A chegada à Escola é diferente para cada criança e para cada família. Aos poucos, para quem já é dessa morada escolar, as novidades que antes mobilizavam por vezes trazem insegurança, e as antigas referências dos epaços e brinquedos passam a ter papel importante nesse processo de recomeço. As antigas referências de amigos e adultos da Escola recebem visitas acaloradas e se transformam em porto seguro.
Para quem ainda está descobrindo a nova morada, há também as delicadezas da ação curiosa das crianças, na experimentação da rotina, dos espaços e das relações humanas, e todas essas possibilidades podem gerar frustrações.
Nesses diferentes contextos, a equipe está preparada para acolher e dar contornos considerando cada criança, suas possibilidades, sempre estimulando e valorizando a boa convivência e buscando o desenvolvimento integral de cada uma.
Sempre que as famílias estiverem inseguras, nos procurem, vamos conversar! Juntos, podemos apoiar os filhos de vocês a se devenvolver com os desafios das relações humanas, do despertar para o outro, da curiosidade pelo mundo que os cerca, valorizando a infância como tempo de produção de conhecimento.
Estejamos juntos nesse processo durante 2024!
“Aqui nesse mundão ninguém faz nada sozinho, se alguém te dá a mão fica mais fácil o caminho”
Vivenciamos esses primeiros dias de retorno na TBT com muito afeto e acolhimento. Cada momento tem sido marcado por novidades, surpresas e reencontros saudosos. Exploramos os espaços da escola e com o intuito de estreitarmos os laços e fortalecer antigos vínculos apostamos em brincadeiras de roda, muita música e histórias cativantes.
Para aproximar os pequenos do Projeto Institucional “Entre nós, cuidado”, exploramos a nova agenda, compartilhamos fotos do bloco e conversamos sobre o carnaval. Contamos ainda com a presença da professora de Dança, Renata, que trouxe a história dessa festa, ensinou a letra e a coreografia do samba para a turma.
Em clima de festejos, desejamos um 2024 de muito cuidado, carinho e sorrisos!
A TBT voltou do carnaval cheia de energia, vivenciando momentos de bate-papo, colo, trocas de carinho, celebrações de aniversário, brincadeiras e pinturas exploratórias.
Com cuidado e respeito pelo tempo de cada um, a rotina na turma tem se consolidado gradualmente. Nossas rodas de conversa abriram espaço para voltarmos ao tema do projeto institucional e à letra do samba. Dessa vez, nos aprofundamos um pouco mais. Em meio ao desejo de novas descobertas, entre conversas, lançamos mão de algumas perguntas disparadoras:
O que essa imagem da nossa agenda tem a ver com o nome do nosso projeto e o samba? O que é cuidar? Quem cuida de você? Você cuida? Como cuidamos? Quem cuida da escola? Empenhados, os pequenos compartilharam suas primeiras impressões!
“Cuidar é cuidar do corpo.”
“Na pintura ele cuida da flor.”
“Tem que cuidar das sereias do mar.”
“Cuidar das comidas para não estragar.”
“A mão e a flor mostram que tem que cuidar da natureza.”
“Minha mãe, meu pai, minha avó, o vovô, a babá, eles cuidam de mim.”
“Eu ajudo a cuidar da minha irmã e dos meus pais.”
“Precisa cuidar da casa.”
“Tem que cuidar dos bichos, da família, dos dinossauros.”
A conversa rendeu, mas ainda temos muito o que explorar. Aproveitamos o empenho das crianças para colorir na agenda a imagem da obra “La flor”, do artista Eduardo Kingman, que deu o pontapé inicial em todo esse bate-papo.
Iniciamos o ano dialogando com o projeto institucional. Após experimentarmos dançar o samba do nosso bloco de carnaval, criando uma pequena sequência coreográfica, foi a vez de dançarmos o título do projeto.
Conversamos sobre o significado de cada palavra, apreciamos um pequeno trecho da São Paulo Cia de Dança e partimos para a prática dançando entre objetos, ocupando os espaços sem tocá-los.
