Nas últimas aulas conversamos sobre a importância da Cartografia, como um campo artístico de representação geográfica.
Refletimos sobre a relação entre a arte e o domínio de técnicas, como o uso de artefatos na produção de mapas se transformou ao longo do tempo e analisamos brevemente a história da cartografia através de uma coleção de mapas, antigos e atuais, elaborados a partir do sensoriamento remoto e imagens de satélite.
Pesquisamos diferentes instrumentos de orientação espacial em um dever de casa e, para contribuir com a turma, alguns alunos trouxeram bússolas para observarmos de pertinho como funcionam. Uma das alunas, Emília, trouxe dois objetos antigos: um sextante e um teodolito do seu pai, o professor Henrique, que trabalha na escola. Nós o convidamos para participar da aula para mostrar como cada um dos instrumentos funciona.
Também aprendemos sobre como podemos nos orientar no espaço a partir das constelações e da rosa dos ventos. Além dos registros no caderno, cada um foi desafiado a criar sua própria rosa dos ventos de forma artística.
As F6 passaram os primeiros dois meses de aulas revisando assuntos de Matemática já estudados. Mais precisamente, fizemos uma recapitulação dos números naturais e suas operações. Trabalhamos bastante com as operações inversas, resolvendo muitos probleminhas e expressões numéricas. Também resolvemos desafios!
Agora, passada a primeira avaliação, estamos começando com novidades e a primeira delas é a inserção de novos sinais de associação nas expressões numéricas. Os colchetes e as chaves chegaram para se juntar aos parênteses. Os estudantes estão percebendo que, em consequência desses novos símbolos, chegam também expressões numéricas mais compridas e trabalhosas. Em sala, já conversamos muito sobre a importância da organização dos desenvolvimentos nas expressões numéricas e o quanto, nesse momento, isso será de suma relevância.
Assim que estivermos craques, vamos passar para o estudo das potências.
Em Algo Antigo, de Arnaldo Antunes, há um jogo de contrastes entre o que passou e o que virá, mais precisamente sobre o velho e o novo, e a tradição interrompida pelo presente sempre vultuoso. Como uma torrente, a memória incessante sobre o que passou e as transformações que nos cercam são inquietações do eu lírico que, embora pareça sereno, ousa falar do agora de forma abrupta. A partir dessa discussão reflexiva, as F7 foram questionadas sobre como a concepção e a internalização do tempo afeta a nossa relação com o presente.
Essa pergunta, então, motivou as turmas a refletir e analisar a temática do poema. Cada leitor expôs os seus pensamentos, comentando como se sentem afetados pela internalização de um tempo que, para o senso comum, precisa ser produtivo, ativo, intenso e sem descanso. Alguns comentaram sobre a sensação de estarmos, coletivamente, correndo contra um cronômetro invisível, no qual cada instante em que não há a sensação de produtividade traz à tona o sentimento de culpa.
Ao final da aula, as turmas concluíram que essa efemeridade contemporânea nos impede de viver o ócio, a lentidão, a suavidade e a contemplação das coisas. Essa análise das F7 demonstrou, por meio da literatura, a urgência de questionarmos essas imposições sociais e buscarmos um ritmo mais humano, mais acolhedor, sem a obrigação social de produzir e performar.
F7 – Matemática
Nesse início de ano, as F7 se dedicaram ao estudo das frações. Depois de relembrar as ideias de fração trabalhadas no ano passado, concentraram-se em aprender as operações.
Observando o conceito de frações e reconhecendo frações equivalentes, concluíram facilmente uma estratégia para calcular adições e subtrações de frações com denominadores diferentes. Em seguida, a partir de perguntas disparadoras e experimentações, concluíram uma regra para se calcular a multiplicação de frações e também a sua operação inversa, a divisão. Por fim, uma vez que já sabiam multiplicar, concluir a potenciação foi simples.
No momento, os estudantes estão se aprofundando no estudo dos números decimais. No entanto, as frações vão seguir como objeto de estudo, já que têm tudo a ver com os números decimais.
Nas últimas aulas, estudamos diferentes festas da América Latina e refletimos sobre a importância das festas tradicionais como forma de resistência das culturas locais no contexto da globalização.
Cada um pesquisou uma festa diferente, buscando conhecer sua importância, sua forma de comemorar no passado e como se transformou após o processo de colonização e se configura nos dias atuais.
