A Turma do Botão continua pesquisando o robô e descobrindo uma porção de coisas.
Exploramos os formatos e movimentações dos botões de comando e observamos que, para ele andar, “tem que ter rodinhas”.
Os amigos Martin e Eduardo trouxeram um carrinho e um submarino. As crianças viram que os dois brinquedos têm rodas, e isso virou assunto no grupo.
Listamos meios de transportes que se locomovem com rodas e brinquedos que giram. Carro, caminhão, ônibus, esteira do trator, bambolê, bola, bolinha de sabão e também o nosso corpo apareceram na lista e deram início a muitas investigações.
Pensando no carvão, combustível das primeiras locomotivas, apresentamos à Turma do Trem a artista plástica Heather Hansen, que usa os movimentos do próprio corpo para criar suas obras. Em uma espécie de dança sobre uma grande tela, ela usa carvão para criar, aos poucos, um desenho.
Inspirados nessa prática, os pequenos exploraram, ora individualmente, ora coletivamente, lápis carvão sobre o papel.
Por meio dos sentidos, gestos, movimentos intencionais ou impulsivos, coordenados ou espontâneos, nossas crianças estabelecem relações, conhecem-se, conhecem umas as outras e entram em contato com o universo cultural, conscientizando-se da corporeidade. E também reconhecem as sensações e funções de seus corpos, identificando suas potencialidades e limites.
A dança ajuda a comunicar-se e expressar-se na união entre corpo, emoção e linguagem.
A Turma da Criação realizou seu primeiro passeio. Fomos ao CRAB – Centro Sebrae de Referência do Artesanato Brasileiro.
Conhecemos a exposição Bordados de Caicó, cidade no Rio Grande do Norte conhecida mundialmente pela beleza e delicadeza dos trabalhos de bordado ali produzidos.
Em grupos, observamos as mais de 200 peças, referências culturais que ajudaram a revelar a ancestralidade dessa arte, tais como uma saia de 1906.
Recebemos também a visita do Edvaldo, o querido Ed, funcionário da escola. Ele nos trouxe bordados da cidade alagoana de Traipu, onde nasceu.
Os pequenos puderam olhar de pertinho, manusear e sentir o caminho feito pela linha em toalhas de mesa, paninhos para enfeitar móveis, capas de almofadas, e ficaram impressionados com uma colcha bordada com imagens de pássaros.
Edvaldo contou que a técnica do bordado é passada de geração em geração, e que as bordadeiras cantam enquanto trabalham.
A turma foi fazendo relações com o que vimos no CRAB e apontando semelhanças e diferenças entre os bordados das duas regiões. A conversa rendeu bons questionamentos e aprofundou nossas pesquisas.
Conhecemos também o livro Exercício de Ser Criança, de Manoel de Barros, ilustrado com os belos e delicados bordados das irmãs Dumont. A união da poesia com a arte do bordado encantou as crianças que, envolvidas, levantaram hipóteses sobre os exercícios de ser criança. E chegaram à conclusão de que é brincar, brincar e brincar.
O Projeto da Turma da Máquina vem contando com a participação de famílias que vieram enriquecer nossas pesquisas.
Carol e Adriana, mães do Pedro J. e Pedro D., estudiosas da fotografia, vieram compartilhar seus saberes e também uma filmadora e câmeras analógicas bem antigas. Trouxeram rolo de filme, cuja utilidade demonstraram, dando a todas as crianças a oportunidade de tirar uma fotografia.
Elas nos propuseram uma oficina. Com muito prazer e entusiasmo, as crianças utilizaram uma lata, prego, papelão, fita e outros materiais para montar uma câmera fotográfica, que depois foi utilizada para fotografar o grupo.
Observamos, em uma caixa de luz, negativos de fotos da família de João F. As crianças ficaram surpresas com a novidade e se inspiraram para a criar negativos, em uma atividade de artes plásticas.
Isabel trouxe um binóculo de fotografia com imagens da família de Tati, sua mãe. O grupo está superenvolvido com as novidades, com a variedade de formas de funcionar e de resultados das câmeras.
Em breve confeccionaremos nosso binóculo de foto.
A Turma da Ferramenta continua a exploração da obra de Gauguin. Observamos Homem com Machado e perguntamos às crianças o que elas estavam vendo.
“O moço nos bosques.” (Helena)
“Duas pessoas.” (Alice G.)
“Um machado!” (Aurora)
“A cor do sol.” (Marina)
“O pôr do sol!” (Iolanda)
“Estou vendo fogo.” (Theo)
“Mas isso não é fogo!” (Alice G.)
