaços urbanos.
Foram tardes de vivências potentes, cheias de música, história e reflexão – com o coração batucando no ritmo do samba!
As turmas do quinto ano finalizaram as máscaras modeladas em papelão pintando-as com guache. Inspiradas pelos grafismos africanos e indígenas, as pinturas foram tomando formas divertidas e autorais.
Com o projeto da trama avançando, iniciamos uma conversa sobre materiais que são usados em trabalhos artísticos, e o carvão foi um deles. Como referência, foi feita uma breve apreciação do artista plástico sul-africano William Kentridge. Com uma obra vasta e bem diversificada, o uso do carvão é uma escolha recorrente, além de seus retratos e autorretratos.
Usando as fotos do caródromo, os alunos iniciaram um estudo das linhas do rosto com o auxílio do papel vegetal. Num segundo momento, esses desenhos serão finalizados com carvão, procurando destacar luz e sombra nas imagens.