Nas aulas de Ioga, as crianças aprenderam uma nova brincadeira.
Depois de acalmarmos o corpo e a mente, mobilizamos articulações e segmentos corporais e realizamos alguns dos asanas já aprendidos. Enfatizamos a importância da concentração e da atenção para a nova brincadeira. Um de cada vez, fomos empilhando blocos de espuma de tamanhos e formatos variados. Quem deixasse a torre cair deveria fazer uma postura de equilíbrio. Um desafio e tanto, que chamamos carinhosamente de “Jenga Iogue”.
Nossas idas ao Parque Lage têm nos permitido estreitar os laços de afeto com cada espaço desse lugar especial. Temos explorado o Parque através de nossas caminhadas e brincadeiras, despertando a curiosidade e o olhar atento para os detalhes de composição da natureza.
Durante os percursos, encontramos espaços ideais para alongamentos e momentos de meditação, nos quais exercitamos a atenção aos sons, cheiros e sensações do ambiente.
A Gruta, por exemplo, nos proporciona experiências de silêncio e escuta: o som dos passos, os elementos do chão, a luz baixa que, por vezes, provoca sustos e risos, fortalecendo também a amizade entre o grupo. Já as passagens pela Ilha do Coreto, em busca de galhos e folhas, se tornaram parte da nossa rotina de exploração.
Toda essa vivência coletiva, em um cenário rodeado de árvores, flores e animais, é um verdadeiro privilégio. A cada sexta-feira, fica registrada em nossas experiências a importância da educação ambiental que cultivamos no Ateliê.
Foi com essa pergunta que iniciamos nossa conversa.
“Quando uma pessoa quer ir pra um lugar e outra pra outro, aí tem um problema que precisa resolver.”
“Quando acaba a gasolina.”
“Quando não podia tocar samba, isso era um problema.”
“Um problema é trabalhar sem ganhar nada como quando as pessoas foram escravizadas.”
Brincamos com algumas situações-problemas sugeridas pelas professoras e usamos o desenho para solucioná-las. Nessa atividade foi possível perceber que podemos usar estratégias diferentes para obter uma solução.
Depois as crianças conheceram o livro Poemas Problemas, de Renata Bueno, que de um jeito divertido, usando rimas, propõe alguns problemas matemáticos.
Cada um experimentou colocar no papel suas ideias e foi uma boa oportunidade de refletir sobre as maneiras usadas por cada criança.
Seguiremos explorando alguns problemas presentes no livro e o próximo passo será criar uma caixa de desafios matemáticos da turma, criados pelas crianças.
Interpretar o enunciado, explorar estratégias, socializar o raciocínio e organizar os registros são alguns dos objetivos com essas atividades.
Durante a pesquisa sobre o Maranhão, as F2 descobriram que esse estado é formado por três biomas: Amazônia, Cerrado e Caatinga. A descoberta despertou novas perguntas: O que é um bioma? Quantos biomas existem no Brasil? Qual é o bioma do Rio de Janeiro?
Para aprofundar essas questões, a turma visitou o CRAB (Centro de Referência do Artesanato Brasileiro) e conheceu a exposição Mata Viva. A mostra reuniu peças artesanais criadas com materiais dos biomas brasileiros e cenários produzidos por artistas das grandes escolas de samba do Rio de Janeiro, transformando as salas em um mergulho sensorial na natureza. Sons, cores, texturas e formas transportaram as crianças para dentro de cada bioma.
Em oito galerias, obras de 65 artesãos, como Antônio de Dedé, Antonio Julião, Artur Pereira, Conceição dos Bugres, Zé Bezerra, Mestre Petrônio, Véio e Getúlio Damado, compuseram um retrato vivo dos biomas. As esculturas talhadas em madeira chamaram a atenção das crianças pela riqueza de detalhes e dimensões.
No final do percurso, apreciaram um grande mapa do Brasil bordado por moradoras do Morro da Providência, localizando a distribuição dos biomas pelo território.
As F3 visitaram a exposição 100 Anos de Colônia, no Museu Bispo do Rosário. A visita se conectou ao projeto que vem sendo desenvolvido desde o início do ano: Costurar, bordar, lembrar, em que as crianças exploram a arte têxtil como forma de linguagem e memória.
Na exposição, fomos recebidos pelo Fred e pelo Rafael, que apresentaram o fardão criado por Arthur Bispo do Rosário e os mapas que ele bordou da Colônia Juliano Moreira. Esses trabalhos abriram espaço para conversas sobre o modo como o artista transformava costura, objetos e palavras em imagens e ideias.
Ao final, em duplas, as crianças registraram livremente detalhes das obras que mais chamaram sua atenção. Foi uma oportunidade importante de aproximação com o trabalho do artista e de ampliação do olhar para as diferentes formas de expressão artística.
As F4 retomaram as discussões sobre os mistérios do som. Para investigar como ele se propaga, realizamos um experimento diferente: morder um hashi e tentar “ouvir o som dentro da cabeça”, usando discos de vinil.
Durante a atividade, surgiram ideias sobre vibrações, volumes e frequências. Muitas crianças perceberam que era possível ouvir o som também sem morder o hashi, dependendo das condições, o que despertou ainda mais curiosidade.
Depois, cada criança comparou o que ouviu com suas hipóteses iniciais e registrou suas descobertas. Também produziram desenhos da vitrola e de suas partes, aprofundando as conversas sobre o tema.
Entre vibrações e descobertas, a turma percebeu que o som é como o samba: viaja, contagia e toca cada um de um jeito único.
As F5 iniciaram o estudo sobre frações de um jeito bem prático: cada estudante confeccionou um quadrado de papel e foi dobrando-o até formar 16 partes iguais.
Com essa atividade, observaram que cada pedacinho representava 1/16 do quadrado inteiro. Durante a exploração, registraram descobertas sobre como o todo pode ser repartido em partes iguais e refletiram sobre as diferentes maneiras de representar essas divisões.