Trilha Musical Armorial Revisitada

F7 – Música

As turmas encararam com entusiasmo o desafio de montar a peça “A História de Amor de Romeu e Julieta”, de Ariano Suassuna.

Iniciamos o ano oportunamente conhecendo o gênero do Maracatu pernambucano, aprendemos algumas células rítmicas identificadas neste tipo de música com os instrumentos da alfaia, gonguê e agbê.

Praticamos e memorizamos os toques com auxílio da vocalização dos ritmos, associando a frase e dançando. Ao contextualizar a cultura pernambucana, assistimos a um pequeno documentário que antagoniza dois movimentos artísticos locais: o Movimento Armorial e o Mangue Beat. Foi o ponto de partida para a opção estética na montagem da peça, polarizando Montéquios e Capuletos, Tradição e Vanguarda, Guitarra e Rabeca.

Além de aproveitar o maracatu “Senhora do Rosário” para compor a trilha, começamos a estudar o arranjo de “Romance de Minervina”, de Antônio Madureira, identificamos parentesco entre o Maculelê e o Tamborzão Carioca e “atualizamos” a letra e o arranjo para os versos de Bernal Francês.

Kuarup

F6 – Dança

Dando continuidade às nossas pesquisas sobre a dança indígena, trouxemos o Kuarup, um ritual de passagem realizado por diferentes povos indígenas, no qual os mortos são celebrados.

Depois de lermos sobre o ritual, assistimos a alguns trechos de documentários, observando os movimentos e atentos ao que poderíamos aprender para nossa coreografia.

Em seguida, assistimos ao espetáculo Kuarup, do balé Stagium, companhia de dança de São Paulo. A obra de Décio Otero e Marika Gidalgi estreou em 1977 e segue atual nos dias de hoje. É símbolo da repressão, da resistência e da força violenta que foi e continua sendo aplicada sobre os povos originários.

Nas conversas que surgiram dessa apreciação os estudantes trouxeram muitas referências das aulas de história e geografia, que só engrandeceram nossos questionamentos:

“A gente viu na aula de história que a relação deles com a dança, com a natureza, com a vida, é  muito diferente da nossa.”

“Pra gente fazer essa coreografia, a gente precisa ter muito respeito com a cultura deles.”

“Eles estavam aqui muito antes do Brasil existir. Acho que o espetáculo fala um pouco disso através da dança, né?”

Começamos então a esboçar nossa coreografia, trazendo um pouco do que aprendemos, homenageando esses povos tão importantes em nossa identidade cultural.

TikTok

F9 – Dança

Começamos perguntando aos alunos:

Qual a sua relação com a dança? Quando e onde você dança? Dançar provoca quais sentimentos em você?

“Eu não gosto de dançar.”

“Eu danço no meu quarto, em festa, aqui na escola.”

“Minha relação com a dança é boa, eu gosto de dançar, eu danço sempre.”

Ouvimos com atenção as respostas de cada um e pedimos para que nos ensinassem algumas coreografias dançadas por eles no aplicativo TikTok.

Juntos, observamos que a linguagem apresentada nesse universo é uma linguagem de gestos, de movimentos mais contidos, e que tem poucos deslocamentos.

Uma aluna nos disse: “Roberta, o TikTok é meio zoação, sabe?”.

Buscando acolher o que apreciam e produzem nesse meio, mas sem deixar de ter um olhar crítico e tentando aproximar a relação que eles estabeleceram com o app e o nosso projeto, fizemos a proposta de tentar criar um trabalho com gestos, usando músicas significativas na identidade cultural brasileira e que exigissem uma pesquisa de movimentos que não fossem mímica.

Juntos eles fizeram uma extensa lista, com diferentes ritmos, e em grupos escolheram cinco músicas para trabalhar. Para ajuda-los nessa criação, trouxemos um trecho do documentário Pina, no qual um bailarino dança com as mãos a música Leãozinho, de Caetano Veloso, o clipe Amarelo, Azul e Branco, de Anavitoria e Rita Lee, e Estrada Branca, do Ordinarius.

Tem sido um desafio para nossos estudantes pensar em gestos não figurativos. Aos poucos, as pequenas sequências coreográficas estão ganhando forma e nas próximas semanas vamos registar esse trabalho, pensando também na iluminação, figurino e maquiagem.

Performance

F7

Nas aulas de Teatro das F7 estamos desenvolvendo uma experiência cênica inspirada em vários artistas, e que culminará em uma performance cujo tema central será a Revolução Industrial.
Vamos utilizar três poemas políticos do Bertolt Brecht, experimentando o diálogo com as aulas de Música, nas quais as turmas estão estudando a banda Kraftwerk.
Conversamos sobre a biografia e a importância de Brecht, de sua obra extensa e imprescindível para todos nós, tanto nos aspectos políticos quanto para cena teatral do século 20.