Bumba-Meu-Boi, Mineiro-Pau e Maculelê

Ateliê F1

Neste segundo semestre estamos mergulhando mais fundo na diversidade do Bumba-Meu-Boi no Brasil. Olhando mais para perto da gente, encontramos o Boi Pintadinho, nome dado ao nosso boi fluminense, do estado do Rio de Janeiro. Trata-se de um tesouro cultural e uma festa que agrega outras tradições, como o Mineiro-Pau.

Os personagens Boi, Burrinha, Jaraguá (aqui Jaguará) e Maricota (boneca gigante) brincam no centro da roda, cercada pelo povo brincando de Mineiro-Pau. Nosso foco é aprender a manusear os cabos de vassoura que marcam o primeiro tempo no chão e são percutidos em duplas com várias sequências de movimentos distintas. Criamos assim uma brincadeira, um jogo rítmico corporal com dança e percussão que, assim como o Maculelê, lembra também uma luta.

Essa tradição veio do norte passando por Minas Gerais, e deriva do Pau dos Temerosos, Reis de Cacetes, Maculelê e o Mineiro-Pau. Todos esses utilizam paus ou bastões menores, e não estão inseridos no contexto da brincadeira de Boi como aqui no nosso estado.

Estamos com toda paciência pegando o jeito, pois temos que zelar para que o movimento fique seguro e as crianças possam brincar com responsabilidade com o corpo do amigo e seu próprio corpo. Pura diversão e desafio.

 

Composteira

Ateliê – Oficina de Construção

Começamos a produzir, na Oficina de Construção, material sobre a composteira. Retornamos a essa etapa porque, após a sua construção em 2024, precisávamos retirar o resíduo que agora já estava transformado em composto, selá-lo e fazer a análise do seu estado.

Trabalhando em equipe, as turmas espalharam o material sobre uma lona e observaram o que havia ali. Retornaram as minhocas para a composteira, pois queremos que elas continuem fazendo o seu trabalho, e deixamos esse composto para secagem. 

Após uma semana, com o material já mais seco, começamos a etapa de triturá-lo e peneirá-lo para fazer o armazenamento adequado. Nossa ideia é, a partir de agora, dar uso a esse material e transformar a composteira em um projeto da escola toda, e não mais somente do Ateliê.

Na última semana, conhecemos o trabalho de Ana Primavesi, pioneira no estudo sobre agrofloresta. Assistimos à sua animação A vida do solo (1963-1968), na qual entendemos o papel de cada um dos microrganismos, dos íons e da microfauna que existe no solo.

Com esse estudo, poderemos construir um sistema de canteiros autoirrigáveis, garantindo a sobrevivência dos vegetais durante as férias escolares e o crescimento de algumas culturas que selecionaremos para, de forma orgânica, podermos nos alimentar.

Memória e Música

F1 – Música

Nosso retorno ao segundo semestre foi marcado pelo desafio musical da canção acumulativa A Velha a Fiar.

Trata-se de uma atividade de sensibilização que destaca a importância da memória no fazer e na aprendizagem musical. A música, que começa de forma simples, ganha complexidade a cada repetição: a letra vai sendo ampliada, iniciando com a mosca que faz mal à velha que fiava. É, talvez, o próprio “fio da memória” sendo tecido em forma de canção.

Assistimos ao curta-metragem A Velha a Fiar, produzido por Humberto Mauro em 1964 e interpretado pelo Trio Irakitan — considerado um dos primeiros videoclipes musicais da história do Brasil. Haja memória!

Retomamos também nossa prática instrumental com o samba. Em razão da Mostra de Artes, registramos alguns dos sambas mais cantados pelas crianças. Foi incrível observar como as turmas se apropriaram desse repertório, interpretando com emoção e sentimento canções como Maracangalha e Alvorada. Vale conferir os registros na Mostra!

Pares de 10

F1

As F1 conheceram o livro O Sonho de Dam Dam e do Senhor Gom Gom, de Ji yun Shin.

Para evitar que o lobo Gom Gom devore suas ovelhas, Dam Dam cria maneiras de enganá-lo. Sua estratégia é separar suas dez ovelhas em dois grupos diferentes, para confundir o lobo. 

Depois de conhecer essa história com desfecho surpreendente, as crianças usaram tampinhas para experimentar, como Dam Dam, maneiras de formar o dez, e fizeram registros no caderno.

Na sequência conheceram o Jogo do Palpite e, de um jeito divertido, continuaram explorando essas combinações. 

