Cultura Popular

Ateliê F1

Os brincantes de Boi quando reunidos formam o Batalhão. O Boi pode assumir forma de cortejo, de roda brincante, mas também é um auto popular, com cenas improváveis de seus personagens interagindo diretamente com o público. Esse brincante, além de dançar, tocar, cantar, ainda performa. Tudo isso ao mesmo tempo.

Experimentamos a movimentação, que primeiramente é feita em roda, girando dois tempos para um lado, dois tempos para o outro, com um chutezinho pra cada lado, enquanto tocávamos duas baquetas como se fossem as matracas, tacos de madeira usados como instrumentos.

Aprendemos também o toque de marcação do tambor como um surdo reforçando o caráter binário do ritmo. Porém, para cada um existe uma subdivisão do ritmo em três. Dessa forma, dizemos que o Boi é um binário composto, 6/8. A organicidade é a tônica desse ritmo. Em vídeo observamos outros instrumentos, como o tambor-onça, espécie de cuicão grave.

O Boi enquanto brincadeira possui um ciclo anual de nascimento e morte. Batizado e reconstrução. Dessa forma, estamos construindo o nosso próprio Boi. Escolhemos materiais duráveis para aproveitarmos a estrutura por um bom tempo. Na verdade, os grupos de Boi acrescentam ou refazem toda a parte do couro do Boi, ou seja, o veludo bordado em canutilhos que formam imagens e é uma verdadeira obra-prima em termos de arte.

O resultado? Quem sabe ele estará brincando com todos no nosso arraial deste ano?

Luz, Som e Construção

Ateliê Fund. I

Na Oficina de Construção, exploramos como o som e a luz podem se transformar em arte. Utilizando um gerador de frequências, um alto-falante e um espelho, criamos um experimento em que as ondas sonoras faziam o espelho vibrar, e um feixe de laser transformava esse movimento em imagens projetadas no quadro.

As crianças ficaram surpresas ao ver como diferentes frequências criam padrões únicos, misturando som e luz. 

Seguiremos construindo e testando esse experimento com novas variações, para observar como as vibrações podem ser “desenhadas” com luz.

 

Criando Trilhas 

F1

Os jogos fazem parte da rotina das turmas de primeiro ano e, além de estimular o raciocínio lógico, trazem desafios interessantes, que ajudam no reconhecimento dos números, na ampliação do campo numérico e na percepção das regularidades do nosso sistema de contagem.  

O Jogo de Trilha fez sucesso entre as turmas. Inicialmente, brincaram com trilhas feitas por turmas de anos anteriores e depois  experimentaram elaborar uma pequena trilha no caderno, pensando na estrutura do jogo e escolhendo um tema livre. 

Em breve, prepararemos coletivamente uma trilha sobre a temática do projeto, criando obstáculos e avanços com situações relacionadas às nossas pesquisas.

Ortografia

F2 – Projeto

O trabalho de ortografia nas F2 tem como suporte a cruzadinha. A própria estrutura dessa atividade, com palavras que se entrelaçam na horizontal e na vertical, estimula as crianças a prestarem atenção aos detalhes da escrita, como o uso de C, QU, Ç, SS, RR, entre outros. Ao brincarem com a cruzadinha, elas se divertem enquanto refletem sobre a forma correta de escrever.

A sistematização dessas reflexões é feita no caderno de Língua, onde ficam registradas as descobertas e discussões realizadas em sala.

As crianças são incentivadas a pensar sobre os sons e letras que, por vezes, causam confusão na escrita. Nessa etapa da aprendizagem, é comum que escrevam como falam, e as atividades propostas ajudam a evidenciar as diferenças entre a linguagem oral e a escrita.

Entre Fios e Formas

F3 – Dança

A partir do tema do projeto de pesquisa das turmas de F3, que explora os diferentes tecidos, iniciamos nas aulas de Dança uma pesquisa corporal com fios elásticos. Começamos explorando esse elemento, suas possibilidades e as formas de manipulá-lo. As crianças o esticaram, usaram diferentes partes do corpo para segurá-lo e formaram diversas figuras. Ocuparam o espaço de maneiras variadas e brincaram com composições coletivas e formas geométricas.

