As aulas de Capoeira continuam animadas, e finalmente o instrumento mais aguardado da bateria chegou: o berimbau!
Descobrimos que ele tem origem no povo banto e foi trazido para o Brasil, como Kianda e Iemanjá.
Salgadinho nos apresentou a cabaça, o arame, a pedra, o caxixi e a vara. Esses componentes, quando o instrumento é executado, produzem uma sonoridade contagiante, que faz nossos movimentos ganharem mais firmeza e ritmo.
Relembramos como se faz o urso de costas, o caranguejo, a cocorinha e a tesoura.
Experimentamos gingar em grupo e depois, na tradicional roda, em duplas. Agachamos, fizemos o cumprimento de respeito ao outro e selamos o momento com um amistoso abraço.
A turma do Ateliê da Tarde relembrou e compartilhou brincadeiras.
De roda, como Pato, pato, ganso; Galinha choca; Batatinha quente; e Passa anel. Ou os clássicos piques: Pique-esconde; Pique-alto; e Pique-estátua.
Aprendemos também a brincadeira Vizinhos: um círculo de cadeiras no pátio, as crianças sentam, apenas uma fica em pé, no centro, e as outras lhe perguntam: “você gosta de seus vizinhos?” A criança em pé responde “não”.
“Por quem os trocaria?”, e a criança do meio da roda diz bem alto os nomes de dois amigos. Contamos até três e os amigos mencionados devem trocar de lugar, enquanto a criança em pé tenta sentar em uma das cadeiras vagas. A criança que sobrar vai para o centro, e as perguntas recomeçam.
A brincadeira é desafiadora e foi uma diversão e tanto!
Envolvidas com o Projeto de pesquisa, no qual classificamos objetos que giram e que não giram, as crianças da Turma do Botão trouxeram muitos exemplos de bolinhas para ilustrar nossas conversas. Mas será que todas as bolas giram?
No pátio da frente, foram surpreendidas com um tapete de plástico bolha. Começamos explorando esse material com o corpo: pisamos, rolamos, pulamos, apertamos com as mãos e descobrimos um monte de coisas.
“Essa bolinha é diferente. Ela não gira, só faz barulho.” (Martin)
“É um plástico de bolinha que pisa e faz barulhinho assim: pec, pec, pec.” (Antônia)
“Ela estoura.” (Juliano)
“A bola de futebol gira.” (Vicente N)
“E a roda do carro também.” (Martin)
Após essa experiência sensorial, fizemos uma pintura utilizando uma nova técnica. Pincelamos a tinta no plástico bolha e depois carimbamos o papel.
O resultado foi surpreendente!
A Turma do Trem vivenciou uma tarde para lá de especial com as famílias.
Com muita música, dança, apreciação de trabalhos e oficina com sucata, pudemos partilhar as experiências vividas pelos pequenos no decorrer do semestre.
Iniciamos o encontro com uma grande roda, aquecendo o corpo para a formação de um grande trem corporal.
Ao som de O Trem, de Bia Bedran; Trem de Brincar, do grupo Palavra Cantada; e O Trem Maluco, de Hélio Ziskind, exploramos passos e movimentos.
Para finalizar, cada família recebeu um rolo de papel, tampinhas, palitos e tecidos para a construção do seu vagão.
Fechamos o encontro com um belo trem de sucata montado coletivamente.
Uma diversão só!
Na visita ao Polo Têxtil, as crianças ficaram encantadas com a diversidade de tecidos, cores e estampas.
Curiosas, queriam saber mais sobre como os tecidos ganham cor, e iniciamos conversas e pesquisas sobre processos de tingimento e estamparia, do industrial ao artesanal, dos contemporâneos ao mais antigos e tradicionais.
Vimos imagens e conversamos sobre as tecelagens e suas grandes máquinas, com tonéis de tinta e tecidos que tanto podem ser tingidos sinteticamente como, por vezes, fio a fio.
Sobre o processo artesanal, conhecemos a história da Medina de Chouara Tannerie, na cidade de Fez, no Marrocos, e o tradicional processo de tingimento de couro da região. A professora Renata mostrou fotos e fez relatos de sua visita a Medina.