De mãos dadas, sem soltar, criamos uma coreografia com todos juntos e finalizamos com uma brincadeira de estátua, explorando os gestos relacionados ao cuidado, sugeridos anteriormente.
Essa semana a nossa turma “sem nome” — ou “quase com nome” como costumamos brincar com as crianças — conheceu os artistas Domitila de Paulo e Eduardo Kingman. Apresentamos algumas imagens desses artistas observando as diferenças e semelhanças entre as obras. As crianças identificaram “mãos” na maioria das imagens. Cada uma fez a sua releitura utilizando guache, caneta preta e muita criatividade.
Após essa atividade de sensibilização para ajudar na escolha do nome da turma, montamos em roda uma lista de possíveis nomes. Os nomes sugeridos foram: amor, carinho, coração, abraço e amizade.
Teremos mais rodas de conversa e, em breve, faremos a votação para decidir o tão aguardado nome da nossa turma! Aproveitem para conversar com as crianças sobre as possibilidades!
Depois de tantas conversas, sensibilização e expectativas, chegou o grande dia! Qual será o nome da nossa turma? Listamos os possíveis nomes — entre eles Amor, Carinho, Abraço e Beijo — e, em seguida, demos início à votação.
Foi com muita alegria e quase unanimidade que nos tornamos Turma do Amor. Para espalhar a novidade, as crianças criaram uma frase para sair pela escola contando a todos a notícia. Com instrumentos e a ajuda do professor de música, Jean, a frase “Cuidado é Amor” ecoou pela nossa escola, trazendo muitos sorrisos e abraços calorosos.
Vamos juntos nessa caminhada, rumo a novas pesquisas com cuidado e amor.
A Turma do Amor começou a semana respondendo a essa pergunta: “O que é o amor para você?”.
As criança expressaram suas ideias sobre este sentimento e na sequência cada um fez um desenho para representar a sua hipótese:
“Cuidar dos gatinhos.” (Laura)
“Cuidar dos tubarões.” (Nelson)
“Cuidar dos amigos.” (Eduarda)
“Cuidar da família.” (Maria)
“Cuidar dos peixes, mãe, pai, irmãos e família.” (Tomás)
“Eu sou o amor da mamãe e ela é o meu amor.” (José)
“Cuidar da família.” (Nikko)
“Dar beijinhos nas pessoas.” (Santiago)
“Cuidar do gatinho e do coelho.” (Sol)
“Dar beijos.” (Nina)
“Dar uma flor para alguém da minha família.” (Elis)
“Cuidar do bichos.” (Vicente)
O nome escolhido para representar a turma segue em debate. Com intuito de sensibilizá-las para novos caminhos relacionados ao projeto da turma, as crianças foram surpreendidas por um pequeno buquê de rosas. Nesse momento, relembraram da imagem da agenda, conversaram sobre as cores dessas flores, texturas, cheiros, até que juntos decidimos fazer uma pintura de observação desse buquê.
Aproveitamos o empenho e interesse do grupo para apresentar a história “Qual é a cor do amor ?”, de Linda Strachan. A narrativa traz a curiosidade de um elefantinho cinzento sobre o amor. Após a leitura, a turma levantou suas hipóteses sobre a cor do amor, que culminaram em coloridas pinturas e ainda despertaram a curiosidade das crianças por saber se amor tem cheiro e sabor.
A Turma do Amor conheceu o artista russo Marc Chagall e algumas de suas pinturas. Chagall, reconhecido por ter como tema central de suas obras o amor, encantou e gerou curiosidade nas crianças. As cores predominantes, os personagens levitando e as texturas foram aspectos observados pela turma, que, envolvida, produziu pinturas inspiradas no artista.
Animado, Vicente aproveitou o momento para compartilhar com os amigos a música Azul, de Djavan, que fala sobre a cor do amor. A música animou e abriu espaço para novas conversas sobre o projeto institucional.
Em roda, a turma ressaltou o interesse sobre os cuidados na alimentação do bebê que está na barriga da professora Bruna, em falas como:
“O Benjamin só vai poder mamar no seu peito.”