A partir desse processo, começamos a montar uma cena coreografada que fará parte da peça O Guardador de Memórias e será apresentada pelas turmas na Mostra de Artes. Nossos corpos, entre fios e desenhos, ajudam a contar essa parte da história.

Monstrengos

F3 – Projeto

Após conhecermos o autor Ricardo Azevedo e explorarmos alguns dos gêneros apresentados em seu livro Cultura da Terra, as  F3 mergulharam nos “monstrengos” retratados na obra.

Esses seres despertaram grande curiosidade nas crianças e, a partir deles, iniciamos uma série de investigações sobre nossa língua. Em grupos, as crianças leram sobre os monstrengos de cada região do Brasil e elegeram seus favoritos.

Em seguida, conversamos sobre as características do texto: destacamos as escolhas de pontuação e seus efeitos, além de refletirmos sobre as possíveis intenções do autor. Inspiradas por essa análise, as crianças partiram para a criação de seus próprios seres mágicos. Durante a revisão, discutimos quais aspectos eram essenciais para aprimorar os textos e, em duplas, os alunos colaboraram nesse processo.

Também conhecemos outra obra sobre o tema: Bestiário brasileiro: Monstros, visagens e assombrações, do historiador Luiz Antonio Simas.

As crianças ainda estão imersas na produção de seus textos, que terão desdobramentos ainda mais significativos e divertidos. Toda a comunidade escolar poderá conferir o resultado desse trabalho em nossa Feira Literária, no próximo semestre!

Aguardem!

Cadê o Candeeiro de Vovó?

F4 – Música

Nas aulas de Música do quarto ano, as crianças têm pesquisado a sonoridade da roda de samba. Numa dinâmica de prática de conjunto em formato de roda, experimentaram o surdo, o tantã, o agogô, o pandeiro, o tamborim e o ganzá.

A partir do contato com os timbres, a técnica e a função desses instrumentos, escolhemos um samba que dialogasse com o tema do projeto deste ano. A música escolhida foi Candeeiro de vovó, de Dona Ivone Lara.

As crianças conheceram um pouco da história dessa sambista e refletiram sobre a importância da ancestralidade e da memória dentro do Samba.

Após essa preparação, começamos o nosso arranjo de Candeeiro de Vovó, buscando aplicar o que vivenciamos.

Investigando o Som

F4 – Projeto

As F4 mergulharam em uma instigante investigação sobre o som, elemento essencial na construção do samba e de tantas outras expressões artísticas. Partindo da proposta do Projeto, que tem o samba como eixo central, as crianças foram convidadas a perceber o som não apenas pelos instrumentos e intérpretes, mas como fenômeno presente em toda parte.

A investigação começou em casa: as crianças foram convidadas a ouvir atentamente o mundo ao seu redor, sons naturais ou não, e a registrá-los com palavras. No dia seguinte, a sala se encheu de onomatopeias, curiosidades e descobertas: afinal, que sons eram aqueles? De onde vinham? Como se produziam?

A partir daí, as turmas refletiram sobre o som como fenômeno físico, entendendo conceitos como vibração, intensidade e frequência. A escuta de sons graves e agudos, somada às perguntas e hipóteses das crianças, rendeu boas conversas e até uma tentativa de definir, com as próprias palavras, o que é som.

A experiência culminou na criação de “desenhos sonoros”, representações visuais do som a partir da ideia de vibração e movimento. Essa ponte entre arte e ciência despertou conexões com artistas como Doug Aitken e Anish Kapoor, que também exploram o som como forma e expressão.

Os resultados dessas descobertas e produções podem ser apreciados nos cadernos de Projeto.

Pout-Pourri

F4 e F5 – Coral

Iniciamos a música que fechará o repertório para a Mostra de Artes e que contempla a pesquisa que move as F4: o samba.

Diante da dificuldade de selecionar apenas um tema dentro do subgênero “samba de enredo”, optamos por fazer um pequeno pout-pourri. Entre tantos que marcaram o sambódromo, os nossos corações e a cultura sambista, selecionamos três para compor essa colcha de retalhos. São eles: É Hoje (da escola União da Ilha, de 1982); Bum Bum, Paticumbum Prugurundum (da Império Serrano, de 1982) e Kizomba, Festa da Raça (da Vila Isabel, de 1988). Os trechos trazem sínteses relevantes que contam, de certa forma, a história do samba.

