Como combinado, toda última quarta-feira do mês o Ateliê da Manhã se aventura pelas matas do Parque Lage.
Depois de conhecerem a Torre, o Lago dos Patos e o Palacete (Escola de Artes Visuais), esta semana foi a vez do Parquinho. Os pequenos foram desafiados pelas Mateiras, Mari e Lorraine, a chegar ao destino sem a ajuda do mapa, localizando-se apenas pelas lembranças das outras visitas.
Chegando ao parquinho, as crianças lancharam e logo em seguida partiram para a brincadeira. Construíram amarelinhas, pularam corda e aprenderam a brincar de elástico. Foi uma manhã de muita diversão!
“O candeeiro se apagou/ O sanfoneiro cochilou/ A sanfona não parou/ E o forró continuou” (Luiz Gonzaga).
Muito tradicionais nas festas juninas, apreciamos durante a semana diversas músicas ao ritmo do forró e do baião. Aprendemos que esse ritmo quase sempre vem acompanhado do trio instrumental da zabumba, sanfona e triângulo.
Conversamos mais sobre a sanfona, sua origem e como chegou ao Brasil, popularizando-se muito no Nordeste. Observamos imagens de diferentes sanfonas, até as antigas feitas de madeira, e percebemos que esse instrumento possui muitos botões, um fole e até um teclado de piano.
Conhecemos também alguns dos principais sanfoneiros brasileiros: Luiz Gonzaga, Dominguinhos e Sivuca. Enquanto ouvíamos muitas de suas músicas, nossa professora Ju nos ensinou a montar pequenas sanfonas, desafiando-nos a modelar o papel no efeito sanfonado. Com muitas cores e capricho nos desenhos, brincamos de ser sanfoneiros também.
Dando continuidade às nossas descobertas sobre os alimentos, nesta semana um dos grupos do Ateliê iniciou a exploração dos vegetables, seus sabores, gostos e diferenças.
Para iniciar esse novo desafio, juntamos os dois grupos no Pereirão para que uns trocassem com os outros o que sabiam sobre as frutas e os vegetais. Quais são as diferenças entre eles? Quais comemos com frequência no almoço? Os vegetais podem vir da terra? Por que as frutas têm sementes? O tomate é uma fruta?
Foi com essas perguntas que as crianças puderam ser introduzidas aos novos vocabulários de vegetables em inglês: broccoli, cauliflower, carrot, potato, onion, and others…
Para consolidação dessas palavras, ao final da conversa brincamos de tag food: uma brincadeira similar ao pique em português, em que cada criança, para escapar do pegador, deve falar o nome de uma fruta ou vegetal em inglês.
As crianças se divertiram muito juntas e puderam relembrar algumas palavras já conhecidas no Ateliê.
E como encerramento desta semana de tantas novas descobertas, fizemos um orange, carrot and beet juice! A grande novidade dessa receita foi a mistura entre uma fruta e dois vegetais. Com ela, pudemos relembrar um pouco o gostinho cítrico da laranja – já conhecido por nós – e perceber melhor como a cenoura e a beterraba o modificaram com sua cor, cheiro, textura e sabor.
Essas aventuras têm sido deliciosas e esperamos muitas outras pela frente!
Continuando as pesquisas, a turma conheceu a música Boitatá, de Ana Moura, antiga diretora da Sá Pereira. A canção, que também fará parte do repertório da Festa Junina, animou nossas manhãs. Juntos, dançamos e aproveitamos para brincar de dança das cadeiras. Os pequenos se divertiram a valer cantando sobre essa cobra brava.
O grupo recebeu também a visita da Amanda, professora da turma do Ateliê tarde, que veio compartilhar brincadeiras com luz e sombra. Juntos, produzimos desenhos mágicos usando rolo de papel, fita adesiva transparente e caneta futura. Colocamos a fita em uma das bases do rolo e desenhamos sobre ela. Com a sala toda escura, direcionamos a luz da lanterna atrás da imagem dos desenhos e apontamos o rolo para a parede branca, onde eles eram projetados. Muito entusiasmados com a nova invenção, fomos descobrindo que os desenhos também apareciam no teto, no chão e onde mais quiséssemos.
Conversamos sobre a relação entre a luz e o elemento fogo e relembramos outras formas e objetos em que encontramos luz ou calor. Lâmpadas, forno micro-ondas, lanternas, abajures, fogueiras e tantos outros foram citados pelas crianças. As pesquisas sobre o Boitatá e o elemento fogo estão envolvendo a turma, possibilitando novos caminhos para o projeto e nos aproximando da temática da Festa Junina.
Confeccionamos um jogo da memória com diferentes tambores. As crianças foram desafiadas a nomeá-los, encontrando os pares, exercitando a concentração, a memorização e o raciocínio lógico.
Ressaltamos as características dos tambores, destacando em quais gêneros musicais ou manifestações culturais encontramos cada um deles.
Em diálogo com o projeto da turma e com os festejos juninos, estamos explorando a zabumba, tambor presente nos trios de forró. Assistimos a vídeos, observando como o instrumento é tocado, percebendo seus ritmos e características marcantes.
Conhecemos também a música Coração Bobo, de Alceu Valença, que vem alimentando o repertório da turma:
Meu coração tá batendo
Como quem diz
Não tem jeito!
