Quando nos debruçamos para conhecer o universo do Maracatu de Baque-Virado, ou Maracatu Nação, sabíamos da riqueza de detalhes que acompanha essa manifestação cultural por séculos. Na sua corte real existe a figura da Dama do Passo, uma dançarina principal, que assume seu destaque de princesa e carrega um totem em forma de boneca chamada Calunga. A Calunga ou as Calungas de um Maracatu representam a ancestralidade, os antepassados de todos nós. Sinalizam de onde viemos.
Depois de construirmos nossos estandartes e coroas, iniciamos as confecções das nossas Calungas com jornal amassado e fita crepe. Para acompanhar esse processo, ouvimos e logo aprendemos a cantar a música “Calunga”, de Itaércio Rocha, compositor e mestre pesquisador da cultura popular, do seu disco Caboclo.
A música diz “Nossa Calunga vem do tempo do tempo que o tempo tem”. Logo as crianças estavam cantando e se perguntando: quanto tempo que o tempo tem?
Yes, nós temos bananas
Bananas pra dar e vender
Banana, menina, tem vitamina
Banana engorda e faz crescer”
(Braguinha)
Olha banana Nanica
Olha banana Maçã
Olha banana Ouro
Olha banana Prata
Olha a banana da Terra
Figo São Tomé
Olha a banana d’Água
(Jorge Ben Jor)
Inspirada na receita de bolo de banana, feita pela Clarissa, mãe do amigo Bernardo, a Turma do Colo vem conversando sobre essa fruta versátil e nutritiva. Nomeamos algumas variedades de banana, identificando-as em diferentes lanches.
Para enriquecer esse momento, conhecemos duas canções da MPB: Yes, nós temos bananas, de Braguinha, na voz de Ney Matogrosso, e O vendedor de bananas, de Jorge Ben Jor. Os pequenos observaram fotos dos cantores e cantarolaram trechos das músicas. As letras, além de dialogarem com as pesquisas, ampliam o repertório cultural das crianças.
A Turma do Coração foi surpreendida com uma série de imagens projetadas no telão do salão. O que elas tinham em comum? As crianças responderam em coro: “São esportes!”.
Mas qual a relação dos esportes com o cuidado com o corpo? Qual a importância dos esportes na nossa rotina? Que esportes conhecemos? Quais praticamos?
Essas e outras perguntas animaram nossas rodas e trouxeram profundidade para nossas conversas. Depois de muita troca, chegamos à conclusão de que o nosso corpo precisa estar em movimento e os esportes ajudam a trazer mais saúde e bem-estar para as nossas vidas.
E quem cuida dos esportes na Pereirinha? A partir dessa pergunta, chegamos ao professor de Educação Física. Curiosos e envolvidos, os pequenos convidaram o Renato para uma conversa e oficina com o grupo na próxima semana!
Em roda, listamos os esportes conhecidos pela turma e descobrimos que, na imensa lista, dois eram praticados na escola: o futebol e a capoeira, sendo o primeiro o grande campeão na preferência da turma.
Aproveitamos o embalo para descobrir os times para os quais as crianças torcem e constatamos que o Flamengo tem a maior torcida, o Vasco a menor, e Fluminense e Botafogo possuem o mesmo número de torcedores na turma.
Conhecemos também a música É uma partida de futebol, do grupo mineiro Skank. As crianças dançaram e cantaram a letra repleta de referências ao universo do futebol.
Assim, nosso projeto vem ganhando novos desdobramentos ligados ao cuidado com o corpo!
Quem cuida dos alimentos que comemos? Quem planta? Essas foram as perguntas que permearam as investigações na Turma do Amor. Durante a semana, as crianças tiveram o tão esperado encontro com as professoras do grupo Moleque Mateiro. Esse encontro contou com a participação especial das crianças do Ateliê da Tarde.
Empenhados, os pequenos da turma logo quiseram fazer suas perguntas e compartilhar suas hipóteses:
“É verdade que os fazendeiros cuidam dos alimentos?”
“Os alimentos vêm das plantas, da terra, da árvore!”
Aos poucos, as professoras Lorraine e Mariana apresentaram, com o auxílio de fotografias, a diferença entre o campo e a fazenda, cidades rurais e a cidade grande. Abordaram a importância de alguns insetos para o desenvolvimento dos alimentos que plantamos, como as abelhas no processo de polinização, e o uso de remédios/venenos que prejudicam as plantações. Nesse bate-papo, o que mais chamou a atenção das crianças foi a descoberta da agricultura familiar, a importância e a diferença no cuidado que eles têm na plantação!
