Iniciamos a oficina de Jogos e Brincadeiras apresentando para os novos integrantes do Ateliê os jogos e materiais que foram produzidos nos últimos anos pelas crianças. Elas tiveram a oportunidade de mostrar e contar detalhes dos jogos que confeccionaram.
Também conversamos sobre jogos que elas conhecem, listamos e perguntamos sobre seus jogos preferidos e pedimos que os trouxessem para compartilhar com os amigos.
Após esse período de culminância, iniciamos um jogo novo: “Yoté”, jogo de tabuleiro de origem africana. Ele estimula a criação de estratégias, desenvolve a observação, a criatividade e o raciocínio lógico.
Ainda movidos pela diversão, reunimos os grupos para jogar juntos, e as crianças puderam compartilhar estratégias de movimentos, ajustar táticas e enriquecer a experiência coletiva. Esses momentos de troca foram recheados de descobertas!
A cada ano nossa lista de jogos cresce, proporcionando mais oportunidades para o aprendizado e a diversão.
Durante as primeiras semanas de aula vivenciamos o Carnaval dentro e fora da escola.
Heitor dos Prazeres foi o artista escolhido para começarmos a explorar essa festa tão brasileira, inspirados pelo projeto Arte e Memória inspirou. Além de conhecer algumas de suas músicas, nos debruçamos sobre suas pinturas, que segundo o próprio artista retratam o que viu e viveu, o que estava guardado na sua memória. Samba na rua, no terreiro e na casa de tia Ciata são temas recorrentes em sua obra.
Esse processo enriqueceu a escolha dos nomes das turmas, entre as sugestões das crianças. Além de muita euforia, esse momento envolveu a contagens dos votos e também a construção de um gráfico. Qual foi o nome mais votado? E o menos? Quantos votos a mais o vencedor recebeu?
Agora a F1A é a Turma do Samba, e a F1B é a Turma da Memória.
Você tem algum samba na memória?
Que memórias o samba guarda?
Com samba no pé e muita alegria, vamos começar a trilhar nossos caminhos de pesquisa.
As turmas trouxeram para o corpo as obras do artista plástico Ascânio MMM, que conheceram anteriormente na visita à sua exposição. Observamos a obra Fitangular Longo e conversamos sobre que tipo de movimento percebemos nela e como poderíamos trazer esses movimentos para o corpo.
“Tem tipo um caminho, que sobe e desce.”
“É assim: para cima e para baixo.”
“Parece uma pista de carrinho.”
“E faz umas curvas também.”
“Parece que ela está dobrada, a gente consegue dobrar o nosso corpo.”
Para começar, falamos das articulações: fizemos um aquecimento articular para entender as dobras do nosso corpo, e depois propusemos que as crianças experimentassem essas articulações de forma livre. Em um segundo momento, pegamos uma folha de papel e a manipulamos com a mão. As crianças observaram os movimentos feitos no papel e o desafio era passá-los para o corpo, imaginando as articulações do papel e deles. As crianças se divertiram!
As turmas estão explorando a vida e a obra de Frida Kahlo, a renomada pintora mexicana, cuja expressão artística está profundamente ligada à memória pessoal e também nacional mexicana.
Os alunos demonstram grande interesse e já compartilham alguns conhecimentos sobre ela, em uma série de descobertas envolventes.
Neste primeiro momento, estamos trabalhando vocabulário relacionado a família, nacionalidade e profissão, conectando esses temas à biografia e obra da artista. Ao longo das próximas aulas, seguiremos essa jornada inspiradora, mergulhando na genialidade de Frida de forma lúdica e significativa, na conexão entre arte e memória.
Os contos de fadas fazem parte do imaginário das crianças desde muito pequenas, encantando-as com sua atmosfera mágica, personagens fascinantes e cenários que dialogam com os mistérios da natureza.
As fórmulas narrativas características do gênero — como os tradicionais “Era uma vez” e “Felizes para sempre” — não apenas estruturam as histórias, mas também se tornam referências importantes nas primeiras produções textuais dos pequenos.
Para dar início às atividades do gênero — que acompanhará as F2 durante o primeiro semestre — as crianças foram apresentadas a uma caixa-surpresa recheada de referências muito conhecidas por elas.
Itens como um espelho, uma rosa vermelha, feijões, uma abóbora e uma cauda de sereia foram identificados pelas crianças, que associaram cada elemento aos contos de fadas clássicos.
A dinâmica, guiada pela pergunta “Que história é essa?”, teve como objetivos despertar a curiosidade, resgatar repertórios conhecidos e introduzir o gênero de forma interativa, preparando os alunos para as próximas etapas do projeto, que incluirão leituras, recontos e a criação de novos finais para as histórias.