Zabumba bumba esquisito
Batendo dentro do peito…
A turma conheceu o artista J. Borges, como é conhecido José Francisco Borges, cordelista, poeta e um dos mais famosos xilógrafos de Pernambuco. As crianças fizeram uma releitura de uma de suas obras, que retrata o pássaro joão-de-barro.
A nossa Festa Junina está se aproximando e estamos escutando muitas músicas, ensaiando as danças e confeccionando diversas atividades para deixar a nossa festa mais linda e alegre!
Vimos vídeos de alguns trios de forró e conversamos sobre os instrumentos: zabumba, triângulo e sanfona. Dançamos um forrozinho juntos e foi bem divertido!
Além disso, tivemos o aniversário do Nicolas e a nossa turma adorou o lanche em que cantamos parabéns!
A turma recebeu mais uma visita. Flávia, mãe da amiga Carolina, veio nos contar um pouco sobre suas visitas à Floresta Amazônica. Através de fotos e vídeos, a turma embarcou nas emoções das festas, dos encontros com animais como os botos e dos passeios nos rios Negro e Solimões.
O que mais encantou as crianças foram as imagens e relatos sobre a festa que acontece na ilha de Parintins, às margens do rio Amazonas. Flávia nos contou que a festa representa o folclore do boi-bumbá, uma variação do bumba-meu-boi do Maranhão, que no Amazonas ganhou características próprias ao incorporar as lendas e rituais das etnias indígenas e da cultura popular da Amazônia. Atualmente a festa, que acontecia apenas nas ruas, se tornou um grande festival que expressa o agradecimento a São João, em uma mistura de histórias contadas, de pai para filho, que encontrou morada na ilha. Nela, dois bois se destacaram: o branco com coração vermelho, chamado Garantido, e o negro com estrela azul, denominado Caprichoso. Ambos disputam pela melhor apresentação no “Bumbódromo”.
A turma esteve no Jardim Botânico para observar algumas espécies da fauna amazônica presentes na coleção do Parque. No entorno das alamedas, as crianças vibraram ao apreciar diversos tipos de vegetação que foram estudados por elas ao longo do semestre, como o urucum, o pau-brasil e as vitórias-régias. No Lago do Frei Leandro, nossos meninos e meninas ficaram curiosos quando viram um peixe bem grande na água e presumiram ser um filhote de pirarucu, mas a amiga Antonia afirmou que se tratava do peixe traíra. Demoramos um pouco para encontrar a sumaúma, mas logo que avistamos corremos em sua direção e juntamos o grupo para registrar esse momento.
Após o passeio, as crianças expuseram suas impressões sobre a proveitosa tarde no Jardim Botânico:
“Eu gostei de ver as vitórias-régias.” (Martina)
“Eu gostei de ver a sumaúma e de lanchar.” (João)
“Eu gostei da sumaúma e de brincar no parquinho.” (Iolanda)
“Eu gostei de tudo. Do parquinho e do lanche também.” (Marina)
“Eu gostei muito da sumaúma.” (Gabriel)
“Eu gostei de ver as tartarugas e do pau-brasil.” (Pedro D.)
“Eu gostei de ver o peixe e do parquinho.” (Pedro J.)
“Eu gostei da árvore-tambor.” (Clara)
“Eu gostei de tudo e da pipoca.” (Miguel)
“Eu gostei do urucum e do pau-brasil.” (Filipa)
“Eu gostei da samaúma e da vitória-régia.” (Francisco)
“Eu gostei da tartaruga porque eu nunca tinha visto antes.” (Sebastião)
“Eu gostei do urucum e da sumaúma.” (Theodoro)
“Eu gostei de lanchar e ver a tartaruga.” (Raul)
“Eu gostei de ver as tartarugas nadando e pegando sol.” (Pérola)
“Eu gostei do riozinho.” (Antônia)
Com a chegada e preparação dos festejos juninos, a Turma da Tapioca embarcou para mais uma região do país. Desta vez, desembarcamos ao som de muito forró, na cidade de Pernambuco. E não é que o ritmo encantou todo mundo? Assim, conhecemos a história O Rei dos Mamulengos, de Rogério Andrade Barbosa. No enredo cativante, conhecemos a história do Manu, neto do Rei dos Mamulengos, que herdou, através das suas vivências e da admiração pela obra dos avós, a arte de encantar o povo nas ruas com teatro de bonecos.
Assim vamos nos aproximando cada vez mais da nossa cultura tão rica e da arte popular que embala o nosso Brasil.
Outro momento bastante significativo foi a visita do Andrea e da Saffira, avô e mãe da nossa querida Aurora. Eles vieram nos contar um pouco mais sobre a Amazônia e apresentar a maravilhosa Festa de Parintins, que faz parte da nossa cultura popular há quase cem anos. Começou quando dois bois, o Garantido e o Caprichoso, foram criados por indivíduos diferentes, representando a cidade de Parintins, uma ilha às margens do rio Amazonas. A grandiosidade da festa fez com que fosse criado o Bumbódromo para o grande espetáculo que envolve a cultura de etnias indígenas, a cultura popular da Amazônia e as nossas lendas, sendo a maior festa amazonense, uma referência mundial.