“Os agricultores cuidam das plantas sem venenos.”
“As famílias de agricultores gostam da natureza.”
“Os alimentos que vêm das famílias de agricultores são melhores, né?!”
“As famílias de agricultores não usam máquinas que destroem a terra.”
Para fechar o encontro, a meninada teve a oportunidade de plantar algumas sementes: pimenta biquinho, tomate cereja e uma espécie de flor comestível! As crianças vêm acompanhando o processo de crescimento, regando, verificando se a quantidade de água está boa e, a cada novo brotinho, a alegria toma conta.
Esse rico encontro abriu janelas para novas descobertas no projeto da turma.
A Turma do Cafuné conheceu o livro Sofia Pimenta Futura Presidenta, de Andrea Beaty. A história é sobre Sofia, uma criança que promove uma grande revolução em sua cidade ao conclamar seus vizinhos para conseguirem, junto ao prefeito, viabilizar a construção de um parque no lugar de um lixão. Depois de muito “barulho”, o prefeito não vê outra alternativa senão acatar os desejos dos moradores e construir um parque na cidade.
Essa história serviu de inspiração para a turma elaborar uma carta ao subprefeito da Zona Sul reivindicando melhorias no bairro. Na ida à pracinha do Largo dos Leões, aproveitamos para, além de brincar, observar seu estado de conservação. Vimos que o espaço necessita de atenção especial, pois muitos reparos precisam ser feitos. Nossas crianças ficaram assustadas com a quantidade de lixo na praça e espontaneamente fizeram uma “força-tarefa”, reunindo em um saco plástico embalagens de balas, biscoitos e muitos lencinhos umedecidos achados no chão para em seguida colocá-los em seu devido lugar: no lixo!
Em seguida, o grupo relembrou a vivência anterior e começou a pensar na carta, sinalizando as melhorias urgentes na pracinha, além do desejo, é claro, de ter novos brinquedos nesta tão amada e frequentada área de lazer.
Logo mais a carta estará pronta e iremos publicar no Informe. Aguardem!
A Turma da Amizade recebeu uma visita muito especial, e juntos elaboramos um texto para contar sobre essa rica experiência:
“A nossa turma recebeu a visita da Joana, mãe da nossa amiga Aurora Amorim. Ela veio nos contar sobre seu trabalho com a argila. Joana contou que a argila é feita da terra, ela mostrou vários tipos de argila nas cores rosa, lilás, amarelo, roxo e azul claro. Vimos também imagens de mamadeiras dos homens pré-históricos e alguns objetos muito antigos, como tigelas que eram usadas para comer e beber. Depois ela apresentou algumas peças feitas por ela, pela avó da Aurora e pela Aurora e seu irmão Rodrigo, como: tigelas, um sino com saia e pernas de bailarina e um dinossauro de parede. Depois Joana mostrou com um fio de nylon como se corta a argila e distribuiu os pedaços para a gente. Amassamos muito a argila para tirar todo o ar dela, Joana disse que se tiver ar, ela explode no forno. Em seguida, ela foi mostrando as etapas para a construção do lobo guará, animal em risco de extinção. Foi uma visita muito importante e especial demais. Nós adoramos!”
(Texto Coletivo)
Continuando nossas pesquisas e inspirados nas informações sobre o tamanho e o peso da Arara Azul, estamos registrando o tamanho das crianças da turma e comparando com as medidas da nossa ave. Aguardem os resultados!
Passado o momento de Arte com as Famílias, onde Renata e eu mostramos um pouco do repertório musical e corporal deflagrado pelos projetos de cada turma, vamos nos aproximando da nossa Festa Junina. Encontros e festas são momentos de confraternização mas, também, envolve todo cuidado no seu preparo. Da escolha do repertório, da construção de uma coreografia, passando pela roupa, adereços, enfeites, das histórias contadas e é claro passando pelo alimento. Do corpo e alma. A Festa Junina é uma festa comunitária e agregadora. Todos são convidados e aguardados para a festa. Opa, todos não, parece que tem um santinho famoso que faz questão de dormir no dia do seu próprio aniversário. Cuidado…São João está dormindo, não acorda não… enquanto ele dorme, vamos nos divertindo um bocado com seu boizinho que ele tanto ama. Meu coração já tá batendo que não tem jeito, pipocando forte dentro do peito. E o de vocês?