Sá Pereira com novos desafios!
Em 2022, iniciamos o Ensino Médio com uma nova estrutura e uma equipe docente majoritariamente nova.
No turno da manhã, estamos oferecendo as disciplinas tradicionais e, pela tarde, um currículo eletivo com cursos e oficinas sobre temas diversos. Uma proposta inovadora, de tempo integral e de acordo com a nova política educacional brasileira.
Teremos um ano cheio de desafios, inspirações e experiências enriquecedoras.
A coordenação pedagógica está à disposição para receber famílias interessadas em conhecer detalhadamente, desde já, o novo segmento.
Na fotografia, a primeira aula de Língua Portuguesa com a professora Isadora Xavier.
Quem é “cria da casa” sabe da importância do nosso Informe semanal para a comunidade escolar. São textos escritos pela Direção, pelos coordenadores, professores e alunos, com o objetivo de partilhar as experiências mais significativas da semana de cada turma.
Uma forma de as famílias acompanharem a rotina escolar de seus filhos, de saberem o que está acontecendo nas turmas e na escola como um todo.
É também importante recurso de documentação para avaliação interna e até externa das práticas pedagógicas da Sá Pereira.
Com a implementação do Ensino Médio, entendemos que esse registro ainda se faz necessário, mas com formato e periodicidade diferentes.
Faremos uma edição mensal para a M1, simultânea à publicação semanal dos outros segmentos, apenas com as notícias da turma. Os avisos seguirão pelo aplicativo da escola (famílias) e pelo Classroom (estudantes).
Esperamos que apreciem esse trabalho, adequado ao novo momento de nossos adolescentes e suas famílias, mas feito com o cuidado e o carinho de sempre.
Todos os anos, através de um processo democrático que envolve responsáveis, discentes e docentes, a Escola Sá Pereira define um tema institucional como disparador dos processos de pesquisa em todos os segmentos.
A partir de sugestões das famílias e debates com os alunos do Fundamental, ficou marcado o desejo do tema tecnologia por grande parte de nossa comunidade escolar.
Após dois anos de pandemia, a presença da tecnologia digital na vida de todos teve um salto quantitativo, e talvez essa seja uma das possíveis explicações de esse tema ter sido o mais mencionado.
A pandemia mudou nossas relações com o trabalho, modificou nossa maneira de aprender e ensinar, redesenhou nossa forma de nos comunicar, colocou a saúde mundial em xeque, ressignificou o nosso espaço A Casa (tema de 2021), além de acarretar outras diversas implicações em nosso cotidiano.
Segue a justificativa de nosso projeto Tec aqui, tec lá. O que mais podemos inventar? (link).
A equipe de professores da Escola Sá Pereira está com novos integrantes, para trabalhar no Ensino Médio. Hoje somos 14 profissionais da educação desejosos de construir uma experiência desafiadora, inspiradora, crítica e criativa.
Pamela (Matemática), Gustavo (História e Projeto em Ciências Humanas), Roberta (Dança), Jade Prata (Projetos Ambientais), Felipe (Ed. Física) e Clara (Inglês) são os docentes da casa, que vão compartilhar o que sabem sobre a escola.
Natasha (Filosofia e Sociologia), Rodrigo (Física e Laboratório Maker), Diomário (Geografia), Andrea (Biologia), Isadora (Língua Portuguesa e Literaturas), Guilherme (Química) e Clementino (Realizações Audiovisuais) são as caras novas e que trazem saberes de outros espaços escolares.
Pedro Henrique e Rita são os responsáveis pela gestão pedagógica e pelo projeto de vida organizado no espaço da Tribo.
O espaço da Tribo – Projetos de Vida foi importante para acolher as expectativas de chegada neste segmento e ajudar os estudantes a lidar com as mudanças de seu cotidiano escolar.
Eles estão animados. Procuramos acompanhar e orientar um pouco a rotina na escola e em casa, lembrando de recursos que podem facilitar a organização.
Temos nos aproximado, construindo vínculos, laços que facilitarão esse acompanhamento e as discussões que se desdobrarão em nossas manhãs.
Buscamos estimular o aproveitamento do espaço da escola também para estudos, trabalhos em grupo, trocas entre segmentos, formação do grêmio, elaboração de projetos coletivos e outras possibilidades.
Sentimos que os alunos vêm se tornando mais íntimos da casa nova, cujo espaço reconhecem melhor, marcam encontros.
Desse movimento já surgiu a primeira ação coletiva que, em parceria com o Nono Ano, teve por objetivo recolher e encaminhar doações aos desabrigados de Petrópolis.
Todos os recursos e ajudas são bem-vindos.
Na primeira semana, em Língua Portuguesa, a turma fez uma leitura detalhada do projeto Tec Aqui, Tec Lá, o que Mais Podemos Inventar?
Discutimos os saberes tecnológicos vindos do continente africano nos campos da escrita, da Medicina e da Astronomia.
