Elisa Lucinda na Feira Literária

F2 a F5

A Feira Literária de 2025 foi aberta com a presença marcante da multiartista Elisa Lucinda. Com sua fala intensa, espirituosa e poética, ela destacou a importância da palavra em nossas vidas. Entre versos e relatos de sua trajetória pessoal, Elisa cativou o público e manteve a atenção de todos por mais de duas horas, em uma conversa vibrante e inspiradora.

Este foi mais um capítulo histórico de nossa Feira Literária, que já contou com nomes como Conceição Evaristo, Márcia Kambeba e Otávio Júnior. Hoje, a Feira é parte do calendário pedagógico da escola e reafirma o lugar central que a literatura ocupa em nossa formação e em nossa comunidade escolar.

Feira Literária

F2 a F5 – Feira Literária

A Feira Literária passou a integrar o calendário de eventos do Fundamental I, do 2º ao 5º ano. A proposta foi incluir esse segmento, que constitui a base da formação do leitor e do escritor, em um espaço de produção e circulação da literatura, marca histórica da Sá Pereira.

As turmas participaram por meio de oficinas que compartilharam com as famílias os gêneros textuais em estudo. As F2 criaram contos de fadas coletivos; as F3 inventaram e descreveram “monstrengos”, dando forma às criaturas; as F4 organizaram um sarau de poesias com leituras de autores diversos e produções próprias; e as F5 exploraram o gênero jornalístico, transformando crônicas em notícias e inventando manchetes.

A participação do Fundamental I evidenciou o percurso de cada série no estudo dos gêneros textuais e mostrou como a leitura e a escrita podem ser vivenciadas em diferentes linguagens, aproximando escola e famílias.

 

 

História do Berimbau

Ateliê F1

As crianças do Ateliê, junto aos professores Cigano e Mestre Amendoim, produziram para nossa Mostra de Artes um Berimbau. Para contextualizar o significado desse importante instrumento da Capoeira, Cigano nos contou a seguinte história:

Era uma vez, em uma aldeia alegre da África, um lugar cheio de árvores, bichos e um céu sempre azul, morava Vovó Catarina, uma velhinha muito sábia e querida. Toda semana, ela reunia as crianças para contar histórias e ensinar coisas importantes, como amizade, respeito e amor.

Um dia, Vovó Catarina levou algo mágico: um berimbau! Ele era feito de madeira, cipó e uma cabaça, e quando ela tocava, o som parecia conversar com o vento e chegar até os antepassados! As crianças ficaram encantadas com a música que fazia os pés quererem dançar sozinhos. A anciã explicou aos mais novos que o instrumento nem sempre teve esse nome, e que antes era conhecido por “urucungo”. 

Mas nem todo mundo estava feliz. Felipe, um rapaz da aldeia, sentia inveja da atenção que a Vovó Catarina recebia. Havia também uma menina sabida chamada Dandara, neta de Vó Catarina. Ela tinha uma linda voz que transmitia paz e despertava bons sentimentos. 

Um dia, Vó Catarina pediu à neta que fosse buscar água no rio. Por inveja, Felipe empurrou Dandara, que bateu a cabeça em uma pedra e desmaiada foi parar no fundo das águas. Todos sentiram falta de Dandara e foram procurá-la. Quando Vovó Catarina chegou à margem, surgiu do rio uma linda deusa, coberta de colares e brincos, que se compadeceu do sofrimento daquela mulher. Mergulhou até o fundo das águas e pegou Dandara pelos braços, transformando seu corpo esguio em uma verga de madeira, seus cabelos, em um cipó belo e forte, e sua cabeça, em uma cabaça — assumindo a forma de um berimbau. A deusa do rio afirmou para a avó que, daquele dia em diante, quando o berimbau tocasse seu som, manifestaria o contato com os deuses e antepassados, eternizando a voz de sua neta, transformada em um instrumento que entoaria notas melódicas e alegres — principalmente junto à capoeira — levando felicidade aos quatro cantos do mundo.

Felipe se arrependeu pelo mal feito e prometeu cuidar de seus sentimentos e tratar com respeito o berimbau e a cultura da capoeira. E assim, entre sons mágicos, lições de vida e coragem, a aldeia aprendia que a verdadeira força vem do amor e da união.