As turmas entraram em contato com a arte cinética a partir do artista Alexander Calder. Apreciaram vídeos com a trajetória de Calder e suas obras, que têm o movimento como um elemento marcante. Conversamos sobre os recursos utilizados por ele para levar esse movimento para os obras, e percebemos que ele criava móbiles através de um jogo de peso, contrapeso e equilíbrio.
Para começar, falamos das articulações: fizemos um aquecimento articular para entender as dobras do nosso corpo, e depois propusemos que as crianças experimentassem no corpo o equilíbrio através do peso e do contrapeso, em duplas.
Em um segundo momento, as crianças viraram móbiles e começaram a ser lideradas pelo amigo através de toques leves nas articulações. Onde recebiam o toque, o corpo precisava continuar o movimento sugerido. Foi uma experiência enriquecedora.
As F3 conheceram alguns livros do autor Ricardo Azevedo na roda de biblioteca. Folhearam suas obras e aproveitaram para relembrar as funções da capa, contracapa e sumário.
Descobriram que este escritor é um importante pesquisador da cultura popular brasileira. Aprenderam que, em seus livros, ele registra histórias que são contadas oralmente e transmitidas de geração em geração.
Depois de apresentarmos às crianças Ricardo Azevedo, iniciamos o trabalho com um dos livros que adotamos de sua autoria, Cultura da Terra. As crianças analisaram o sumário e perceberam que algumas palavras se repetiam em todos os capítulos: quadrinhas, adivinhas, ditados e receitas. Decidimos, então, pesquisar sobre cada um desses termos.
Começamos investigando os ditados populares. Procuramos no dicionário os significados de “ditado” e “provérbio”, anotando as definições no caderno de Língua Portuguesa. Em grupos, as crianças exploraram os ditados de cada região do Brasil apresentados no livro, escolheram seus preferidos e, coletivamente, discutiram sobre seus significados. Como tarefa de casa, conversaram com suas famílias e registraram ditados conhecidos por elas.
Nos cadernos de desenho, as crianças ilustraram alguns ditados populares, representando seus sentidos figurados.
Interpretar ditados populares foi uma tarefa desafiadora, mas, com a colaboração dos colegas e das pesquisas realizadas, já é possível começar a compreender a diferença entre sentido literal e figurado.
Durante as apreciações das pinturas rupestres, foi possível perceber, em algumas (poucas) imagens, formas inusitadas sobre a cabeça de figuras retratadas. Essas formas chamaram a atenção dos alunos, que levantaram várias hipóteses:
“Será que eles usavam cocar como os indígenas?”
“Podem ser galhos de árvores sobre a cabeça? Para assustar os animais durante a caça?”
Essas e outras perguntas foram surgindo, aumentando a curiosidade e o espírito investigativo da criançada. Mas, ao contornar com a caneta de quadro a figura, ficou mais fácil identificar e chegaram a uma conclusão unânime: “Parece uma máscara feita da cabeça de um animal!”.
E foi este momento que deu início à nossa pesquisa sobre máscaras! As máscaras, artefatos que vêm sendo usados desde os tempos mais remotos até os dias de hoje, inundaram as aulas de Arte com todas as suas formas, cores e diversas utilizações ao longo da história da humanidade.
Começamos o ano em meio à maior festa popular que temos no nosso calendário, o Carnaval. Uma festa de origem pagã em tempos remotos que foi incorporada ao calendário religioso, pois seu término dá início à quaresma, seguida pela Páscoa.
Entre as inúmeras histórias, personagens e fantasias, escolhemos falar das máscaras presentes na brincadeira. Por que usar máscara? De onde veio essa tradição e costume? Quais os principais personagens do Carnaval que usam máscaras ou o rosto pintado?
Vimos que as máscaras ou pinturas no rosto de personagens cantados em muitas marchinhas, como Pierrot, Colombina e Arlequim, remetem à Comédia Dell’arte e à Europa, onde esses personagens eram usados por artistas de rua, e na época dos castelos os bailes de máscara faziam parte da cultura e tradição das altas cortes.
A máscara está presente também na África e na cultura oriental como um todo, e exercem muita presença no Carnaval do nosso país. Como diz Luiz Antônio Simas, não foi o Brasil quem inventou o Carnaval, foi o Carnaval quem inventou um Brasil possível.