A junção dos pares de números para formar dez se torna grande aliada para as crianças entenderem a base do nosso sistema de numeração decimal e facilita o cálculo mental.

 

O Ritmo da Nossa Dança

F2 – Dança

As turmas de F2 iniciaram uma pesquisa nas aulas de Dança com foco no ritmo.

Começamos com uma conversa sobre o que faz o nosso corpo se mover. Rapidamente, as crianças responderam: “A música que diz como a gente dança!”.

Colocamos essa ideia em prática com o pandeiro, que guiou o ritmo da caminhada pela sala. A cada marcação forte, fazíamos uma pausa em poses. Em seguida, experimentamos outros instrumentos, como o caxixi, o xilofone e a flauta, que trouxeram novas sonoridades para o corpo transformar em movimento.

Exploramos também as variações de contagem. Ao ouvir “1, 2, 3”, cada criança respondia com um gesto diferente: pulos, palmas, giros… Depois, cada uma escolheu três gestos fixos e brincamos de variar o ritmo dessa sequência enquanto nos movíamos pelo espaço.

Encerramos com uma roda de conversa sobre essas descobertas. Foi um momento rico para perceber como o ritmo atravessa o corpo e como cada batida pode ganhar uma qualidade única no movimento.

Do Boi-Bumbá aos Azulejos de São Luís

F2 – Projeto

As F2 se despediram do Rio de Janeiro e, guiadas pelo Boi-Bumbá dos festejos juninos, chegaram a São Luís do Maranhão. Com a ajuda do atlas, as crianças observaram a localização geográfica da cidade e perceberam que a capital maranhense está situada em uma ilha, cercada pelo mar e atravessada por corpos d’água. 

Curiosos para conhecer São Luís mais de perto, caminhamos pelas ruas do centro histórico, partindo da Casa de Nhozinho, museu da cidade, até o Teatro João do Vale, por meio do Google Maps, atentos aos traços da arquitetura. 

Os azulejos nas fachadas das casas chamaram a atenção das crianças, que já vinham pesquisando sobre esse elemento arquitetônico em Santa Teresa, no Rio de Janeiro. Repararam também que azulejos muito semelhantes aparecem na obra Boi Bumbá, de Djanira. Em tons de azul e com padrões geométricos e florais, não só colorem a cidade como ajudam a proteger as casas do calor e da umidade do litoral. 

Seguimos avançando na pesquisa com os olhos atentos e curiosos, prontos para descobrir o que mais a arte pode revelar sobre a história e a cultura de São Luís.

 

Ondas Sonoras em Movimento

F4 – Projeto

As F4 tiveram encontros com o professor de Ciências Henrique para investigar o fenômeno do som.

Partindo de perguntas curiosas das crianças sobre suas características, surgiram questões como: “O som precisa de alguma coisa para acontecer?”; “Pode ou não haver som fora da Terra?”; “O som se espalha em qualquer lugar?”.

Henrique trouxe experimentos práticos para ajudar as crianças a “imaginar modelos” concretos daquilo que não é possível ver, como o deslocamento das moléculas. O interesse geral foi pelo uso da mola de metal, recurso que possibilitou observar o comportamento das ondas sonoras: seus nós, vibrações e a relação com notas musicais e conceitos como frequência e amplitude.

A partir dessas descobertas, as turmas passam a compreender o som não apenas como expressão musical, mas também como um fenômeno físico que nos afeta em todos os sentidos. Assim, a investigação amplia-se para além da música: o som está em nossas experiências cotidianas, na forma como percebemos o mundo e nos relacionamos com os espaços, as pessoas e a própria cidade.

Matemática no Dia a Dia

F5 – Matemática

Relacionar os estudos em sala de aula à vida é uma forma de dar significado e materialidade aos conteúdos, permitindo que as crianças reflitam sobre o seu dia a dia.

Por isso, nas aulas de Matemática, tratamos dos decimais trazendo encartes de mercados com a intenção de identificar sua presença em nosso cotidiano. Esse foi o ponto de partida para tratarmos de tantos assuntos que envolvem os números decimais e retornarmos às quatro operações já conhecidas, mas trazendo novos desafios às reflexões. 

Como continuidade desse percurso, o próximo passo será estabelecer relações entre a notação decimal, as frações e a porcentagem.

As crianças poderão compreender que se trata de diferentes formas de representar uma mesma ideia numérica, ampliando sua capacidade de interpretar situações do dia a dia, como descontos, promoções e medidas.