Fizemos uma roda para compartilhar o que aprendemos sobre as diferentes festas. As principais pesquisadas foram: Día de Los Muertos, no México, para celebrar a memória dos ancestrais; Pachamama, celebrada em diferentes países da América Latina, voltada a celebrar a força da vida, da natureza e a colheita; Feria de Las Flores; a Noche de Velas, quando toda a cidade se ilumina; o Festival Inti Raymi, de origem inca, que celebra o deus sol em países andinos, como o Peru.
Conversamos, também, sobre como a arte e a memória estão conectadas em cada festa e dão sentido às narrativas e histórias que aquela cultura deseja preservar e celebrar, através das cores, das vestimentas, da música, da dança, da culinária.
Em Becos da Memória, de Conceição Evaristo, é possível notar, a partir de uma escrita filosófica, personagens que enfrentam a pobreza e a exclusão social em um contexto que marginaliza aqueles que habitam os becos. A trama nos conduz por um labirinto de reflexões sobre as feridas invisíveis da sociedade, onde a pobreza não é apenas a falta do material, mas um amálgama da ausência e da impossibilidade que marcam a alma, desumanizando indivíduos. Dosando o simbólico e o realismo, a trama retrata as consequências da pobreza, a invisibilidade social e o processo de desfavelamento, em que uma comunidade inteira sofre a ameaça de um deslocamento de suas casas em nome de uma “melhoria urbana” que não é benéfica para os moradores. São os que habitam os becos da cidade, longe dos olhares que enxergam apenas o centro, que protagonizam as tramas da memória.
Foi a partir dessa contextualização que discutimos, nas aulas de Biblioteca, a pobreza, não apenas como carência material, mas como condição existencial que desumaniza os indivíduos. Muitos alunos apontaram como a narrativa conta a história de personagens que seriam invisíveis aos olhos das classes dominantes, assunto que nos deu margem para falar sobre a desigualdade social no Brasil. Os alunos, ao discutirem esses temas durante a roda de leitura, conseguiram compreender as complexas relações entre marginalização, pobreza e políticas públicas, além de perceberem a resistência silenciosa que, apesar de tudo, persiste nesses espaços.
Retornamos ao tópico de proporcionalidade visto no sétimo ano. O uso das “borboletas” voltou a ser enfatizado, porém elas podem ter de voar um pouco diferente este ano.
Proporcionalidade inversa apareceu e situações em que uma grandeza cresce e outra decresce passaram a ser usuais, trazendo a necessidade de algum ajuste no procedimento da resolução dos problemas de proporcionalidade.
Em breve, veremos problemas de proporcionalidade entre mais de duas grandezas. Então aparecerá a regra de três como alternativa para a resolução dos problemas, mas isso é papo para o próximo informe…
Buscando ampliar o conceito de dança, trouxemos o trabalho da artista Heather Hanse para apreciação e discussão.
Percebemos que seus quadros ganham forma através do movimento feito pela artista, e que o recurso da repetição, muitas vezes usados em composições coreográficas contemporâneas, está presente no trabalho de Hansen.
Em seguida, convidamos nossos alunos a criarem uma obra coletiva inspirados nas obras da artista. Além de buscar um movimento que criasse linhas e formas no papel, eles também precisaram pensar na composição do quadro, buscando equilibrá-lo. O resultado desta vivência estará exposto na Mostra de Artes, dia 14 de junho.
O que sabemos sobre África? Que memórias ancestrais o Carnaval nos traz de lá? Que memórias (re)criamos para (re)contar e cantar a história do povo negro brasileiro? Muitas questões surgiram a partir de um questionário inicial sobre África, cultura afro-brasileira e racialidade.
Um primeiro incômodo surgiu: da África conhecemos muito pouco, apenas estereótipos das mídias e parte da história da escravidão no Brasil. Sabemos que África é muito mais do que isso e do seu papel na formação da nossa cultura. Assim, nossa investigação sobre arte e memória partiu do adinkra sankofa, símbolo de origem africana, que nos convida a refletir sobre a importância e o reconhecimento da ancestralidade em nossas vidas, honrando e aprendendo com o passado e com aqueles que vieram antes de nós para que pudéssemos chegar até aqui, onde estamos e como vivemos hoje.
