Os Ateliês embarcaram em novas pesquisas. Desta vez, cada turma escolheu um caminho divertido para trilhar.
A Educação Infantil tem se envolvido em brincadeiras com barbantes que possibilitam o desenvolvimento de habilidades motoras e do raciocínio. Conhecemos cama de gato, costura de dedinhos, estrela, entre outras. Também fizemos uma pintura colorida com barbantes, que rendeu muita diversão e várias manchas de tinta!
Depois de Kabaderebu, o Ateliê da Tarde embarcou em mais uma aventura literária, dessa vez, sugerida pela amiga Olívia: O Diário de Pilar na África. Assim que começamos a leitura, surgiu a ideia: “Rosi, vamos fazer uma Pilar do nosso tamanho?”
As crianças decidiram, num “zerinho ou um”, quem teria sua silhueta desenhada. Aurora foi a vencedora! Nossa Pilar já está ganhando forma e, em breve, passeará pela escola.
No Ateliê do primeiro ano, as pesquisas continuam sendo norteadas pelas mitologias do mundo. Dessa vez, dispararam rumo à Grécia e a Roma. Lá, conhecemos mitos e deuses que deram origem aos nomes de muitas constelações e planetas, como Pégaso, Hidra, Centauro, Mercúrio, Júpiter e Saturno. Descobrimos que, quando nascemos, o Sol estava iluminando uma constelação que pode ser chamada de signo. A partir da data de nascimento, listamos os signos e conhecemos nossa constelação pessoal.
O Theo trouxe uma pesquisa com fotos da cachoeira que ele visitou em Secretário. Nas fotos apareciam girinos. Theo nos contou que o girino se transforma em sapo! Mas, de onde vem o girino? Descobrimos que o girino vem do ovo do sapo!
Compartilhamos a novidade com as turmas do Cinema e do Baú, que também não sabiam dessa informação. Depois ouvimos a história “Rã de três olhos”, de Olga de Dios.
A Bebel, professora de Música, nos ensinou uma canção: “Filho do sapo”, de Margareth Darezzo. Segue o link para vocês ouvirem com as crianças:
https://www.youtube.com/watch?v=J8XK62D4hO0&list=RDJ8XK62D4hO0&start_radio=1
Seguindo na exploração do livro Os Dengos na Moringa de Voinha, de Ana Fátima, as crianças foram convidadas a descobrir o significado de palavras cheias de doçura: dengo e cafuné. Durante a conversa, aprendemos que são termos da língua kikongo, do povo banto, de origem africana, que influencia a cultura e a linguagem brasileira.
Depois desse momento de escuta e partilha, a turma foi organizada em duplas para experimentar o gesto do cafuné nos amigos. A proposta, simples e delicada, gerou risadas, acolhimento e uma atmosfera de afeto no grupo.
A atividade favoreceu o desenvolvimento da sensibilidade, da empatia e do respeito pelo outro, ao mesmo tempo em que ampliou o repertório linguístico e cultural das crianças.
Por meio da literatura e das experiências corporais, o grupo pôde compreender que o cuidado se expressa também em pequenos gestos, e que eles fortalecem os laços entre as pessoas.
Durante o encontro, a professora Raquel contou que também sabe bordar, e trouxe algumas de suas produções e materiais que usa para elaborar suas criações – carregadas de lembranças e afeto, elas despertaram ainda mais o interesse das crianças.
Na sequência, cada grupo teve a oportunidade de compartilhar a história que deu origem às suas pesquisas. Nossa turma relembrou o início de sua busca sobre a costura e as memórias que ela carrega através da leitura do livro A colcha de retalhos. Já a Turma do Cinema aproveitou a oportunidade e apresentou um grupo de artistas bordadeiras chamado Matizes do Bordado, que conheceram através das ilustrações do livro O exercício de ser criança.
As obras cheias de detalhes encantaram as crianças, que observaram com atenção cada pedacinho dos bordados.