Além de conhecermos marchinhas como Pierrot Apaixonado, de Heitor dos Prazeres, as crianças experimentaram a menor máscara do mundo, o nariz de palhaço, e conheceram uma pequena coleção de máscaras de Bate-bolas que as deixou fascinadas. A máscara de Bate-bola possui uma tela onde são impressas as feições dos personagens e que permite ver tudo ao redor, enquanto ninguém consegue ver o rosto de quem a veste. As músicas Máscara Negra (Zé Kéti) e Noite dos Mascarados (Chico Buarque) também ilustraram bem toda nossa pesquisa. Desenhamos e recortamos máscaras próprias com papel-cartão de formatos e coloridos diversos.
Agora, passado o Carnaval, estamos começando a conhecer o universo do Bumba meu Boi. Essa brincadeira popular se espalhou pelo Brasil inteiro, com uma diversidade enorme de gêneros musicais, ritmos, sotaques, instrumentação, personagens, formas estéticas, autos e de manejo — Boi Pintadinho, Boi de Mamão, Boi de Parintins, Cavalo Marinho, entre outros. Um universo repleto de histórias e lendas que estão deixando todos de “queixo caído”. Estamos falando sobre a origem da brincadeira com o Boizinho de São João. E dessa forma vamos em direção à montagem do nosso próprio boi.
As F4 estão imersas no mundo da pesquisa, descobrindo que esse processo vai muito além de encontrar respostas. Para tornar-se, de fato, um pesquisador, é necessário aprender a perguntar e a levantar hipóteses!
Nessas discussões iniciais perceberam o quanto elaborar boas perguntas é algo bem importante antes de iniciar a busca de informações. E também puderam notar que é preciso um olhar apurado para avaliar a escolha das fontes de informação.
Ao longo da semana, provocamos as crianças a pensar sobre a importância de escolher imagens que respeitam os direitos autorais e o que faz uma fonte de pesquisa ser realmente confiável. Quando aprenderam a pesquisar imagens licenciadas no Google, ficaram impressionadas com a escassez de opções disponíveis!
Isso rendeu uma conversa importante sobre o porquê de valorizar o trabalho de autoria.
Além disso, exploraram o Google Drive enquanto um espaço de troca e construção coletiva e experimentaram algumas de suas ferramentas. Entenderam como ele pode ajudar na organização das pesquisas.
As turmas seguem animadas com essas descobertas, e contam com o apoio das famílias para explorar essas ferramentas com cada vez mais autonomia e olhar investigativo.
Nessa dinâmica as crianças são convidadas a escolher um instrumento para interagir na roda musical. A música será feita em roda e de forma espontânea, tendo como início um trecho tocado pela professora.
A partir desse mote inicial, as crianças começam a interagir atentas à importância de o som de seu instrumento estar inserido na roda. É necessário que os ouvidos estejam atentos e que as intervenções venham somar ao contexto musical que vai se formando.
As crianças devem estar atentas aos padrões rítmicos e melódicos que vão surgindo e às possíveis formas de interação com esses estímulos, que podem ser por imitação ou contraste.
O formato em roda valoriza o encontro e o fazer musical coletivo. Nenhum instrumento deve estar mais alto do que outro. Todos colaboram para a música, vivenciando a interação, a troca e a fruição. A roda é o mais importante.
A Matemática é uma área do conhecimento que faz muito mais do que apenas fornecer números e fórmulas. É uma ferramenta poderosa que nos ajuda a entender o mundo ao nosso redor e a resolver problemas do dia a dia. É essa conexão que queremos cultivar nas crianças, mostrando que a Matemática pode ser não apenas útil, mas também divertida!
Em nossas aulas, promovemos um ambiente de discussão em que as crianças se envolvam nas resoluções das situações-problema. Elas têm a oportunidade de explorar diferentes caminhos e, assim, ampliar seu repertório de conhecimentos. Esse clima de investigação e curiosidade é fundamental para o aprendizado, pois incentiva a criação de hipóteses e fortalece o entendimento coletivo.
Este ano, mais uma vez, tivemos a oportunidade de participar do Concurso Canguru de Matemática. Durante essa experiência, as crianças puderam testar suas habilidades de raciocínio lógico de forma individual, o que não só aumentou sua empatia pela Matemática como mostrou que, com dedicação e foco, elas são capazes de resolver uma variedade de situações.
Essa vivência reforça a ideia de que a Matemática está presente em nossas vidas, e que, ao enfrentarmos desafios, podemos descobrir o prazer de aprender e a satisfação de encontrar soluções.
Agora, basta aguardar o momento de podermos receber de volta as avaliações, para juntos discutirmos as resoluções das questões.