Os estudantes apresentaram sugestões e complementações para o Projeto e pensaram também em formas de aliar a literatura às novas tecnologias.
Nas aulas seguintes conhecemos o projeto MixLit – O DJ da Literatura, de Leonardo Villa-Forte, que traz o conceito de remix literário: criar um conto a partir de outros já existentes.
Fizemos, então, uma experimentação na biblioteca, com atividades inspiradas nesse conceito. Conversamos sobre processos de apropriação trazidos pela internet e sobre os significados de compartilhar, copiar, colar, recriar.
Prosseguimos abordando variados gêneros textuais; os conceitos de linguagem conotativa e denotativa.
Os alunos receberam textos das edições de janeiro e fevereiro da revista Piauí, fizeram uma breve exposição dos temas e identificaram os gêneros dos textos recebidos.
Propusemos a adaptação dos textos expositivos e dissertativos para textos narrativos.
Os alunos escreveram contos inspirados nas reportagens da revista.
Os estudantes chegaram animados para reencontrar os amigos, conhecer os novos colegas e com muita vontade de partilhar as histórias e curiosidades de suas férias.
Fizemos uma brincadeira reproduzindo uma trend do Instagram, compartilhando cinco curiosidades. Apresentamos a estrutura gramatical simples para expressar rotinas e hábitos. Pedimos que os estudantes escrevessem anonimamente cinco curiosidades e colocassem o papel dobrado em uma sacola.
Então convidamos cada estudante a sortear um e ler em voz alta. Os colegas deveriam tentar adivinhar o autor.
A atividade garantiu boas gargalhadas e facilitou a integração da turma.
Na semana seguinte vertemos para o inglês trechos da justificativa do Projeto Institucional.
Os alunos, em grupos, escolheram os trechos com os quais queriam trabalhar. Os grupos que tinham os mesmos textos compararam suas versões.
Criamos uma bolha de palavras presentes nessas traduções e anotamos sinônimos, para depois criarmos um mapa mental ao qual foram acrescentados termos referentes à tecnologia.
Esses mapas ficaram expostos na parede da sala de aula e fotografias no Google Classroom.
São chamados de trick shot os movimentos, jogadas ou ações corriqueiras realizadas de um jeito incrível.
Aparentemente impossíveis de realizar, eles viralizam nas redes sociais, como acontece, por exemplo, com o flip da garrafa.
Neste início de ano, da F6 à M1, os estudantes foram convidados a criar, nas aulas de Educação Física, desafios que exigissem muita concentração e perseverança.
Desafio aceito: depois de muitas tentativas, quando alguém conseguia, todos comemoravam.
Durante a fase de sensibilização da eletiva de Dança, fizemos uma dinâmica corporal que nos ajudou a entender o conceito de tecnologia e nos aproximou do tema Dança e Tecnologia, de nossa oficina.
Vimos que as artes e as ciências tecnológicas, caminhando juntas, vêm mudando a forma como o espectador interage com a arte.
Assistimos a espetáculos de dança como recursos tecnológicos amplamente explorados, integrados de forma significativa à coreografia e à atuação dos bailarinos.
A variedade desses trabalhos foi instigando nossos alunos e despertando neles o desejo de trabalhar com movimento e luzes, fluorescentes, lanternas, luz negra, projeções…
O que mais eles gostariam de explorar? O que gostariam de expressar? Qual o propósito de criar um espetáculo?
Lemos trechos do capítulo “O Universo das Artes”, do livro Convite à Filosofia, de Marilena Chauí. Discussões, perguntas e reflexões sucederam a leitura, resultando na escolha do título Tekhne para nosso trabalho.
Planejamos a experimentação e a exploração dessa palavra grega que deu origem a tecnologia, que significa técnica, arte, ofício.
O desafio agora é entrelaçar desejos e ideias, criando uma narrativa coreográfica consistente, que envolva os estudantes em cada etapa dessa prática de montagem.
Nos primeiros encontros de Realizações Audiovisuais, fizemos um passeio, com exposições e atividades práticas, partindo do pré-cinema, passando pelos brinquedos óticos – com os quais fizemos exercícios rápidos de animação no papel e ciclos de animação – até a chegada do cinematógrafo, marco inicial do cinema atual.
Propusemos também a atividade video-selfie. Os alunos se apresentaram experimentalmente em vídeos sem falas ou legendas para se expressar.
Os tempos de Matemática da semana foram chamados de Matemática 1 e Matemática 2.
Em Matemática 1, lançamos um pequeno desafio para ser vencido em duplas: um problema cuja resolução demandava raciocínio lógico.
Os estudantes foram bem-sucedidos em suas estratégias. O que não sabiam é que o problema envolvia o estudo dos Conjuntos, que viria a seguir.
Sabemos que a Matemática é também uma linguagem; a Teoria dos Conjuntos torna isso mais evidente, pela presença de símbolos novos e de uma nova maneira de representar e registrar.
Em Matemática 2 temos feito a revisão de tópicos importantes para o estudo de Semelhança e Teorema de Tales, que virá em breve.