Envolvida no troca-troca, a Turma do Papel também compartilhou com os colegas a música As Costureiras, de Gonzaguinha, que tem acompanhado nossos momentos de pesquisa e inspiração sobre o tema.
Ao final, apresentamos aos grupos o artista Arthur Bispo do Rosário, um sergipano que expressava seus sentimentos e lembranças por meio do bordado. As crianças ficaram curiosas ao conhecer o “manto” criado por ele, que trazia os nomes de pessoas importantes da sua vida.
Foi um momento de trocas e descobertas, em que os grupos puderam ampliar o olhar sobre as diferentes formas de criar com linhas, tecidos e memórias.
As crianças da Turma da Festa tiveram uma interessante conversa em roda, um momento de atenção e escuta, sobre as descobertas do novo projeto. O que estamos pesquisando? O que já descobrimos?
“Indígenas” (Pérola)
“Sumaúma” (Layla)
“Curupira do Candido Portinari” (Elena)
“Moara Tupinambá, Crab, Jaider Esbell” (Olívia)
“Floresta Amazônica” (Samuel)
“Bordadeiras/Rubinho do Vale” (Vicente)
Em seguida, listamos tudo o que precisamos para bordar: agulha, linha, desenho, caneta, tecido, mão, calma, delicadeza e cuidado.
A partir de tantas descobertas, conhecemos mais uma história para ampliar nossos conhecimentos: A colcha de retalhos, de Conceil Corrêa da Silva e Nye Ribeiro Silva. A narrativa emocionante aborda a relação de afeto entre avó e neto, unida pelos retalhos que guardam histórias e lembranças, embalando essa relação cheia de amor.
Entre linhas, bordados e costuras, vamos alinhavando nossa própria trajetória, costurando saberes, sentimentos e descobertas que fortalecem nossos laços em um grande tecido coletivo de experiências.
A Turma do Circo fez um passeio para o Cais do Valongo e a Pedra do Sal. Nossa guia foi a professora e contadora de histórias Janaína Gentili, que encantou a todos com suas narrativas sobre a importância desses lugares para nós brasileiros.
As crianças ouviram atentamente as histórias sobre a chegada dos povos africanos, a resistência cultural e a força das tradições que permanecem vivas até hoje.
Ao final do passeio, a turma se reuniu para registrar as impressões e aprendizados do dia.
“A Turma do Circo foi ao Cais do Valongo e ouviu histórias contadas pela Janaína. Logo depois, comemos um lanche muito gostoso e fomos ver o baobá que foi plantado lá no Cais. Descobrimos que a circunferência do baobá é de 2 metros e 45 centímetros. Finalizamos o passeio escorregando na Pedra do Sal. Foi um dia maravilhoso!”
As crianças compartilharam em roda suas percepções sobre o novo projeto, por meio das perguntas: O que estamos pesquisando? O que já conhecemos?
“Estamos pesquisando sobre o bordado.” (Carolina)
“Estamos pesquisando sobre vários tecidos.” (Sebastião)
“Já conhecemos a Sumaúma.” (Tomás)
“Conhecemos os indígenas.” (Pilar)
“Conhecemos o indígena Jaider Esbell.” (Lucas e Maria H.)
“Conhecemos a Kaê Guajajara.” (Giovanna)
“Conhecemos os livros da Professora da Floresta, O tupi que você fala, Pororoca, Sou indígena e sou criança.”
Diante de suas falas percebemos o quanto de informações o grupo já trazia, referências bibliográficas e artísticas, conhecimentos adquiridos durante nossas investigações.
Em seguida, um marcante encontro com a Turma do Papel possibilitou o diálogo das turmas sobre as linhas que se cruzam, o bordado e a costura, técnicas manuais que carregam memória e identidade.
Durante essa troca, conhecemos o artista brasileiro Arthur Bispo do Rosário e seu bordado singular: utilizando fios, tecidos, uniformes e objetos do cotidiano, ele bordava e construía peças peculiares que expressavam suas visões, sentimentos e crenças.