Conhecemos também o ecoprint, processo cuidadoso e detalhado de impressão; e o tie dye, de tingimento, que chegamos a experimentar.
Utilizando o tecido que compramos no Polo Têxtil e tintas coloridas, as crianças puderam conhecer e explorar cada etapa dessa técnica. Juntos, dobramos de diferentes formas os pedaços de tecido, prendemos as dobras com elásticos, molhamos e pintamos. No dia seguinte, em roda, abrimos cada peça criada e nos surpreendemos com as estampas formadas.
A Turma da Criação teve uma semana repleta de cores e experimentações.
A Turma da Máquina está superenvolvida com atividades de contato com o universo letrado. Temos aproveitado esse interesse para criar um ambiente lúdico capaz de levar as crianças a perceber nuances da escrita relacionadas à orientação espacial, diferenciação entre números e letras e percepção de fonemas.
Têm despertado interesse: nosso planejamento; a chamada, com fichas dos nomes das crianças; a escrita espontânea; cópias das palavras de referência; e o bingo com palavras do Projeto.
Os pequenos foram desafiadas a formar os próprios nomes com letras recortadas de revistas, o que exigiu concentração e destreza.
Coordenação motora fina, atenção, organização foram exercitadas, enriquecendo o processo de aquisição de leitura, compreensão e escrita.
Nossa querida Aurora compartilhou o vídeo da visita do seu Itamar, bombeiro hidráulico que foi consertar o cano da pia da casa dela.
Conhecemos o alicate apelidado pelos profissionais desse ofício como bico de papagaio – nome que provocou boas risadas – e a forma como seu Itamar o utiliza.
Bruce Mackley, autor de uma incrível escultura em 3D, na qual utilizou nada menos que 20 mil parafusos, deixou encantadas as crianças, que teceram suas considerações.
“Uma pessoa dormindo com vaga-lumes.” (Aurora)
“Uma luz.”(Eric)
“Uma perna.” (Theodoro)
“Um pano.” (Marina)
“A luz está no cabelo da pessoa que está deitada.” (Ana)
“Uma pessoa está dormindo na caverna e no chão empoeirado. Ele tem um cabelo laranja e também tem uma luz que parece vaga-lume.” (Elis)
“Luzinha no cabelo.” (Helena)
“Estou vendo um homem pendurado em alguma coisa e está quase pelado, porque tem uma coisa tapando.” (Theo)
“Parece o Curupira!” (Martina)
“Um pano.” ( Alice G.)
O passeio ao Museu Histórico Nacional e o contato com as carruagens foi um sucesso. A turma está trabalhando num texto coletivo para contar cada detalhe.
Depois de muitas pesquisas sobre a roda nos meios de transporte, a amiga Maria Luísa lembrou de um passeio que fez com sua família, e trouxe uma roda diferente. Uma roda d’água! Curiosas e muito sabidas, as crianças já levantaram suas primeiras perguntas.
“O que essa roda faz?” (Francisco)
“Eu estou vendo que ela fica na água.” (Pedro T.)
“Ela deve levar água para outros lugares.” (Lina)
“A roda d’água gera energia, igual ao trabalho da minha mãe.” (Maria Luisa)
“Catavento gira como uma roda também, tem que assoprar.” ( Bernardo)
“Ah, tem os cataventos gigantes, eles servem pra quê?” (Lia)
“A roda d’água parece uma engrenagem gigante!” (Tomás Zazu)
Roda d’água… Catavento… Moinho… Palavras novas e novas pesquisas circundam a Turma da Roda.
Durante a semana os pequenos receberam a visita dos queridos Alexandre e Edivaldo, funcionários da escola, que trouxeram um carrinho de mão de sucata. Ao saber que a turma estava produzindo um carrinho de mão, eles quiseram ajudar, pois perceberam que nossa caixa era muito frágil. Mostraram as ferramentas que utilizaram e contaram onde conseguiram sucata tão variada.
Cada detalhe foi inspecionado pela turma, que vibrou com a novidade. Os pequenos concluíram que as garrafas seriam mesmo muito pesadas para a caixa antiga. Mas ela continuará útil, pois servirá para transportar agendas e desenhos.