No mês que antecedeu o carnaval, estudamos a origem do samba, a história do carnaval no Rio de Janeiro e a região da Pequena África, parte importante da memória ancestral da cidade. Convidamos a estagiária e pós-graduanda Giovana, pesquisadora da diáspora africana, para contar como a arte e a memória do povo negro se expressam a partir da afirmação cultural e do resgate de heranças africanas. Nessa aula, Giovana trouxe alguns exemplos de desfiles de escolas de samba e analisou a simbologia trazida nos carros alegóricos, o samba-enredo e as palavras relacionadas ao universo cultural afro-brasileiro.
Para Luiz Antônio Simas e Nei Lopes, o samba é muito mais do que um gênero musical: ele é um território simbólico de afirmação identitária, resistência e construção de memória coletiva. Isso se manifesta com força especial nos desfiles das escolas de samba, que se tornaram, ao longo do tempo, plataformas de disputa por memória e representação.
Dois exemplos recentes são emblemáticos: em 2024, a Viradouro trouxe o enredo “Arroboboi, Dangbé”, que mergulhou no universo do mito da serpente sagrada da tradição fon, associada aos voduns e às forças femininas da criação; em 2025, a Mangueira apresentou um enredo que reverenciou a herança Banto na construção simbólica e material do país, reafirmando a importância de suas línguas, mitologias e práticas culturais. Esses enredos demonstram a dimensão política e pedagógica do samba. Ao ocupar a avenida com histórias apagadas pelos discursos hegemônicos, o samba reafirma sua missão: cantar para lembrar, dançar para resistir, desfilar para transformar.
O projeto em torno do binômio Arte e Memória se manifesta, nas aulas de Música do 8º ano, predominantemente no pandeiro, instrumento de estudo coletivo.
Ao introduzir a história do instrumento no planeta, aprendemos que diversas culturas muito antigas já utilizavam algum tipo de tambor “emoldurado”. A influência árabe na península ibérica trouxe o pandeiro para as Américas e em especial para o Brasil.
Aqui no Rio de Janeiro, o samba e o choro desenvolveram sua técnica através de grandes mestres como João da Baiana, Jorginho do Pandeiro e Marcos Suzano. Lá no Maranhão, outro tipo de pandeiro brilha nas festas populares do Boi Bumbá: o Pandeirão!
Essa festa, que também se traduz de diversas maneiras no Brasil inteiro, vai inspirar o espetáculo teatral das turmas de oitavo: o Auto do Boi Bumbá. Músicas tradicionais, do Grupo Quinteto Violado e do Mestre Papete, irão compor a trilha sonora deste folguedo popular, onde o pandeiro e a voz ocuparão lugar de destaque.
O nono ano iniciou sua pesquisa em torno do tema “música e memória” tentando desbravar como o ser humano se apropriou dos sons captados na natureza e desenvolveu suas linguagens musicais.
A formação das escalas musicais está exigindo dos alunos alto grau de abstração! A partir da escala mais universal (presente em diversas culturas ancestrais no mundo), conhecida como Pentatônica, as turmas realizaram improvisos em jogos de pergunta e resposta e criaram suas próprias melodias.
A circularidade e a reincidência em torno de uma nota começam a apresentar as características apontadas por José Miguel Wisnik como identidade do Modalismo. A analogia em torno da importância das notas em uma escala e os papéis sociais presentes em algumas culturas (ex.: a tônica é o chefe e as notas demais, os comandados) nos dá pistas que serão muito importantes quando abordarmos o Tonalismo.
Paralelamente a isso, vamos exercitando os ouvidos: tentando acertar a afinação da nota Lá (sem referência) e identificar intervalos musicais associando-os a músicas conhecidas.
Vídeos:
F9B
https://youtu.be/VCIpdbixJaM?si=gYOxwa-ibi_hrQvZ
F9C
https://youtu.be/o_4uUWfMv2E?si=DYHQIF6f4XH9xm5q
F9A
Esta semana recebemos a nova geração de voluntários para o nosso grupo Estudantes da Alegria.
Desde o ano passado, temos nos preparado para diversas apresentações em diferentes momentos, e já começamos a planejar a nossa primeira aparição na Mostra de Artes da escola.
O grupo é conduzido pelo professor Felipe, ou melhor, pelo palhaço Luí, que junto aos alunos escreve e ensaia os nossos queridos palhaços.