“É ouro! Porque ele está com machado na mão.” (Aurora)
“Eles estão caçando ouro!” (Elis)
Depois de ampliarmos nosso olhar sobre a imagem, as crianças refletiram sobre as ferramentas e suas funções.
“As ferramentas servem para ajudar a gente em tudo. Algumas são para comer, pintar, desenhar, para abrir coisas, consertar.” (Aurora)
“Elas ajudam a gente a construir coisas. Também usamos para colocar parafusos.” (Elis)
“Elas ajudam a gente em tudo!” (Marina)
“Eu acho que as ferramentas servem para construir e brincar.” (Iolanda)
A partir de tantas reflexões, começamos a escrever nossa história. Faremos uma viagem no tempo, conhecendo nossos antepassados, observando, comparando e refletindo sobre as ferramentas antigas e as de agora, notando as transformações ocorridas nessa evolução.
A Turma da Roda observou, em nossa sala, uma reprodução da obra Estudo de Cores, de Wassily Kandinsky. Conhecemos a história desse artista e, explorando outras obras dele, os pequenos perceberam que os círculos são muito presentes.
“Ele falava russo como eu e minha mãe.” (Luiz C.)
“Parece que ele usava aquarela, as cores se misturam.” (Lina)
“Eu gostei desse quadro, é muito colorido.” (Lucas)
Entre apreciações e conversas, abordamos a diferença entre a forma geométrica do círculo e a roda, essa grande invenção tecnológica. Estamos descobrindo quanto ela ajudou e ainda nos ajuda em todas as nossas atividades.
Os pequenos continuam investigando, também, a carruagem.
Os amigos Tomás Zazu e Maria Luisa compartilharam fotografias de carruagens que encontraram em passeios com suas famílias. Aproveitamos o interesse do grupo para explorar as imagens e levantar hipóteses.
“Parece que as carruagens são feitas de madeira.” (Nina F.)
“Na foto que o Zazu trouxe tem ouro nos detalhes da carruagem.” (Pedro S.)
“Eu sei que princesas andavam nelas.” (Lia)
“Elas se parecem, mas a do Zazu tem mais espaço.” (Bernardo)
“Eu descobri lá no museu de Lisboa que as carruagens levavam até prisioneiros.” (Tomás Zazu)
“Todas têm quatro rodas.” (Pedro T.)
“Qual a diferença entre carruagem e charrete? Eu já andei em uma.” (Maria Luisa)
Entre conversas e pesquisas, descobrimos que as carruagens tornavam as viagens, o trabalho e a caça mais fáceis e eficientes.
O Grupo Moleque Mateiro nos levou a um passeio no Parque Natural Municipal da Catacumba.
Entramos no ônibus animados, imaginando as aventuras que nos aguardavam. Quando chegamos, Vinícius e Letícia nos mostraram o mapa do Parque e nossa localização.
Contaram a história do lugar, disseram quem foram seus antigos moradores e nos ensinaram a ser mateiros: manter o silêncio e saber agir, caso víssemos algum animal silvestre.
Na caminhada, havia uma estátua.
“É uma estátua de caveira!”
Ao nos aproximarmos, vimos que se tratava de Oxóssi, uma escultura de Caribé.
Observamos a natureza, contemplamos outras esculturas, arriscamos percorrer trilhas, subir em pedras… Vimos até uma família de micos.
Foi uma manhã bem divertida e agradável.
Você sabia que o Parque das Catacumbas já foi cemitério indígena? E que, muito antigamente, teve outros moradores?
Tivemos uma experiência muito interessante com Letícia e Vinícius, do Instituto Moleque Mateiro. Eles nos falaram sobre os indígenas, grandes guardiões das matas do Brasil, ressaltando também que muitos deles vivem como nós.
Contaram a lenda indígena sobre a mandioca, sua origem e suas cores.
Descobrimos que a mandioca, que no Rio de Janeiro se chama aipim, é usada no preparo de farofas, da tapioca, do pão de queijo e até do biscoito de polvilho.
Observamos uma mandioca crua, tocando e sentindo sua textura.
“Ela é áspera.” (Olívia)
“É listradinha.” (Enrico)
“É pesada.” (Daniel)
Experimentamos a mandioca cozida. Estava uma delícia!
No final da tarde fomos à pracinha do Largo dos Leões e aprendemos, com os mateiros, a brincadeira do tucunaré, peixe grande que, na cheia da maré, pega os peixes pequenos.
Terminamos o dia com muita diversão, brincadeiras e risadas na nossa querida pracinha.