Aprimorando as Técnicas do Judô

Ateliê Fund. I – Judô

Nas nossas aulas de Judô, seguimos no aprendizado e no aprimoramento das técnicas. O professor Eduardo tem destacado sempre a importância do cuidado com os movimentos do corpo, explicando que, se o gesto não for bem ajustado, o golpe não pode ser concluído com eficiência.

As crianças têm praticado duas quedas importantes: Tai-Otoshi (queda por projeção de corpo), em que o judoca usa o braço e a perna para projetar o parceiro ao chão, exigindo coordenação e precisão, e Harai Goshi (varrida de quadril), uma das quedas mais clássicas do judô, em que o quadril serve como apoio e a perna faz a varrida, derrubando o parceiro com fluidez.

Além disso, as crianças com faixa cinza foram convidadas a demonstrar para os colegas de faixa branca algumas posições e estratégias, mostrando como aplicar as técnicas. Depois das demonstrações, todos tiveram a oportunidade de experimentar os ensinamentos em atividades práticas, treinando a base, a força e os movimentos corporais também durante o sumô.

Aproveitamos os momentos finais da Oficina de Judô para reforçar a importância do cuidado com os materiais usados nas aulas. Cada criança  dobrou e guardou o próprio quimono, aprendendo que o cuidado com o material faz parte da disciplina do judoca.

 

Ciranda de Livros

F2 – Projeto

Um livro é uma beleza,
é uma caixa mágica só de surpresa.
Um livro parece mudo,
mas nele a gente descobre tudo.
(Elias José) 

Um pouco mais apropriadas dos empréstimos na biblioteca e com o objetivo de incentivar o fôlego e envolvimento com a leitura, as crianças foram apresentadas a essa atividade que acompanhará os nossos encontros literários.

A leitura, essencial no processo de aprendizagem, amplia o vocabulário, estimula a imaginação e fortalece a capacidade de interpretação. Durante as Cirandas, as crianças terão a oportunidade de explorar diferentes obras literárias, escolhidas previamente pelas professoras, compartilhar suas impressões sobre as histórias lidas e ouvir as experiências dos colegas. 

E para valorizar ainda mais esta prática, as crianças receberão um livreto em que avaliarão os livros lidos. 

Convidamos todos a embarcar nessas leituras junto das crianças.

 

O Caminho até a Cena

F3 – Teatro

Com as turmas de F3, iniciamos o semestre com uma sequência de aulas-treino, composta por exercícios e dinâmicas teatrais que desenvolvem habilidades fundamentais para o fazer artístico: memória, concentração, espírito de grupo, noção espacial, consciência corporal, precisão de tempo, articulação e projeção de voz, entre outras.

Agora, damos início a uma nova etapa: a sensibilização e o mergulho na peça da Festa de Encerramento, que será guiada e apresentada pelas turmas de F5. Além de conhecer o texto, as crianças de F3 terão a oportunidade de experimentar as cenas, refletir sobre o conteúdo e explorar suas entrelinhas.

Esse processo vai muito além da leitura: envolve vivenciar o texto em cena, propor soluções criativas e investigar as múltiplas possibilidades que existem entre a palavra escrita e sua expressão teatral.

Estamos apenas no começo dessa jornada de experimentação, investigação e apropriação artística, que certamente trará descobertas significativas e divertidas para todos.

História do Bordado

F3 – Projeto

Dando continuidade ao nosso projeto sobre tecidos e bordados, as F3 iniciaram um novo capítulo: a história do bordado. Começamos a atividade com a leitura de duas matérias jornalísticas de fontes diferentes sobre o tema.

A partir dos textos, conversamos sobre as informações mais relevantes, destacamos os pontos principais e trabalhamos juntos na produção de um resumo, que foi registrado no caderno de projeto. 

Ao longo da atividade, descobrimos que o bordado é uma prática muito antiga, presente em diversas culturas ao redor do mundo. Um dos registros mais antigos foi encontrado na tumba do faraó Tutancâmon, em Kemet (atual Egito), e data de aproximadamente 3 mil anos.

