As conversas sobre o projeto estão a todo vapor. Qual será o nosso tema de pesquisa?
Revisitando os registros feitos durante as semanas de sensibilização, vimos que muitos eram sobre fotografias, memórias e telas.
Retomamos a conversa: o que já sabemos? O que queremos saber? Algumas dúvidas surgiram, e muitas hipóteses também.
“Tem tinta dentro da câmera?”
“Tem foto que precisa de pouca luz!”
“Quem inventou as câmeras?”
“Como a foto aparece na tela e no papel?”
Parece que o caminho de pesquisa está começando a ser definido.
Materiais e visitas sobre o tema serão bem-vindos!
Na F3M as discussões sobre o Projeto mobilizaram as crianças. Entre muitas perguntas e curiosidades, diversas propostas aguçaram ainda mais os olhares.
A ideia de estudar energia surgiu como um dos grandes temas para pesquisa.
Como tantos objetos funcionam de formas diferentes usando fontes de energia?
Pedimos que os alunos escolhessem em casa máquinas tecnológicas, para desenhá-las e tentar descobrir suas fontes de energia.
A socialização na turma foi pra lá de animada. Além de muitos desenhos detalhados, o grupo percebeu que há em casa diversos tipos de tecnologia que funcionam com energia elétrica.
Houve outros exemplos interessantíssimos, como máquinas de costura antigas, que funcionam por acionamento de pedais; bonecos de corda; brinquedos que funcionam com o vento; e outros com fontes diversas, como gás, bateria, e até os que usam mais de uma fonte de energia.
Fomos contemplados, também, com as contribuições dos responsáveis. Livros, exemplos de trabalho, imagens, ideias de pesquisa e uma “máquina” preparada especialmente para a socialização, construída pelo Ilan, pai da aluna Bia.
Com fios, pilhas, motor e uma pequena roda que girava muito rapidamente ao ser ligada, o invento fez muito sucesso.
A energia da máquina empolgou os alunos, que fizeram muitas perguntas:
“Seria possível construir outras máquinas como essa?”
“Do que precisa?”
“Como funciona?”
“Todas as máquinas surgiram assim?”
“Mas isto é uma máquina?”
“O que é um motor?”
“Pilha e bateria são a mesma coisa?”
Essas questões deixaram nossa manhã carregada de explorações, hipóteses e desejos.
É a energia da curiosidade!
O aprendizado da Matemática está ligado à curiosidade, à pesquisa, às deduções, às discussões, aos experimentos e também ao desenvolvimento do raciocínio lógico.
Com desafios de sequências lógicas, as F3 dispararam o trabalho de raciocínio lógico. Os alunos foram desafiados individualmente e também em pequenos grupos.
Aguçaram os olhares e colocaram a “cachola” para trabalhar, identificando padrões e descobrindo as “charadas” de cada desafio.
Depois da apropriação de algumas estratégias, criaram sequências lógicas para os amigos solucionarem.
Desequilibraram certezas e confrontaram hipóteses nessa brincadeira para lá de séria.
As F3 passaram as últimas semanas trabalhando no projeto deslocamento.
Depois de conversarmos um pouco sobre esse conceito, os alunos foram orientados a pensar em algo que se deslocasse.
Muitas foram as ideias que, depois de desenhadas com bastante capricho, se transformaram em uma colagem de papel colorido, na qual os elementos eleitos para se deslocar o fazem por meio de um mecanismo construído com barbante.
Os trabalhados ficaram lindamente animados!
Nas aulas de Educação Física das F3, F4 e F5 do turno da tarde resgatamos os piques que os estudantes conhecem.
Depois, outras ideias surgiram, e novos piques foram criados, movimentando as aulas.
Além dos piques, ampliamos o repertório do jogo queimado, importante para o desenvolvimento da agilidade, do raciocínio lógico, da resolução de problemas, da cooperação e da competição, entre outros aspectos que serão, mais adiante, fundamentais para a prática dos jogos desportivos.
Variações do queimado como ajuda, coringa, escudo, rei e rainha, xadrez e guerra foram experimentadas em nossas aulas.
Dando continuidade à exploração corporal da evolução da imagem, nas aulas de Dança das F4 conversamos sobre a luz e a sombra.
Conhecemos trechos do espetáculo Shadowland, da companhia Pilobolus.