“O bebê na barriga come de boca aberta!”
“Ele come tudo o que você come.”
“Ele é muito pequenino, então, não pode comer doce.”
“Você ama o Benjamin, né Bruna?”
“Depois ele vai ter que comer papinha de morango.”
Com o intuito de agregar repertório ao tema, apresentamos a história “Quando você estava na minha barriga”, de Thrity Umrigar, que narra de forma delicada e afetuosa o amor por sua filha desde a barriga.
Nas aulas de Dança, as crianças têm apreciado obras de diversos artistas que compõem as placas de sinalização da nossa escola. Após uma breve conversa sobre suas observações, buscamos relacioná-las com possibilidades de movimento.
Exploramos movimentos de giro, circulares e ondulatórios e aprendemos sobre a ciranda, dança de roda e seu passo básico, dançando ao som de Lia de Itamaracá.
Após uma visita à Biblioteca, onde a turma do Amor pôde explorar e compartilhar livros, um em especial chamou a atenção do grupo: Mudanças, de Ilan Brenman. Nele, algumas imagens que retratam o crescimento de um bebê animaram a turma, principalmente o parágrafo que descreve a amamentação.
Aproveitamos o momento de entusiasmo e interesse para apresentar a obra “Maternidade”, do artista Gilberto Gomes, que provocou nas crianças algumas reflexões sobre amamentação e alimentação dos bebês. Lançamos mão de algumas perguntas: Quem cuida dos bebês? Como os bebês se alimentam? Quem os alimenta ?
“Bebês comem frutas.”
“Eles precisam de iogurte.”
“Eles precisam de mamadeira.”
“Pai e mãe cuidam dos bebês.”
“Bebem suco, água e papinha.”
Durante a semana, enviamos uma pesquisa para que as crianças pudessem compartilhar fotos de quando eram bebês em momentos em que estivessem sendo cuidadas. A partir desses registros pessoais, novas perspectivas estão surgindo, ampliando as discussões nas rodas de conversa. Envolvido com esse tema, o grupo está produzindo um mural com as fotografias que chegam e, aos poucos, estão identificando diferentes tipos de cuidados e cuidadores.
Inspirados no carnaval e especialmente no samba, aproveitamos para trabalhar conceitos básicos de pulso musical, através do encaixe rítmico e da levada de cada instrumento.
A ideia, nesses momentos, é percebermos que, cada um se mantendo fiel à execução da parte rítmica do seu instrumento, é possível construirmos juntos um ritmo coletivo, onde cada frase rítmica dialoga, numa sequência de pergunta e resposta, com a batida que os demais amigos estão tocando.
Bom para conhecermos mais sobre o surdo, o tamborim, o pandeiro e o ganzá, sempre utilizando também a silabação do nome de cada um desses instrumentos, associado ao próprio fraseado rítmico que caracteriza suas respectivas levadas. A exemplo do “sur-do”, com sua marcação binária e sua levada de mão-baqueta.
Percebemos, também, a necessidade da organização e atenção corporal para as performances com os instrumentos. Saber ouvir o que está sendo tocado é fundamental, entender o silêncio, que no caso da levada do surdo é tocado pela mão ao abafar a pele do tambor entre os golpes das baquetas. Para coroar essa atividade e ainda contemplar um pouco a ideia geral do nosso projeto pedagógico deste ano, trouxemos a música Aquele Abraço, do Gilberto Gil, para as crianças conhecerem.
Agora com os nomes das turmas já escolhidos e com cada turma trilhando os rumos de seus próprios projetos, estamos buscando ampliar nosso repertório de músicas e atividades.
Das canções de ninar que nos dão colo às rimas da palavra cafuné e ao tambor que trazemos no peito — que podemos sentir e escutar ao encostarmos o ouvido no peito do amigo, para ver se está batendo lento como uma tartaruga ou acelerado como um passarinho. Do tanto de sons orgânicos que desde a barriga da nossa mãe a gente escuta e já transforma em balbucios e sons guturais que produzimos ainda bebês.
