Após conhecermos a canção de boas vindas “Po Hamek”, de origem Krenak, começamos a transpor uma versão nossa da música com os instrumentos da sala de aula (violões, ukulelê, canos musicais, flautas, escaletas, teclado, vibrafones e uma variedade de instrumentos de percussão).
Curiosos pela cultura krenak, assistimos a um pronunciamento de Ailton Krenak no Congresso Nacional e a um trecho do documentário sobre a história do povo Krenak (Bororo) e ficamos impactados com a visão de mundo tão diferente da nossa e o tamanho da opressão e devastação provocada pelo homem branco.
Ouvimos os sons da região do Rio Doce, habitada por muitos pássaros, tentamos imaginar a linha do tempo Krenak contada pelos sons ambientes e iniciamos a criação de uma Paisagem Sonora que representasse essa história: as guerras, o massacre, os navios, a ferrovia e seus sons invasivos, mas também a natureza e os cantos bororos.
Exploramos as sonoridades dos instrumentos musicais, exercitando sensibilidade e expressão, e também ampliamos nossa indignação e empatia.
As turmas estão aprofundando seus conhecimentos a respeito dos grafismos e padronagens criados pelos diversos grupos indígenas do Brasil.
A partir da apresentação de trabalhos do artista uruguaio Joaquín Torres-Garcia, iniciamos uma conversa sobre como o lugar de origem do artista pode influenciar seu trabalho, e também sobre grafismos, símbolos e simplificações. Vimos que o artista acreditava que devemos nos orientar a partir da nossa própria cultura antes de olhar para outras, como uma forma de afirmar seu lugar no mundo e valorizar suas raízes.
Quando comparamos o painel Pachamama, de Torres Garcia, com com uma pintura Kusiwa – arte gráfica do povo Wajãpi, grupo indígena que vive no Amapá – eles perceberam a inspiração e semelhanças com a arte de povos originários: a simplificação, os grafismos, a repetição. Com esse entendimento iniciamos um mergulho na arte Kusiwa, patrimônio cultural brasileiro: seus simbolismos e suas diversas aplicações. Aprendemos que essa forma de se expressar tem a ver com a maneira como vivem e percebem o mundo, de acordo com seus mitos e tradições ancestrais. Depois as turmas brincaram de adivinhar qual bicho os diversos grafismos wajãpi simbolizavam.
Na aula seguinte continuamos nossa pesquisa, e vimos que cada grupo indígena brasileiro tem nos grafismos sua própria forma de se representar o mundo, resultando numa diversidade imensa de símbolos, significados, padronagens e aplicações para essa arte. Inspirada nessa forma de representar o que nos rodeia, a turma criou grafismos e padronagens com elementos da própria sala de artes.
Ainda temos bastante trabalho pela frente: nas próximas aulas vamos conhecer o trabalho da artista indígena contemporânea Jaguatirika, desenvolver uma arte cartográfica para homenagear os diversos povos originários do Brasil e, por fim, será realizada uma oficina de pulseiras de miçangas.
As turmas fizeram uma atividade utilizando tampinhas de garrafa pet. Em grupos, deviam montar quadrados (completamente preenchidos) usando as tampinhas e preencher uma tabela que associava a quantidade de tampinhas em cada lado dos quadrados com a quantidade de tampinhas utilizadas para montar o quadrado todo.
No entanto, havia um desafio: a tabela tinha de ser preenchida até o final (quadrado de 20 por 20 tampinhas) e, em algum momento, as tampinhas não eram mais suficientes para continuar a fazer quadrados maiores.
Assim, os estudantes tiveram de encontrar um padrão para continuar completando a tabela até o final. Posteriormente, foi discutido sobre esta ser uma sequência muito importante na matemática: a sequência dos números quadrados (1, 4, 9, 16, 25, 36, 49, …).
Conversamos sobre o uso do nome quadrado e seu motivo. Desta maneira, os alunos foram apresentados ao novo conteúdo a ser estudado: a potenciação.
Rumo ao fim de trimestre as turmas apresentaram seus trabalhos oficialmente, com o tema “The World Diasporas“, tendo como base o projeto institucional “Brasil: é feito de quê?” e suas pesquisas ao longo do trimestre sobre a formação plural do povo brasileiro.
Com a presença de convidados especiais, nossos coordenadores Rafael Bronz e Roberta Porto, os alunos deram um show de habilidades tecnológicas, linguísticas, sociais e culturais.
E não para por aí! Esta semana as turmas estão fazendo as avaliações finais do trimestre de uma forma bem diferente: online! Com o uso da plataforma Nearpod os alunos podem responder às questões através da gamificação e também de gravações de voz, vídeos, anexando itens e links importantes e fazendo seus próprios memes. Cool!
We can’t wait for the next quarter! See you!
Em consonância com o projeto institucional “Brasil: é feito de quê?”, as turmas realizaram a leitura dramatizada da peça A História do Amor de Romeu e Julieta, de Ariano Suassuna.
Essa atividade marca o início do trabalho que tem como objetivo investigar e conhecer vida e obra do autor através da prática de montagem. Durante a leitura, os alunos puderam perceber como Suassuna adaptou a famosa história de William Shakespeare para a cultura brasileira, acrescentando elementos da cultura nordestina, como o cordel e o repente, sem perder a poesia e a beleza do texto original.
A leitura coletiva permitiu, também, explorar as nuances dos personagens, compreendendo melhor suas motivações e sentimentos. Essa etapa representa apenas o começo do trabalho. Na próxima fase os alunos irão ensaiar e pensar nos elementos da encenação, como cenário, figurino, sonoplastia e iluminação.
Com a aproximação das avaliações de estudo da língua e leitura, os alunos tiveram momentos de revisão com listas de exercícios feitos em grupo.
Ao final dos exercícios, cada grupo ficou responsável pela correção de uma parte da matéria no quadro. Aqui acreditamos na máxima de Paulo Freire: “Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender”.
Nas aulas de Dança das F8, recebemos a visita da nossa professora Desirée. Dê, como é chamada por toda a equipe, é uma estudiosa da cultura afro-brasileira e veio compartilhar conosco um pouco dos seus conhecimentos.
Na F8MB, nos trouxe o pagode do Fundo de Quintal e o pandeiro único de Bira, que dialoga também com as aulas de música. Falou de suas vivências no candomblé e em seguida sobre o jongo, nos presenteando com uma roda cheia de histórias, música e dança.
Na F8MA, não conseguimos deixar o candomblé. Foram muitas as perguntas e curiosidades vindas de nossos alunos.
Na próxima semana começaremos a organizar tudo que aprendemos e vivenciamos em nossos últimos encontros, visando uma grande roda que celebre a herança da cultura africana em nossa identidade cultural.
Estamos finalizando a leitura da primeira parte do livro Memórias de índio: uma quase autobiografia, de Daniel Munduruku. Cada aluno fica responsável por apresentar um capítulo nas aulas de biblioteca. Assim, a cada semana, temos trocado reflexões sobre a vida do escritor munduruku.
Nessa roda, concluímos a primeira parte da história: a infância. As alegrias e desafios vividos por ele e sua família como indígenas em uma comunidade urbana, o dia a dia na escola, a discriminação social e racial, as dificuldades financeiras, as primeiras paixões, a importância de amadurecer e de respeitar os mais velhos, entre outras questões e comparações, foram temas que fizeram parte da nossa conversa.