O encantamento com o espetáculo e a descoberta das possibilidades do corpo animaram os alunos a criar formas e movimentos, ampliando seu vocabulário corporal.
As F4 aprofundaram seus conhecimentos sobre os sistemas de medidas.
Uns iniciaram o trabalho pelas medidas de comprimento; outros dispararam os estudos com as medidas de capacidade.
Com trena, fita métrica, régua, embalagens de diversas capacidades e medidores, as crianças se organizaram em grupos para experimentar esses instrumentos de medida pela escola.
Se um metro tem cem centímetros e a porta da sala marca 216 centímetros, então ela tem 2 metros e 16 centímetros?
E 1,5 litro? Como podemos ler essa medida? O que a vírgula representa?
Fazendo conversões simples, sempre acompanhadas de experimentações, avançamos no estudo do universo das medidas.
Os desafios continuarão nos próximos dias, com as situações-problema.
O preparo de receitas e outras atividades bem divertidas estão previstos, garantindo uma aprendizagem que seja, de fato, significativa.
A fotografia Le Corcovado, com o subtítulo Largo dos Leões, de Marc Ferrez, presente na sinalização da escola, foi escolhida para ser trabalhada com as F4 nas aulas de Artes.
A obra fotográfica representa o morro do Corcovado sem a escultura do Cristo Redentor; a Rua São Clemente com bonde e nenhum carro, muitas árvores e nenhum prédio.
Para exercitar o olhar, os alunos ficaram apenas um minuto observando a imagem.
Depois, cada um relatou algo que se lembrava de ter visto.
Fizemos uma lista e comparamos com a imagem novamente projetada no quadro.
Muitos acertos e alguns erros, muitas risadas.
Em seguida, os estudantes foram desafiados a desenhar a foto de memória.
Alguns achavam que a tarefa seria impossível, mas no final todos conseguiram.
Nas F5, estamos conversando sobre esse tempo reservado para a Tribo. Para que serve?
Individualmente, os estudantes foram refletindo sobre todas as vivências que tiveram até aqui, desde o Segundo Ano do Fundamental I, e trouxeram muitas respostas sobre como se sentem nesse tempo de conversa com a Orientação.
Como podemos aproveitar ainda mais este espaço que já é garantido e tão valorizado pela proposta da escola?
Precisamos estar atentos à construção da autonomia como estudante. Pensar na postura frente às relações sociais e as aprendizagens pedagógicas é importante para que todos se sintam preparados para continuar seu desenvolvimento.
Estamos refletindo e conversando sobre esses aspectos tão importantes para nos sentirmos confortáveis e seguros na escola. Esse momento de troca e análise das situações que mobilizam as crianças no dia a dia exercita o ouvir e o pensar.
“A Tribo é um lugar para conversar, relaxar e falar o que está acontecendo com você ou com os amigos. A gente conversa, se você está triste ou com raiva ou feliz, e se resolve.”
“A Tribo serve para resolver os problemas da escola e os pessoais. Eu gosto muito desse espaço porque só ficamos eu, a turma e a orientadora.”
“A Tribo é um lugar que nos incentiva a resolver os problemas dos alunos. Com ela, os alunos podem trocar ideias. Por exemplo: como posso melhorar? Eu acho que ela contribui ajudando os alunos a se acalmarem.”
“A Tribo serve para conversar e se resolver.”
“Ajuda a controlar as brigas e todos conversam e dá tudo certo. Cada um tem o seu jeito.”
“Tribo é um lugar onde a gente conversa sobre coisas da escola. Esse espaço ajuda a resolver algumas coisas que estão acontecendo na escola e nos machucando.”
“Se não tivesse a Tribo nós não conseguiríamos conversar e resolver os problemas. Eu me sinto acolhido na Tribo, porque eu posso me abrir e ninguém vai rir de mim. A Tribo me ajuda a pensar e melhorar meu comportamento em casa e na escola.”
Nas aulas de Dança das F5, dialogando com o projeto dessas turmas, fizemos uma aula sensorial usando folhas de papel A4.
Observamos a forma, o peso, a textura de cada folha e experimentamos trazê-la para o corpo, massageando-nos e equilibrando-a em diferentes partes.
Ao final dessa vivência observamos as marcas deixadas nas folhas por nossos corpos.
Riscamos as linhas que essa exploração formou e os alunos escreveram nas folhas palavras expressando o que tinham sentido durante o processo.