Do Coração Bobo do Alceu Valença à Amizade contada pelo Fundo de Quintal, com carinho e muito cuidado parece que vem muita coisa boa por aí.
É cria, criatura e criador
Cuida de quem me cuidou
Nasceu outro dia e já quer ir pro chão
Já fala mãe, já fala pai, já não suja na cama
Não quer mais chupeta, já come feijão…
No ritmo do samba, ao som da música Cria, da cantora Maria Rita, a Turma do Amor foi convidada a explorar a letra e destacar palavras que se relacionavam com o tema do projeto.
De início, perceberam que se tratava de uma mãe falando do seu bebê que estava crescendo. Animados, deram boas gargalhadas toda vez que ouviam a estrofe que se referia a chupeta e comer feijão. As fotografias trazidas de casa preencheram nosso mural e se tornaram referência para os pequenos, que as compararam com a letra da música.
“Eu como feijão.” (Vicente)
“Na minha foto do nosso mural eu tô comendo açaí quando era bebê!” (Maria)
“Depois que o bebê cresce um pouquinho ele pode mesmo comer feijão.” (Eduarda)
Envolvidos pelos relatos e pela apropriação das crianças sobre o tema cuidado, convidamos a turma a observar com mais detalhe cada imagem do mural. Quais são suas semelhanças? E as diferenças?
“Mari, eu tô vendo que não tem nenhum papai dando de mamá.” (Laura)
“Nessa parte, todo mundo tá mamando igual a pintura do Gilberto Gomes, no peito da mamãe.” (José)
“Tem várias vovós cuidando também.” (Sol)
Essas propostas vêm preparando a turma para o passeio à exposição “Hiromi Nagakura até a Amazônia com Ailton Krenak”, no CCBB, quando o grupo vai apreciar fotos de crianças indígenas sendo cuidadas por seus familiares. As conversas estão despertando muita curiosidade, a criançada quer conferir se as fotos da exposição vão ser parecidas ou diferentes das que trouxeram para escola.
Dando continuidade à pesquisa sobre o tema do projeto institucional, “Entre nós, cuidado”, a Turma do Amor foi visitar a exposição “Hiromi Nagakura até a Amazônia com Ailton Krenak”.
Vimos fotos dos povos originários e de diversas etnias que vivem na Amazônia. Apreciamos imagens do fotógrafo Hiromi Nagakura e do escritor indígena Ailton Krenak, responsável pela curadoria da exposição. Nas fotos observamos diferentes formas de cuidado: o berço de palha onde os bebês dormem, a moradia de toda a etnia sem quartos individuais, as redes que são camas, crianças buscando e produzindo o seu próprio alimento, bebês sendo amamentados, crianças brincando, indígenas tomando banho, crianças no colo em diferentes posições, entre outras vivências.
Conversamos sobre as diferenças e semelhanças que observamos nas fotos vistas na exposição, trazendo a discussão para as diversas culturas existentes no nosso Brasil
A professora de Dança, Renata, nos acompanhou e pôde compartilhar o seu olhar sobre as imagens que apreciamos, complementando o nosso passeio com vivências de movimentos do corpo.
Ao longo das últimas semanas a turma vivenciou momentos muito importantes para o projeto.
O primeiro deles foi a visita da Marcella, mãe da amiga Eduarda. Ela compartilhou com as crianças fotografias que transmitiam o cuidado a partir da perspectiva dos povos quilombolas. Por meio de uma brincadeira chamada Boi de Pedra, também trazida por Marcella, os pequenos, além de se divertirem, puderam exercer diferentes tipos de cuidado. Ao finalizar a visita, assistimos a uma animação sobre a lenda Ubuntu, de origem africana, que a turma pôde apreciar, observando que o cuidado está ligado à generosidade, à amizade e ao respeito entre as pessoas. Agradecemos a Marcella por sua disponibilidade e contribuição!
