F6/F7/F8/F9
Na semana que passou tivemos o pontapé inicial da retomada do projeto do Espaço Literário Santa Marta, convidando as F8 para serem a “nova geração” desta iniciativa.
Nosso parceiro Gilson veio conversar sobre a comunidade, seus desafios e suas belezas. Nas próximas semanas visitaremos a favela para reiniciarmos o trabalho.
A próxima meta é organizar o espaço literário com os livros que foram doados até o meio do ano.
Estamos animados com os próximos passos.
Para encerrar as atividades de sensibilização em relação ao projeto “Entre nós, cuidado”, listamos no quadro as profissões que aparecem no samba De semente em semente, a gente planta uma floresta. Em seguida, pedimos para que os alunos listassem outras profissões que também envolvem cuidado, mas que não aparecem no samba de nossa escola.
Mas o que essas profissões têm a ver com as aulas de Dança? Assistimos a trechos de Casa, espetáculo da Cia. Deborah Colker inspirado em gestos cotidianos, e ao trabalho coreográfico Eu só quero falar de amor, do Grupo Corporeidade, formado por ex-alunos da Sá Pereira. Em ambos, os gestos foram fonte de inspiração para a coreografia — em ações como escovar os dentes, tomar banho e cuidar de um bebê. Ações concretas foram transformadas em gestos coreográficos, que se afastam do figurativo e traz abstração ao movimento.
Depois desses exemplos, conversamos sobre o processo de criação nos trechos assistidos e, em grupos, os alunos escolheram algumas profissões, pesquisaram seus gestuais e selecionaram alguns deles para transformarem em coreografia. Na próxima semana, vão apresentar aos colegas o resultado de suas criações.
Começamos o ano conhecendo um pouco da história de dois blocos de carnaval ligados a instituições de saúde mental: o Loucura Suburbana, do Instituto Nise da Silveira, e o Tá Pirando, Pirado, Pirou, ligado ao Hospital Psiquiátrico Philippe Pinel.
O papel do bloco Loucura Suburbana, engajando a comunidade do Engenho de Dentro na luta antimanicomial e carnavalizando o legado da Dra. Nise da Silveira, emocionou as turmas. Seguindo essa linha, aprendemos um pouco da história da musicoterapia, profissão criada no pós-Segunda Guerra, quando se passou a utilizar a música para amenizar os desequilíbrios emocionais dos soldados. Relaxamos e meditamos ouvindo Kitaro (https://www.youtube.com/@-Kitaro), artista do movimento New Age que nos anos 80 teve suas obras associadas à vocação terapêutica.
As crianças trouxeram o tema do ASMR: sigla em inglês para Resposta Sensorial Meridiana Autônoma. Consiste em vídeos e áudios que proporcionam relaxamento, sono e bem-estar (há mais de 13 milhões de publicações no YouTube, com uma comunidade de produtores de conteúdo dedicados ao tema). Com os instrumentos da sala de música, abrimos nossos ouvidos, por meio da técnica de composição minimal (Fernando Barba) ou jogo do DJ (como é conhecido pelas crianças), criamos nossos ASMRs.
Visitamos a exposição “Corpo Humano” no Via Parque. Com mais de 100 espécimes anatômicos, incluindo oito corpos inteiros, a exposição utiliza a plastinação para preservar os tecidos e órgãos de forma permanente. Dividida em sete galerias temáticas, revela os sistemas complexos que compõem o corpo humano, desde músculos e ossos até o sistema nervoso e cardiovascular.
Foi uma experiência única poder visualizar a composição do corpo humano nessas condições.
O nono ano começou sua aventura nas aulas de Música abordando as Marchinhas de Carnaval, que até bem pouco tempo não tinham o “cuidado” com o que era dito em suas letras.
Algumas músicas que reinaram nos carnavais do passado recentemente sofreram críticas por destilar preconceitos raciais, machistas, homofóbicos. Ou seja, foram “canceladas”… Ouvimos algumas delas, contextualizando sua produção e refletindo sobre quem poderia estar sendo alvo de preconceito: qual grupo de pessoas poderia estar se sentindo ofendido?
Estendemos tal reflexão às músicas escutadas pelas crianças hoje em dia. O que não passaria neste filtro? O que mudou? Como exercício musical, experimentamos atualizar a letra de marchinhas de carnaval “canceladas”: a melodia de Cabeleira do Zezé foi uma das escolhidas e a tentativa de criar uma paródia atualizada gerou risadas nas turmas.
Na sequência das aulas encararamos um “cuidado” muito importante para quem vai ter a responsabilidade de conduzir o espetáculo de encerramento do ano: o cuidado com a voz!
Conhecemos um pouco do funcionamento do nosso aparelho fonador e alguns cuidados importantes que precisamos ter. Alimentação saudável (maçã faz bem pra voz!), não gritar nem sussurrar, aquecer e desaquecer a voz (ficar calado de vez em quando).
Relembramos alguns aquecimentos da prática Coral, cantamos o Samba 2024 da Sá Pereira e experimentamos começar a abrir vozes.