As propostas semanais desenvolvidas no Parque Lage durante os últimos meses no horário de inglês contaram com muitas brincadeiras, leituras e passeios.
Com o objetivo de continuar trabalhando o vocabulário apresentado em sala, e desfrutar da oportunidade de estarmos em contato tão próximo com a Mata Atlântica, utilizamos o brincar como um lugar seguro e confortável no qual as crianças são capazes de reconhecer e aplicar suas conquistas com o idioma. Assim, são feitas propostas que passam por jogos coletivos já conhecidos pelas crianças na língua materna, adaptando-os para a língua inglesa.
Alguns exemplos de propostas feitas: Food Tag, Food makers – no alfabeto feito de itens naturais passear pelo parque procurando frutas nas árvores e tentando nomeá-las em inglês, de acordo com o vocabulário que aprendemos. Brincamos também de pique-fruta, pique-vegetal e “Simon Says”.
Nestes encontros aproveitamos o interesse e curiosidade das crianças pela natureza para expandirmos o vocabulário em inglês.
Ao longo do nosso projeto, as crianças foram apresentadas a muitas frutas nacionais, como abiu, cajá e caju. Observamos cores, tamanhos, suas sementes e experimentamos seus sabores, novidades para muitas das crianças.
What taste does it have? Através dessa pergunta iniciamos o aprendizado dos sabores na língua inglesa: bitter, sour, sweet and salty. Com a ajuda de imagens, as crianças revisitaram a nossa degustação de frutas nacionais e em grupo trocamos opiniões sobre seus sabores.
Músicas e jogos movimentaram as aulas com o intuito de ampliar o uso da oralidade de forma divertida.
Nos cadernos, destacamos a escrita em inglês dos sabores aprendidos acompanhada de ilustrações produzidas pelas próprias crianças. Esses registros foram apresentados à turma, abrindo oportunidades para compartilharem ideias e encorajando a autonomia na comunicação.
As turmas estão engajadas nas pesquisas sobre a Mata Atlântica e têm feito descobertas interessantes sobre a interdependência de todos os seres vivos desse bioma: planta, bicho e gente.
A palmeira juçara, as aves e os quilombolas ganharam destaque especial nas pesquisas, deixando clara a importância da preservação para garantir a sobrevivência das espécies e o equilíbrio ecológico.
A palmeira alimenta várias espécies de animais, pois dá fruto o ano todo. As aves, que comem seus frutos, ajudam na dispersão das sementes e no nascimento de novas árvores. Os quilombolas do Vale da Ribeira, com todo o seu conhecimento sobre a floresta, se tornaram coletores de sementes da Mata Atlântica e garantem o replantio de florestas em áreas devastadas.
Uma beleza perceber essa relação! Todo esse conhecimento tem sido registrado no caderno de projeto, coletiva ou individualmente, criando contexto para escritas cheias de significado.
Nossa primeira parada levou as turmas à Zona Norte do Rio de Janeiro. Com o Riocard em mãos fomos a Madureira – “capital” do subúrbio carioca e berço do samba.
Para chegar até lá, com as mochilas e malas organizadas, foi necessário pensar no transporte que nos levaria ao destino. Carro? Ônibus? Metrô? Qual deles seria o mais rápido? Quanto custaria? Partimos para a pesquisa e descobrimos que o transporte mais rápido variava de acordo com o horário da viagem.
Para a F2M e a F2TB os transportes utilizados foram metrô e trem, e para a F2TA foram metrô e ônibus. As passagens ficaram em torno de R$ 11,50 e o trajeto durou cerca de 1 hora e 8 minutos.
As crianças ficaram animadas com a descoberta e registraram todas as informações no caderno, além de desenharem o trajeto percorrido. Mas o que encontramos em Madureira? Perguntem às crianças, pois elas vão adorar compartilhar!
Os ensaios estão a todo vapor! As turmas receberam o texto adaptado para o teatro da história “As serpentes que roubaram a noite”, de Daniel Munduruku, um autor indígena.
A distribuição dos personagens é sempre um momento emocionante, no qual desejos e generosidade são revelados e acolhidos pela turma. Fazer teatro é uma experiência coletiva que depende da harmonia e união do grupo para avançarmos artisticamente. Já demos esse passo, e agora o compromisso é conseguir ensaiar em casa também.