Nos últimos dias, as crianças foram surpreendidas por uma caixa misteriosa. Curiosas, tentaram adivinhar o que estaria dentro dela e quem a teria colocado ali para a nossa turma. Depois de muito chacoalhar, perceberam que era um objeto muito leve. Para surpresa de todos, era um livro: Sapo Comilão, de Stela Barbieri. Trata-se de um sapo danado que, cansado de comer sempre a mesma coisa, resolve experimentar novas comidas. Depois de muitas risadas, algumas crianças teceram seus comentários:
“Eu gosto de legumes e verduras.” (Nikko)
“Sorvete não é saudável, só pode ser se for de fruta.” (Laura)
“Tem que cuidar do que come quando é bebê, criança grande e até adulto.” (Sol)
“Minha mãe cuida da comida, ela sabe o que é bom, ela vem visitar nossa turma.” (Vicente)
“Na minha casa, tem alguém que ajuda a fazer comidas gostosas, ela podia vir aqui na escola um dia.” (Maria)
“Sapo só gosta mesmo de insetos e os humanos de frutas!” (Nina)
A leitura dessa história levou a turma a uma importante pergunta: “Quem cuida dos alimentos que fazem bem para o nosso corpo?”. Seguimos com as investigações em torno do cuidado com os alimentos e o corpo.
Em 1982, foi criado, pelo Comitê Internacional da Dança da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), o Dia Internacional da Dança, com o intuito de reconhecer e promover a arte da dança como forma de expressão.
A data escolhida, 29 de abril, celebra o nascimento de Jean-Georges Noverre (1727-1810), importante mestre de balé francês que deixou contribuições significativas para a história da dança.
Para comemorar, as turmas da Educação Infantil tiveram uma aula diferente. Fomos à praça do Largo dos Leões, onde aquecemos nosso corpo e dançamos. Dialogando com o projeto institucional, utilizamos tecidos coloridos que estabeleceram conexões entre as duplas e os trios de crianças, buscando explorar as diferentes possibilidades de elementos parceiros para a dança.
Esta semana, a turma do Amor ouviu a história “A cesta da dona Maricota”, de Tatiana Belinky. Durante a leitura, descobrimos diversos alimentos que foram colocados na cesta e listamos todos os que observamos, como palmito, tomate, berinjela, laranja, pepino, milho, espinafre, maçã, cebola, alface, ervilha, mamão e escarola. As crianças questionaram o que era escarola e combinamos de perguntar para a Mariana, mãe do Vicente que viria nos visitar no dia seguinte. Também combinamos de perguntar a diferença entre: alface, legumes e verduras.
A visita da Mariana, que é nutricionista, foi muito enriquecedora para o nosso projeto! Ela nos contou que trabalhou em diversos locais, como hortifruti e hospitais. Trouxe uma tabela falando sobre a divisão dos alimentos pelas cores. Descobrimos que cada cor está associada a uma vitamina diferente. Também nos contou que a escarola é uma verdura, da família do espinafre. Explicou que as frutas costumam ter sementes, que os legumes costumam ter que cozinhar antes de serem consumidos e que as verduras costumam ser folhas, que podem ser ingeridas cruas.
No final do nosso encontro, ela pesou e mediu o comprimento de cada criança. Vicente vibrou como ajudante da mamãe. Nossa turma adorou a visita e fez um presente para entregar para a família do Vicente.
Mergulhando um pouco mais no projeto e no mote dos nomes desenvolvidos pelas turmas da Educação Infantil, temos ampliado nosso repertório musical, trazendo também as brincadeiras-de-roda e a dramaticidade para nos auxiliar nesse momento.
A Turma da Amizade está completamente envolvida com a história dos Saltimbancos. Além da música Bicharia, conhecemos as respectivas canções dos quatro personagens, que queriam formar um conjunto musical enquanto fugiam para a cidade. Durante nossas aulas, as crianças conheceram a música Minha Canção e as sete notas musicais da escala de Dó. Aproveitamos o tapete da sala de Música para criarmos uma amarelinha musical, na qual era possível subir e descer a escala cantando enquanto jogávamos.
As turmas do Coração e do Amor conheceram outras canções, como Bate Coração, cantada por Elba Ramalho e Flor, e a música Minha Flor, cantada pelo Antônio Nóbrega e brincada pelas crianças em roda.