Nesses trechos são narradas tanto as duras lutas do povo negro quanto a alegria que serve de combustível para a resistência cultural da população afro-diaspórica. Além disso, citamos a curiosa onomatopeia que indica uma mudança ritmica fundamental da história do samba carioca, que o diferenciou daquele que existia antes nos terreiros das casas das tias baianas. Esse “suingue cantado”, ‘”Bum bum Paticumbum Prugurundum”, foi uma onomatopeia criada por Ismael Silva (também fundador da primeira escola de samba no bairro do Estácio de Sá) para demonstrar o som do surdo marcando uma nova cadência ritmica do samba que surgiu em fins da década de 1920, e que também se diferenciava quanto às origens (o primeiro da Bahia e o segundo do Rio) e aos personagens-símbolo (o primeiro, o bamba, e o segundo, o malandro).

Reflexões Sobre a Divisão

F5 – Matemática

Depois de trabalharmos as operações inversas de adição e subtração, chegou a hora de compreender a relação entre os termos da divisão e da multiplicação. Esse é um caminho para que as crianças alcancem maior clareza e plasticidade de pensamento matemático, compreendendo as possibilidades e a função que cada termo exerce dentro da operação.

“O dividendo é o que será dividido. Dentro dele, temos o divisor vezes o quociente mais o resto.”

“O divisor é em quantas partes eu vou dividir uma quantidade (dividendo).”

“O quociente é quanto cada um ganhará.”

“O maior resto possível numa divisão será sempre o antecessor do divisor, porque se o resto for igual ao divisor, ainda dá para dividir por ele”.

“Se o dividendo for ímpar e o divisor for 2, sempre vai sobrar um, porque 2 é par. Daí, para ter resto zero, por exemplo em 235÷2, ou eu tiro uma unidade do dividendo ou acrescento. Teremos 234 ou 236, que é par e dá para dividir por 2.”

Essas observações abriram portas para a discussão dos critérios de divisibilidade e dos divisores possíveis de um determinado número natural, o que permite o uso do algoritmo nesta operação de forma mais segura e compreensível.

Gromelô

F5 – Teatro

Com as F5 estamos desenvolvendo a consciência corporal necessária para se fazer uma boa cena. A arte teatral tem várias camadas. Muitas vezes nos apegamos ao texto como se ele fosse a coisa mais importante, mas o texto é apenas uma das camadas necessárias para a construção de uma peça.

A expressão e a linguagem corporal são tão importantes quanto a fala. Às vezes o personagem pode falar uma coisa e não ser verdade.

Com as F5 estamos fazendo exercícios e dinâmicas teatrais como o Gromelô, para destacar e observar a linguagem corporal e as intenções e estados emocionais da fala, como ritmo e volume.

O Gromelô é um idioma inventado a partir das mistura de sons onomatopeicos. Esse recurso ajuda a destacar a expressão corporal e vocal de uma cena na qual é utilizada. É uma linguagem diferente para se comunicar e ser compreendido. As crianças se divertem bastante e vão descobrindo o tempo do humor nas suas criações à base do improviso.

Verb To Be em Movimento

F5 – Inglês

As F5 aprofundaram seus conhecimentos sobre o verbo “to be”, de forma divertida e participativa, através de jogos, brincadeiras e atividades criativas e manuais, como os crafts. As crianças reconheceram as diferentes funções do “to be”, em suas formas afirmativa, negativa e interrogativa, na construção de frases simples, apresentações pessoais e descrições, até a formação de outros tempos verbais.

Também realizamos atividades práticas no caderno e jogos online coletivos. A oralidade foi trabalhada por meio de short dialogs, culminando no momento especial chamado “Song Time”, em que as turmas soltaram a voz cantando uma música totalmente em inglês.

Diversas habilidades têm sido trabalhadas ao longo do último mês, colocando em prática a fala, a escuta, a leitura, a escrita e, o mais importante, a confiança no uso e no aprendizado da língua.