Nas aulas com o Moleque Mateiro, iniciamos uma conversa sobre a nossa cidade, e algumas perguntas foram surgindo: O que tem na nossa cidade? Do que ela é feita? Onde estão seus espaços verdes?
A partir dessas reflexões, as professoras nos sensibilizaram sobre o problema da poluição, muito presente em nossa região. Com essa informação, fomos explorando mais a fundo a temática do lixo, reconhecendo seus diferentes resíduos, de onde vêm e para onde vão.
Com algumas sucatas, aproveitamos para criar brinquedos e um jogo de tabuleiro, introduzindo o conceito da reciclagem e seu reaproveitamento para as crianças.
A turma vem fazendo um levantamento de alimentos e receitas afetivas que fazem parte das vivências familiares. Para enriquecer nossas pesquisas, recebemos uma visita pra lá de especial: Michele, pai da amiga Nina, veio para ensinar um delicioso nhoque de batata, prato originalmente da Itália, sua terra natal.
Chef de restaurante, ele ensinou o passo a passo da receita e proporcionou uma divertida experiência sensorial para as crianças. Elas tiveram a oportunidade de descascar e cortar batatas, misturando-as cozidas e amassadas com farinha, sêmola e amido. Em seguida, experimentaram a massa com molho de tomate, queijo ralado e manjericão, dando um toque final. Os pequenos se deliciaram, e muitos repetiram, lambuzando-se!
A vivência com receitas traz o encontro com diferentes áreas do conhecimento, como Ciências Naturais, Matemática e Língua, pois amplia o contato com os alimentos nas suas diferentes formas, texturas e estados físicos; aproxima as crianças, aos poucos, de unidades de medida e possibilita o registro oral e escrito dos ingredientes, a partir de um gênero textual.
Receber as famílias na escola traz novos sentidos para o projeto, construindo memórias afetivas.
A Turma do Coração conheceu as músicas Óculos para tudo, do Grupo Trii, e O seu olhar, de Arnaldo Antunes. Juntos, assistimos a dois clipes e dançamos ao som das canções. Os pequenos foram identificando nas letras palavras que fazem parte das nossas pesquisas sobre o cuidado com os olhos, como “óculos”, “olhar”, “lente” e outras.
Conhecemos também o Teste de Snellen, popularmente conhecido como teste de visão com letras. Em roda, conversamos sobre sua funcionalidade e importância no consultório do oftalmologista, além de pesquisarmos sobre os óculos e os diferentes tipos de lentes e graus. As professoras da turma aproveitaram para dar relatos interessantes sobre a utilização dos óculos no dia a dia e apontaram diferenças entre eles. As crianças também foram lembrando e citando pessoas da família que usam óculos e lentes, como avós e pais.
Na sala de Artes, realizamos uma proposta sensorial. As crianças foram desafiadas a pintar com os olhos vendados. Com cuidado, atenção e muita curiosidade, elas foram sentindo o pincel, manuseando e experimentando esse novo universo. Após a atividade, conversamos sobre o que sentiram, que estratégias utilizaram durante a pintura, a importância da visão no nosso dia a dia, e sobre como as pessoas cegas se adaptam no cotidiano.
Depois da delícia que foi preparar e comer a salada de frutas, as crianças foram surpreendidas pela história “O Grande Rabanete”, de uma autora já conhecida por elas, Tatiana Belinky.
O enredo traz uma divertida tarefa que não é realizável por uma só pessoa: ela se torna possível com a colaboração de várias forças. Todos estão na horta tentando arrancar um rabanete, que teima em não sair. Quem ajuda quem? Como tirar o rabanete da terra? O que é um rabanete? Muitas são as perguntas até o fim dessa história.
Depois de muita risada, apresentamos a mesma história em versões diferentes, musicada e contada com fantoches. Dessa forma, o grupo pode entrar em contato com diferentes linguagens, além de aguçar, ainda mais, a imaginação.
A história rendeu uma boa brincadeira envolvendo a Matemática e a ludicidade. Quantas crianças são necessárias para tirar esse rabanete do lugar? De onde ele vem? Rabanete é um alimento saudável — como cuidar dele e de outros alimentos? Quem cuida?
“Ele vem da terra, das árvores, até da água!”
“Os fazendeiros que cuidam!”
“Os peixes, os pescadores pescam.”
“Meu pai sabe cuidar e plantar horta.”
“Para cuidar, precisa plantar a semente, regar, ter terra e sol.”
“Com uma composteira também cuidamos.”
Para ajudar a turma em suas pesquisas, o grupo escreveu uma carta convidando o pai da amiga Duda para contar e compartilhar suas experiências em cuidar dos alimentos que fazem bem ao nosso corpo! Os amigos que fazem parte do Ateliê também fizeram esse convite ao grupo Moleque Mateiro.
A turma segue empenhada e cheia de expectativa para as próximas descobertas.
A Turma do Cafuné vem conhecendo a história dos parques do Rio de Janeiro. Recentemente, entrou em contato com o nascimento do Parque do Flamengo. As crianças ficaram super instigadas ao descobrir que toda aquela região um dia já foi mar. A surpresa tomou conta de todos quando souberam que para a construção do parque foi utilizada a terra do desmonte do Morro Santo Antônio. A turma apreciou algumas imagens antigas, antes do aterro, e conversou sobre a importância dos parques para uma cidade:
“O parque é bom para as crianças poderem brincar.” (Luca)
“Para as pessoas ficarem felizes e relaxarem.” (Antonio B.)
“Para as pessoas verem os bichos.” (Bento)
“Para as pessoas verem a natureza.” (Rafael)
“Para a gente poder passear.” (Isabel)
Depois desta abordagem, nada mais significativo que visitar o parque e vivenciar todos os e encantos oferecidos por esta beleza. Caminhamos para observar o entorno e refletimos sobre a construção do Aterro do Flamengo. “Onde estamos pisando, já foi mar!”, relembraram algumas crianças.
Além de toda a contemplação da paisagem e à sombra das imponentes palmeiras imperiais, brincamos de pique bandeira, barra-manteiga e pato-ganso, algumas das brincadeiras favoritas das crianças na escola.
A Turma da Amizade teve dois encontros interessantes que complementaram nossas pesquisas. Recebemos o Luís, professor de Yoga e pai da amiga Aurora Barpp. As crianças conheceram diferentes posições de bichos que são desenvolvidas nesta prática que trabalha corpo e mente. Depois uma divertida brincadeira fez parte desse encontro especial: o pique-macaco, com algumas posições desafiadoras como guerreiro, guerreiro-surfista, árvore e cachorro. As crianças fizeram comentários sobre esse encontro:
“Eu gostei muito de brincar de pique- macaco.” (Pérola)
“Fiquei impressionado em como ele fazia bem o movimento do macaco.” (Martim)
“Fiquei impressionada como ele conseguia ficar todo equilibrado.” (Clara)
“Fiquei impressionado com ele de ponta cabeça.” (Miguel)
Em outro dia, recebemos a visita da Thai, amiga da Clarissa, mãe da amiga Pérola. Thai nos contou sobre sua experiência quando foi diretora de um abrigo de animais. Atualmente ela é voluntária e contribui no resgate dos animais e na feira de adoção. As crianças tiraram dúvidas e contaram algumas histórias de seus bichinhos de estimação.
Foram dois encontros especiais que enriqueceram nossas tardes.