A Turma do Cafuné, a partir de um texto criado pelas crianças usando palavras terminadas em “é”, em parceria com a professora, criou uma música que brinca com a ideia de descobrir o que é um cafuné. Essa composição, junto com a frase célebre da Leila Diniz, “Um cafuné na cabeça, malandro, eu quero até de macaco”, gerou o nosso refrão: “Cafuné, Zé, eu quero até de Jacaré”.
Já a Turma do Colo está conhecendo a música Eu quero colo, do Bode Bé. Essa canção mostra porque um colinho é tudo de bom e importante pros pequeninos. Eles também estão conhecendo o hit Mama África, de Chico César, falando que mesmo trabalhando duro a mãe está sempre ligada cuidando do seu bebê. E dá-lhe sling…
Durante as aulas de Dança com a professora Renata, as crianças da Turma do Amor conheceram a música “Salada de gente”, da cantora Ana Moura, que já foi diretora da nossa escola.
Animados, logo se empenharam em dançar ao som da música. Em sala, registramos a letra no blocão e as crianças sugeriram que fizéssemos uma salada de frutas! De quais ingredientes vamos precisar? Temos alguma receita? Depois de responder a essas perguntas, o grupo resolveu pedir ajuda da coordenadora Mariah para ir até a Cobal e comprar os ingredientes.
Aproveitamos o momento para apresentar duas obras de arte que chamaram a atenção da criançada, por terem como principais elementos as frutas. Observaram suas semelhanças, detalhes, quais matérias teriam sido utilizados e se ambas são pinturas ou fotografias.
A turma segue animada para produzir a salada de frutas e conhecer mais sobre as obras e artistas apresentados.
Dando continuidade ao projeto “Entre nós, cuidado!”, a Turma do Amor fez uma lista das frutas preferidas de cada criança. Entregamos para a Mariah uma carta com a lista das frutas escolhidas para fazermos uma salada de frutas: manga, kiwi, morango, melancia, laranja, banana, maçã, uva, abacaxi, entre outras sugestões. E combinamos com ela uma data para irmos às compras. Anotamos o dia no nosso calendário e as crianças ficaram animadas!
No passeio à Cobal, a turma identificou diferentes lugares que vendiam frutas e pôde observá-las de perto. Ganhamos “presentes”, como banana e melancia, de vendedores gentis e as crianças se divertiram experimentando. Descobriram vários tipos de bananas, por exemplo. E a pergunta “Será que dentro da banana d’agua tem água?” ficou no ar para ser pesquisada e respondida.
Conseguimos comprar quase todas as frutas da nossa lista! Depois fomos para o caixa, para observar os alimentos na balança e o valor que precisávamos pagar pela compra. Taiane perguntou se teríamos condições de pagar o valor da compra, mostrando a cédula de cem reais. As crianças calcularam e levantaram suas hipóteses: “vai dar mil!”, “vai dar 500!”, “vai dar 75”.
Em seguida, voltamos para a escola para montarmos a nossa salada de frutas. Todos ajudaram a cortar as frutas e adoraram observar o nosso cuidado com os alimentos. Cada criança montou a sua salada, com as frutas de sua preferência. A nossa salada de frutas fez tanto sucesso que toda a turma repetiu!
Depois da delícia que foi preparar e comer a salada de frutas, as crianças foram surpreendidas pela história “O Grande Rabanete”, de uma autora já conhecida por elas, Tatiana Belinky.
O enredo traz uma divertida tarefa que não é realizável por uma só pessoa: ela se torna possível com a colaboração de várias forças. Todos estão na horta tentando arrancar um rabanete, que teima em não sair. Quem ajuda quem? Como tirar o rabanete da terra? O que é um rabanete? Muitas são as perguntas até o fim dessa história.
Depois de muita risada, apresentamos a mesma história em versões diferentes, musicada e contada com fantoches. Dessa forma, o grupo pode entrar em contato com diferentes linguagens, além de aguçar, ainda mais, a imaginação.
