A partir das falas das crianças sobre como aproveitam a cidade, a Turma do Colo foi a campo explorar a Pracinha do Largo dos Leões. Aguçamos o olhar dos pequenos para o cuidado com esse espaço que é conhecido e frequentado por eles. Em roda, conversamos sobre como o desfrutamos, ressaltando a importância da preservação dos brinquedos, das árvores e a manutenção da limpeza. A criançada brincou a valer, desafiando-se corporalmente e explorando elementos naturais.
Depois de descobrirmos os bairros onde as crianças e os adultos da Turma do Coração moram, foi a vez de conhecermos os bairros das pessoas que trabalhavam em um espaço vizinho à Pereirinha.
Em duplas e munidas de prancheta, papel e caneta, as crianças foram entrevistar os funcionários da Cobal. Juntos, eles se apresentavam, explicavam o motivo da pesquisa e perguntavam o nome do bairro onde cada pessoa morava. Maria da Graça, Botafogo e Rio Comprido foram alguns dos citados. Conhecemos também uma cidade nova, chamada Nova Iguaçu. As duplas tinham o desafio de realizar a escrita espontânea do nome do bairro na lista, um auxiliando o outro. Ao final, compramos algumas garrafas de água de coco para nos refrescar na escola.
Em roda, retomamos a conversa, adicionamos os novos bairros à nossa lista e, com a ajuda do Google Maps, fomos pesquisar as distâncias entre eles e a Cobal. Vimos que algumas pessoas moram muito distantes do trabalho e outras mais perto. Aproveitamos para levantar hipóteses sobre como elas se deslocam, quais meios de transporte utilizam e se levam muito ou pouco tempo nesse trajeto.
Ainda envolvidos pelas conversas sobre a vizinhança, construímos uma lista com outros vizinhos da Pereirinha. Mas será que vizinho é só quem está bem pertinho? Ou será que, estando no mesmo bairro, pode ser considerado vizinho? Ampliamos o nosso radar e começamos a considerar que, se está em Botafogo, é vizinho da Pereirinha! O Largo dos Leões, a Casa Rui Barbosa, o Jardim da Firjan, a Praia de Botafogo e o shopping Rio Sul foram alguns dos locais citados.
Como podemos cuidar dos espaços vizinhos? O que já fazemos e o que podemos melhorar? Quem é responsável pela manutenção e cuidado desses espaços? Essas e outras perguntas estão animando as rodas e apontando caminhos para a pesquisa. Aguardem os próximos passos…
Dando continuidade ao projeto “O cuidado com a cidade do Rio de Janeiro”, recebemos a visita da família da Laurinha para falar sobre a adoção de animais encontrados na rua.
Eles já adotaram vários cachorros, e trouxeram para a escola a Duda para conhecermos. Nos contaram a linda história de amor entre eles e essa cachorrinha.
Descobrimos os cuidados que os animais precisam, como vacinas, alimentação, moradia, afeto, banho, entre outros. E a nossa turma entendeu que a rua é um local perigoso para os animais morarem, porque precisam de cuidados. Perguntas como “Cachorro sabe atravessar a rua sozinho?” e “Cachorro sabe comprar comida?” fizeram as crianças refletirem em busca de respostas. Também falamos sobre a importância de deixar a cidade limpa recolhendo as fezes dos animais. Eles mostraram os saquinhos e explicaram como funcionam.
As crianças adoraram trocar carinho com a Maria Eduarda, mais conhecida como Duda.
No final, participamos de uma brincadeira de adivinha sobre as características dos animais. Foi um encontro especial e divertido!
A Turma do Cafuné tem pesquisado a importância dos museus na cidade. As crianças estão entrando em contato com a função e os diferentes serviços oferecidos por esse tipo de espaço cultural, e assim vão entendendo o museu como um lugar importante para a preservação da memória cultural da sociedade.
“O museu é para as pessoas lembrarem das coisas antigas”, “É importante ter um museu para as pessoas aprenderem mais coisas”, refletiram as crianças durante as conversas.
Para enriquecer nossas pesquisas, as crianças ouviram a história Guilherme Augusto Araújo Fernandes, de Mem Fox. O livro narra a história da amizade de um menino (o do título) com Antônia Maria Diniz Cordeiro. O encontro entre os personagens se dá num asilo, bem ao lado da casa do menino. Um dia, Guilherme Augusto descobre que Dona Antônia havia perdido a memória. A partir de então, tenta compreender o significado da memória e sai perguntando aos outros: “O que é uma memória?”.
Motivado pelas respostas que vai escutando pelo caminho, Guilherme Augusto decide reunir, numa cesta, objetos que lhe parecem associados aos diferentes conceitos de memória que registrou. Após ter reunido todo aquele tesouro, o menino decide ir ao encontro de Dona Antônia com o firme propósito de lhe restituir a memória. A partir do poder evocativo dos objetos, a velhinha aos poucos vai voltando a lembrar das coisas vividas no passado.
O livro serviu de inspiração para a turma montar uma exposição com objetos que tenham relação com uma história afetiva das crianças.
Neste percurso perguntamos às crianças: “O que é uma memória?”.
“Memória é pensamento, sonho.” (Maria Rosa)
“É uma coisa que a gente lembra de antigamente.” (Carolina)
“Se a gente não tivesse memória, não lembraria de nada.” (Rafael)
“Memória é uma coisa doce, porque eu lembro de uma festa que eu fui.” (Tomás)
“Memória é que nem chocolate, porque eu lembro quando comi bebê.” (Isabel)
“Memória é ouro, porque eu lembro que não tenho.” (Sebastião)
“Meu pai lembra de quando ele tomou vacina quando pequeno.” (Mali)
“Eu lembro quando eu desenhei bonito.” (Antônio B.)
“Memória é um brinquedo que eu tinha e brincava muito quando eu era bebê.” (Luca)
“ É alegria. Porque eu me lembro de quando fico feliz.” (Catarina)
“Lembranças.” (Pilar)
Para deixar as aprendizagens ainda mais significativas, as crianças reviveram na memória momentos marcantes e fizeram um desenho retratando essa vivência. Com uma escrita espontânea, atribuíram uma palavra relacionada a esse momento.
A Turma da Amizade recebeu do nosso querido amigo João Q. dois livros com registros fotográficos e informativos sobre o Rio de Janeiro e suas transformações. Observamos algumas imagens do livro O Rio de Janeiro do Bota-abaixo, fotografias, de Augusto Malta e textos de Marques Rebelo e Antonio Bulhões.
As crianças puderam notar e comparar as mudanças que ocorreram na cidade ao longo dos anos. A imagem do Morro da Viúva junto à construção da Avenida Beira-Mar possibilitou uma interessante conversa sobre o bairro de Botafogo. Aproveitamos para anotar os bairros em que as crianças moram e indagamos sobre como elas chegam na escola. A pé, de carro, de transporte público?
Está sendo uma ótima oportunidade para ampliar o olhar dos pequenos sobre o cuidado com a nossa cidade, expandindo nossas referências e trazendo novos conhecimentos sobre o Rio de Janeiro.