O processo de aquisição da leitura e da escrita começa cedo, ao apresentarmos às crianças um universo letrado repleto de possibilidades.
Garantimos inicialmente que elas vivenciem, de forma lúdica, a função social da leitura e da escrita, através de propostas como rodas de leitura, organização de listas, brincadeiras cantadas e rimadas, rodas de planejamento diário etc.
Começamos a explorar também os nomes das crianças da Turma do Botão, utilizando as fichas. Cada ficha contém o nome e a foto da criança, de forma que os pequenos se identificam e identificam os amigos.
Eles vão reconhecendo letras, comparando os tamanhos dos nomes, fazendo ligações, e a grande brincadeira de linguagem fica superdivertida!
A semana foi de novidades nas pesquisas da Turma do Trem.
Descobrimos que o trem foi inventado pelo engenheiro George Stephenson e observamos uma fotografia dele.
Aprendemos que esse meio de transporte funciona com uma locomotiva que puxa os vagões, que podem ser de carga ou de passageiros.
O combustível dos primeiros trens era o vapor obtido pela queima do carvão. As crianças foram surpreendidas por esse material, sentiram sua textura e seu pó se espalhando nas palmas das mãos.
Por soltar fumaça pela chaminé, esse primeiro trem ganhou, no Brasil, o apelido “maria-fumaça”.
Assistimos a pequenos vídeos de trens percorrendo caminhos do mundo ao som de sua imponente buzina.
Envolvida pela pesquisa da produção de vestimentas, a Turma da Criação conheceu a técnica do bordado.
Observamos imagens e assistimos a vídeos sobre a história dessa técnica que, por muito tempo, foi passada de geração em geração.
Descobrimos que essa arte já foi restrita às mulheres, era usada principalmente para ornamentar peças de vestuário e enxovais e que servia para gerar renda extra para algumas famílias.
Manuseamos bordados trazidos pela professora Renata e pelo amigo Joaquim, em lençóis, em uma toalha e em um quadro.
As crianças se surpreenderam ao conhecer a variedade de pontos, os tamanhos dos bastidores, as espessuras das agulhas e linhas.
Conhecemos o bordado manual e o de máquina. Os pequenos afirmaram, convictos, que o manual é especial, porque uma peça nunca é igual à outra.
No próximo Informe noticiaremos o que aprendemos em nosso passeio ao Crab.
O primeiro passeio na escola traz significados muito especiais, da preparação ao trajeto final. Muitas crianças andam de ônibus, sem a companhia dos responsáveis, pela primeira vez. Num misto de apreensão e euforia, todas vibram e vivenciam a experiência de maneira afetiva e muito singular.
Visitamos o Jardim Botânico para tirar fotografias e registrar lugares e momentos marcantes.
A turma conta como foi.
“A Turma da Máquina fez um passeio para o Jardim Botânico de ônibus. Sentamos nos bancos e colocamos o cinto de segurança. Chegando lá, cada um escolheu um lugar para tirar uma fotografia. No Jardim Botânico tinha um lago com várias tartarugas, palmeiras, pedras, um peixe muito grande que parecia um tubarão, árvores, micos e bambuzais. Não encontramos morcegos, cobras, girafas e nem o Saci. Quando acabou o passeio, pegamos o ônibus de volta para a escola. O passeio foi muito legal. Queremos voltar num outro dia.”
(Texto coletivo)
O grupo demonstrou entusiasmo e alegria a cada momento. Passear é bom demais!
Como resultado das pesquisas feitas pela Turma da Ferramenta, as crianças observaram fotos e ouviram relatos sobre as ferramentas mais utilizadas em suas casas: furadeira, chave de boca, chave de fenda, martelo…
Fizemos um gráfico comparativo da quantidade de ferramentas e expusemos em nosso mural.
Assim as crianças puderam entrar em contato com noções de quantidade, de mais e menos, e também testar hipóteses.
Apreciamos O Homem com Machado, de Paul Gauguin. Com olhares atentos, os pequenos observaram os elementos dessa obra de arte.
Nossas rodas foram tomadas pelas conversas sobre a roda gigante.
A Turma da Roda compartilhou momentos, fotografias e dúvidas.
Mariah, nossa coordenadora, compartilhou sua experiência do tempo em que morou em Londres, onde também havia uma roda gigante.
Até o amigo Tomás Zazu, que está em viajem a Lisboa, compartilhou momentos de seu passeio. Ele contou que viu diferentes tipos de roda na rua. E que visitou o Museu Nacional dos Coches, onde viu carruagens que serviam para transportar cartas, prisioneiros…
A turma ficou animada com tanta novidade dessa viagem do amigo Zazu.
Depois de muita conversa boa, e de observar fotografias de rodas gigantes pelo mundo, a pergunta que fica é: como essa roda gigante funciona? Ela tem engrenagem? O que são as engrenagens?
No Ateliê Extensivo, as pesquisas sobre o mar seguem firmes e cheias de inquietações.
Nossas recentes buscas nos levaram ao movimento, às ondas. Lembramos do itã A Origem das Ondas, em que Iemanjá devolvia para os homens tudo o que era lançado em suas águas.
As crianças trocaram ideias:
“Parece as ondas do mar!”
“É assim que a Janaína faz, fica balançando o mar de um lado para o outro!”
“Os tubarões fazem as ondas ficarem mais fortes!”
“Nada disso! É o vento que faz as ondas!”
Fizemos uma brincadeira divertida e refrescante, que recriou o balanço das ondas. Usamos um tabuleiro com água, bolinha de papel e corante azul, e o objetivo era passar a bolinha de um lado para outro.
Depois, realizamos uma pintura com diferentes tons de azul, bolinha de gude e papel.
Ainda temos perguntas. Quem será que faz as ondas? Será o vento? Janaína? Iemanjá? O tubarão?
Brincando mais uma vez com caixas, tivemos a ideia de criar nosso forninho.
Escolhemos pintá-lo de cinza e, quando a tinta secou, desenhamos os botões.
Pegamos nossas panelinhas e ingredientes naturais para fazer comidinhas.
Descobrimos que podemos ouvir o barulho do mar ao aproximar uma concha do ouvido, e nos inspiramos para escrever As Conchas e o Mar Alegre.
Na nossa história, um peixe aparecia em um rio, encontrava uma concha e ao chegar ao mar percebia que havia pessoas jogando lixo no oceano. Mas ele teve uma ideia para solucionar o problema.
Decidimos então pegar mais papel e canetinhas, para ilustrar nossa nova história. A imaginação está correndo solta pelo Ateliê da tarde!