A história rendeu uma boa brincadeira envolvendo a Matemática e a ludicidade. Quantas crianças são necessárias para tirar esse rabanete do lugar? De onde ele vem? Rabanete é um alimento saudável — como cuidar dele e de outros alimentos? Quem cuida?
“Ele vem da terra, das árvores, até da água!”
“Os fazendeiros que cuidam!”
“Os peixes, os pescadores pescam.”
“Meu pai sabe cuidar e plantar horta.”
“Para cuidar, precisa plantar a semente, regar, ter terra e sol.”
“Com uma composteira também cuidamos.”
Para ajudar a turma em suas pesquisas, o grupo escreveu uma carta convidando o pai da amiga Duda para contar e compartilhar suas experiências em cuidar dos alimentos que fazem bem ao nosso corpo! Os amigos que fazem parte do Ateliê também fizeram esse convite ao grupo Moleque Mateiro.
A turma segue empenhada e cheia de expectativa para as próximas descobertas.
A turma do Amor foi passear no Jardim Botânico junto com a Turma da Amizade. Assim que chegamos, fomos recebidos por uma equipe do museu, que nos contou o que encontraríamos e nos deixou a vontade para caminhar dentro dos espaços. No trajeto, as crianças brincaram com uma maquete representando o caminho das águas e interagiram com jogos digitais que desafiavam a turma com perguntas sobre o Jardim Botânico.
Vimos um vídeo das plantas crescendo desde a semente até o desabrochar, imagens que nos ajudaram a entender o desenvolvimento deste ser vivo. Depois observamos espécies de plantas que estavam em extinção e outras, com risco de extinção. Tocamos em uma variedade grande de sementes! Outro vídeo mostrava o desmatamento das nossas florestas e os prejuízos causados à natureza.
Visitamos a rica biblioteca do museu, que guarda um grande acervo de livros sobre a natureza. As crianças puderam manusear os diversos títulos, atentas às imagens e aos cuidados necessários com o livro, desfrutando dessa oportunidade com curiosidade e muito respeito pelo espaço.
Fizemos uma brincadeira com a instalação do artista indígena Denilson Baniwa. Cada grupo de crianças tinha que encontrar e mostrar na tela o inseto citado pelas professoras.
A turma apreciou o laboratório e experimentou aromas de óleos extraídos de algumas espécies de plantas, observando, através do microscópio, cada uma das espécies.
Exploraram com as mãos terras de cores diferentes, como rosa, preta e marrom.
Foi emocionante a experiência de “entrar” nas raízes tabulares da Sumaúma! Através de sons, luzes e um áudio, embarcamos na aventura tecnológica de nos imaginar dentro desta árvore enorme e tão importante para o nosso ecossistema.
Foi um passeio rico em descobertas e conhecimento!
Quem cuida dos alimentos que comemos? Quem planta? Essas foram as perguntas que permearam as investigações na Turma do Amor. Durante a semana, as crianças tiveram o tão esperado encontro com as professoras do grupo Moleque Mateiro. Esse encontro contou com a participação especial das crianças do Ateliê da Tarde.
Empenhados, os pequenos da turma logo quiseram fazer suas perguntas e compartilhar suas hipóteses:
“É verdade que os fazendeiros cuidam dos alimentos?”
“Os alimentos vêm das plantas, da terra, da árvore!”
Aos poucos, as professoras Lorraine e Mariana apresentaram, com o auxílio de fotografias, a diferença entre o campo e a fazenda, cidades rurais e a cidade grande. Abordaram a importância de alguns insetos para o desenvolvimento dos alimentos que plantamos, como as abelhas no processo de polinização, e o uso de remédios/venenos que prejudicam as plantações. Nesse bate-papo, o que mais chamou a atenção das crianças foi a descoberta da agricultura familiar, a importância e a diferença no cuidado que eles têm na plantação!
“Os agricultores cuidam das plantas sem venenos.”
“As famílias de agricultores gostam da natureza.”
“Os alimentos que vêm das famílias de agricultores são melhores, né?!”