Na escola, cinco semanas equivalem a apenas cinco ensaios. O tempo parece curto para o tamanho do desafio, mas se pensarmos nos ensaios em casa significa que temos o tempo suficiente. Como disse Ferreira Gullar, “a arte existe porque a realidade não basta”.
Na escola não conseguimos ajudar as crianças a decorar o texto, mas sim a descobrir estados emocionais, pausas, respiração correta durante a fala, estimular e ensinar a projeção e articulação de voz, a construção do corpo de seu personagem, memorizar e criar as marcações, saber as entradas e saídas de cena, contracenar, desenvolver o foco e a concentração na coxia, a relação com o público, além de estimular as ideias que surgem durante o processo de construção da cena.
O desafio é grande, mas o entusiasmo e a alegria de experimentar a vivência da ficção também são. As crianças estão muito envolvidas, e é encantador acompanhar as conquistas individuais e ver o espetáculo se formando.
Como culminância das atividades relacionadas ao estudo dos “days of the week“, produzimos e jogamos um “game“.
As crianças escreveram numa cartolina os dias da semana. Ao jogarem o dice (dado), um dia da semana era sorteado. Então a professora fazia perguntas, como por exemplo:
What day of the week is this one?
What day of the week comes before Monday?
What day of the week comes after Saturday?
Is Sunday a school day or weekend?
As turmas estão investigando os diversos tipos de medidas. Debatemos e registramos o que podemos medir e também os instrumentos que podemos usar.
Utilizando régua, trena e partes do corpo as crianças mediram espaços e distâncias.
E o tempo, será que podemos medi-lo da mesma maneira?
Listamos quais são os instrumentos de medida de tempo que usamos, como o calendário, o relógio, o cronômetro e até o sol.
Conversamos sobre as unidades de tempo que utilizamos no nosso dia a dia. Em seguida, as crianças registraram o tempo que levam para cumprir algumas atividades do dia a dia: o tempo para tomar banho e para fazer a tarefa de casa, o tempo que passam dormindo.
E assim, pensando sobre a rotina, as crianças se apropriam das diferentes unidades de medida de tempo e se preparam para o próximo desafio que vem aí: a leitura das horas no relógio de ponteiro!
As aulas de música têm sido divididas entre o estudo da flauta e a criação coletiva das músicas e sonoplastias para a montagem teatral, adaptação do livro As Serpentes que Roubaram a Noite, de Daniel Munduruku, que está sendo ensaiada nas aulas de teatro.
Com essa parceria as crianças se envolvem no processo, ganhando autoria. As músicas criadas receberão arranjo e serão executadas ao vivo durante a apresentação da peça na Mostra de Artes.
O que é preciso para se ter uma boa história? As turmas já sabem que início, meio e fim não podem faltar.
Para aprimorar e enriquecer suas narrativas, estão praticando a descrição de personagens e cenários, atentos às suas características.
As turmas têm apreciado e analisado como referências contos que apresentem esses elementos e a estrutura narrativa de forma clara.
Sabemos que um bom texto não nasce pronto, exige dedicação e tempo de busca das palavras que melhor podem fisgar o leitor, cativando-o para a leitura.
Trata-se, portanto, de um trabalho de aprimoramento que se dará durante todo o ano.
Inspirados nas comemorações festivas que encantam nosso Brasil, as turmas estão brincando de conhecer mais sobre a Festa do Boi.
Assistiram a uma apresentação do Google e apreciaram vários “bois” de diferentes regiões. Como são ricos os seus bordados e enfeites! Quanta história e criatividade registradas nesses animais enfeitiçados pela cantoria e pela dança do nosso povo.
Toda essa beleza está sendo registrada em desenhos coloridos, composições em recorte e colagem e, como culminância deste projeto, cada turma está preparando um Boi em tamanho real! Todos estão envolvidos e se divertindo com esses trabalhos!
Ao término de cada ciclo, olhamos para trás a fim de rever e avaliar o caminho percorrido. Observamos o que estudamos e o que aprendemos, além de avaliar a melhor maneira de seguirmos em frente.
Avaliações e autoavaliações escritas e individualizadas fizeram parte deste momento para que as crianças se implicassem no lugar de estudante responsável, comprometido e, sobretudo, autor de suas aprendizagens.
Assim, ao fim de cada etapa do processo de ensino-aprendizagem, tomamos consciência das nossas ações e pensamos sobre como transformar o que é preciso.