Em Física, iniciamos com a discussão sobre a importância das unidades de medida e do Sistema Internacional.
Os alunos criaram as próprias unidades de comprimento (brasileirinho, textu e trome), fizeram medições e constataram que é melhor ter uma unidade padrão, com múltiplos e submúltiplos.
Para iniciar o estudo de calor, realizamos um experimento sobre sensação térmica. Os alunos colocaram uma mão em água fria e outra em água quente.
Após um tempo, mergulharam as duas mãos em um recipiente com água em temperatura ambiente. Descobriram que a sensação térmica não é absoluta, e sim relativa, comparativa.
Entendendo melhor os conceitos de calor, sensação térmica e temperatura, partimos para o estudo da Termologia, que será aprofundado.
Ao longo de fevereiro, nas aulas de Química, vimos como a metodologia científica é construída por etapas e como está entrelaçada com a produção de conhecimento científico e químico.
Na atividade inicial, os estudantes vivenciaram o método científico partindo da história Bicicleta na Árvore.
Cada estudante pôde observar na prática a forma como as etapas dessa metodologia são elaboradas e como se interconectam.
Na semana seguinte, retomamos os conceitos e debates, em uma atividade de sistematização. Utilizando o samba-enredo da Mangueira, de 2005, discutimos aspectos da ciência e da tecnologia em nossa sociedade.
Para contextualizar a metodologia científica com a Química, os estudantes foram convidados a fazer, no laboratório de Ciências, experimentos que pudessem comprovar se o ar atmosférico é matéria ou não.
Ao final, os conhecimentos sobre a matéria e sobre o átomo foram transpostos à experimentação e à prática realizada.
O estudo da Biologia teve início com a discussão sobre a ciência como uma das formas de o ser humano conhecer o mundo.
Relembramos as etapas do método científico e conversamos sobre as Ciências da Natureza, seus fenômenos e particularidades.
Verificamos as complexidades inerentes ao estudo da vida, face à grande biodiversidade do planeta.
Optamos pela definição da Nasa, segundo a qual vida “é um sistema químico autossustentável, sujeito à evolução darwiniana”.
Mergulhamos então nas características gerais dos seres vivos. Uma das que geraram mais dúvidas foi a capacidade de reação e movimento. Microrganismos reagem a estímulos? E as plantas?
Muitas questões surgiram, e o exemplo da dormideira – Mimosa pudica – foi lembrado, pois essa espécie vegetal reage rapidamente a estímulos.
Partimos para a plantação, na escola, de um canteiro de dormideiras, plantinhas singelas e espontâneas, parte da infância de alguns de nós.
As primeiras aulas de Projetos Ambientais foram uma pequena prova do que esse estudo promete: conciliar teoria e prática.
Começamos com dinâmicas que visavam a “quebrar o gelo”, descontrair, gerando um ambiente no qual os estudantes se sentissem à vontade. Apresentamos, também, a proposta metodológica para o primeiro semestre: a produção do diagnóstico socioambiental de uma região a ser definida coletivamente, ao longo das aulas.
No encontro seguinte, os estudantes criaram mapas afetivos da região onde moram. Em seguida saímos da escola e, percorrendo o entorno, antecipamos o que vamos vivenciar neste trimestre.
A atividade gerou a criação de um mapa da região, com identificação de problemas socioambientais e sugestões para resolvê-los.
No Laboratório Maker, iniciamos trabalhando a comunicação e a importância da documentação precisa, habilidades necessárias para o desenvolvimento dos futuros projetos.
Recriamos um desenho e construímos um projetor de holograma apenas por instruções; criamos o manual de instruções para a montagem do protótipo que iríamos construir; otimizamos um projeto de mão articulada.
Muitos projetos ainda estão por vir. Estamos só começando!
Iniciamos as aulas de História discutindo o conceito de feudalismo e abordando as causas da crise feudal.
Identificamos os acontecimentos que deram origem à Idade Moderna: a Formação dos Estados Europeus, as Grandes Navegações, o Renascimento e as Reformas Religiosas.
Já estamos estudando e debatendo o processo de formação dos Estados Europeus.
Nas aulas de Geografia, conversamos sobre a presença cotidiana dos temas relacionados a esse estudo.
Refletindo sobre o que tem ocorrido na cidade de Petrópolis, desenvolvemos o tema da Cartografia, buscando levantar as causas desse tipo de desastre ambiental e consequente tragédia social, e também sobre formas de evitá-lo.
Nossas primeiras aulas tiveram aspectos exploratórios e investigativos.
Muitos alunos já tinham algum conhecimento nessas áreas, e nosso desafio foi conciliar as propostas com o tema do Projeto Institucional e com o interesse prévio da turma.
As reações dos estudantes às provocações lançadas trouxeram contribuições pertinentes e ajudaram a definir estratégias pedagógicas.
O interesse e a empolgação que eles demonstraram serão ingredientes importantes nessa nova caminhada.