“As famílias de agricultores não usam máquinas que destroem a terra.”
Para fechar o encontro, a meninada teve a oportunidade de plantar algumas sementes: pimenta biquinho, tomate cereja e uma espécie de flor comestível! As crianças vêm acompanhando o processo de crescimento, regando, verificando se a quantidade de água está boa e, a cada novo brotinho, a alegria toma conta.
Esse rico encontro abriu janelas para novas descobertas no projeto da turma.
Passado o momento de Arte com as Famílias, onde Renata e eu mostramos um pouco do repertório musical e corporal deflagrado pelos projetos de cada turma, vamos nos aproximando da nossa Festa Junina. Encontros e festas são momentos de confraternização mas, também, envolve todo cuidado no seu preparo. Da escolha do repertório, da construção de uma coreografia, passando pela roupa, adereços, enfeites, das histórias contadas e é claro passando pelo alimento. Do corpo e alma. A Festa Junina é uma festa comunitária e agregadora. Todos são convidados e aguardados para a festa. Opa, todos não, parece que tem um santinho famoso que faz questão de dormir no dia do seu próprio aniversário. Cuidado…São João está dormindo, não acorda não… enquanto ele dorme, vamos nos divertindo um bocado com seu boizinho que ele tanto ama. Meu coração já tá batendo que não tem jeito, pipocando forte dentro do peito. E o de vocês?
A turma se despediu da professora Bruna com muito carinho e recebeu a Beatriz, nossa nova parceira, com muita alegria!
Nesta semana apresentamos o artista italiano Giuseppe Arcimboldo. Ele foi um pintor que ficou conhecido por pintar cabeças compostas, retratando perfis humanos a partir da reunião de bichos, pessoas, plantas e diversos objetos.
Compramos legumes e frutas para que as crianças construíssem figuras humanas utilizando os alimentos saudáveis.
Cada criança utilizou da sua criatividade para reproduzir as inspirações do artista. Ainda esta semana vamos fazer uma sopa de legumes aproveitando os alimentos, e o combinado é experimentar.
Dando continuidade ao projeto “Entre nós, cuidado!”, a turma do Amor aproveitou os alimentos saudáveis que utilizamos na atividade do artista Giuseppe Arcimboldo para fazer uma sopa de legumes.
As crianças participaram do processo, cortando os alimentos para depois as professoras levarem a panela para o fogo.
O combinado era experimentar todos os alimentos que integravam o sopão. A maioria da turma provou e aprovou a receita. Muitos pediram para repetir. Foi um sucesso a nossa culinária!
A Turma do Amor finalizou o semestre com duas participações especiais no nosso projeto! Recebemos o papai da Duda, para nos ensinar a plantar e falar sobre sua experiência com agricultura. As crianças tocaram na terra e cada uma colocou em seu vaso as camadas de terra e brita e as mudas das plantas. Em seguida, regaram as mudas e se divertiram na brincadeira de ser minhoca. Foi um momento bem gostoso! Vamos cuidar da nossa horta com muito cuidado e carinho!
Recebemos, também, a mãe da Elis, Maria Luiza, para nos ensinar a montar uma composteira. Convidamos a Turma do Ateliê da tarde para compartilhar a experiência vivida por eles com a composteira da escola.
As crianças viram as minhocas de perto e algumas quiseram segurá-las com as próprias mãos. Descobrimos o papel essencial das minhocas para que uma simples terra se transforme em adubo e entendemos a importância desse adubo para as plantações. Maria Luiza nos contou a história “Rã de Três Olhos”, de Olga de Dios, cujo texto fala sobre o cuidado que precisamos ter com o meio ambiente.
Desejamos um bom recesso, e até a volta!
Nas aulas de Dança e Música, os preparativos para o nosso Arraial estão a todo o vapor.
Animadas, as crianças têm se familiarizado com o repertório que fará parte da festa.
Xote, Ciranda e Boi são alguns dos ritmos que vêm sendo vivenciados em nossas movimentações coletivas.
Esperamos vocês amanhã!
E viva o Arraial da Sá Pereira!