As crianças conheceram alguns pontos do bordado livre e seus nomes. Depois puderam experimentar bordar com o bastidor e linhas coloridas.

Esse primeiro contato com a história do bordado nos ajudou a compreender melhor o valor cultural e histórico dessa prática, que seguiremos explorando nas próximas etapas do projeto.

 

Algoritmo da Multiplicação

F4 – Matemática

As F4 estão aprofundando seus estudos no algoritmo da multiplicação. Ao longo do trimestre, a exploração da multiplicação ocorreu por meio de diversas estratégias: primeiro, pelas somas sucessivas; em seguida, pelas contagens na malha quadriculada; até chegarem, por fim, à composição da Tábua de Pitágoras. Nesse percurso, as crianças se debruçaram sobre as muitas formas de construção dos múltiplos e suas associações.

A partir desse entendimento, o algoritmo surgiu como uma técnica prática para aplicar os conceitos recém-aprendidos.

Agora, a ideia é exercitar esta técnica, sempre associando os resultados à Tábua de Pitágoras, que favorece a percepção de padrões e, consequentemente, a agilidade nos cálculos.

 

Canguru de Matemática

F5 – Matemática

As F5 participaram da solenidade de entrega de medalhas e certificados pelo reconhecimento e participação do Concurso Internacional Canguru de Matemática.

O concurso favoreceu uma aproximação com os estudos de forma contextualizada através de questões que envolvem, além de conteúdos matemáticos, também o raciocínio lógico para desvendar e solucionar situações-problema.

Todos os alunos presentes foram valorizados e receberam medalhas e certificados de participação no concurso.

Essa valorização inaugura um momento que promove a satisfação e encoraja as crianças a se lançarem em novas experiências, confiantes em sua capacidade de enfrentar desafios e aprender com eles.

Tradição e Percepção

F4 e F5 – Coral

O Coral voltou das férias iniciando um exercício de percepção novo. Cantando os graus da escala com referência corporal, seguimos algumas etapas até chegarmos à brincadeira do morto-vivo musical.

Sem nenhuma dica, as crianças tiveram que reconhecer a nota do acorde (tríade maior) cantada com uma vogal e, a partir do que era combinado, ficaram em pé ou sentadas, de acordo com a nota que reconheciam (fundamental, terça, ou quinta, duas de cada vez).

A brincadeira virou uma febre entre as turmas, fazendo com que todas as crianças ficassem bastante atentas ao que estavam ouvindo e às relações entre os intervalos. Essa prática aprimora a escuta e a afinação, além de propiciar uma incrível “ginástica cerebral” nas crianças, contribuindo para a prática musical e outras capacidades cognitivas, ativando e aprimorando diferentes habilidades ao mesmo tempo (audição, memória, foco seletivo, raciocínio, atenção sustentada, emoção…).

Além disso, enquanto aguardamos a peça de fim de ano para escolhermos a nova música que ganhará arranjo vocal, trabalhamos com dois jongos e um vissungo, tradições do povo bantu. São eles: “Passarinho cantou, retiniu, ele caiu na folha e sumiu”, “Vovô me disse, papai mandou, dançar o jongo do jeito que ele dançou” — ambas cantadas por mestre Nico, do Caxambu de Santo Antônio de Pádua, um caxambu centenário do Vale do Café — e “Canto do meio-dia” — este foi recolhido por Aires da Mata Filho, e está entre os 65 cantos registrados nessa pesquisa histórica que se transformou no livro O negro e o garimpo em Minas Geras. A maior parte dos vissungos se perderam ao longo do tempo. Eram cantos entoados por africanos escravizados nas lavras de Minas Gerais em diferentes tarefas do dia, por isso tidos como “cantos de trabalho” dessa região específica, porém muitos eram cantos secretos e sagrados, realizados em diferentes liturgias de povos que vieram de Angola, Kongo e Benguela, principalmente.

A língua é uma mistura de kimbundu com outras do tronco bantu, o que se transformou num dialeto chamado crioulo, difícil de ser traduzido, sendo obra de uma “arqueologia musical” decifrar o seu sentido.