A chegada à Escola é diferente para cada criança e para cada família. Aos poucos, para quem já é dessa morada escolar, as novidades que antes mobilizavam por vezes trazem insegurança, e as antigas referências dos epaços e brinquedos passam a ter papel importante nesse processo de recomeço. As antigas referências de amigos e adultos da Escola recebem visitas acaloradas e se transformam em porto seguro.
Para quem ainda está descobrindo a nova morada, há também as delicadezas da ação curiosa das crianças, na experimentação da rotina, dos espaços e das relações humanas, e todas essas possibilidades podem gerar frustrações.
Nesses diferentes contextos, a equipe está preparada para acolher e dar contornos considerando cada criança, suas possibilidades, sempre estimulando e valorizando a boa convivência e buscando o desenvolvimento integral de cada uma.
Sempre que as famílias estiverem inseguras, nos procurem, vamos conversar! Juntos, podemos apoiar os filhos de vocês a se devenvolver com os desafios das relações humanas, do despertar para o outro, da curiosidade pelo mundo que os cerca, valorizando a infância como tempo de produção de conhecimento.
Estejamos juntos nesse processo durante 2024!
“Aqui nesse mundão ninguém faz nada sozinho, se alguém te dá a mão fica mais fácil o caminho”
Foi com muita alegria que as crianças da TCT iniciaram o ano na Pereirinha. Os amigos novos foram recebidos calorosamente pela turma e juntos participaram com satisfação das atividades.
A turma ficou muito surpresa com as mudanças que ocorreram na escola: um campinho de futebol e um amplo espaço, palco para criação de muitas brincadeiras.
Aproveitamos a proximidade do Carnaval para conversar sobre o evento e ouvir o samba De semente em semente a gente planta uma floresta!, que empolgou os foliões no bloco da Sá Pereira neste ano. Fizemos o nosso bailinho ao som das famosas marchinhas que vêm animando os cariocas há tantos carnavais.
Vamos dar uma pequena pausa para curtir o festejo popular e voltaremos em seguida, cheios de energia para desfrutar o ano, certos de que será envolvido com muitas brincadeiras, aprendizagens e, é claro, cuidado. Até já!
O festejo do Carnaval motivou nossas atividades no retorno do feriadão.
Obras de artes que retratam a folia, como Carnaval de Di Cavalcanti, serviram de inspiração para caprichosas produções feitas pelos nossos pequenos. Aproveitamos para escrever espontaneamente a palavra Carnaval e ouvimos o samba da escola, “De semente em semente a gente planta uma floresta”.
Além de embalar nossos corpos, a música serviu para dar um pontapé inicial para a discussão acerca do projeto institucional. Ao ouvir o samba, destacamos as palavras relacionadas ao cuidado, formulando hipóteses e refletindo sobre a importância de cada uma delas:
“Quando as pessoas estão com medo elas podem dar a mão.” (Maria Rosa)
“Se o pai não lembrar o caminho ele pode se perder, então ele dá a mão pra criança para lembrar o caminho.” (Lucas)
“Plantar é cuidar, porque assim nascem as frutas.” (Luca)
“É importante plantar para poder cuidar dos bichos e eles terem o que comer.” (Antônio Brazil)
“Bem viver é cuidar para não espirrar.” (Catarina)
“As enfermeiras dão vacina.” (Rafael)
“Os doutores cuidam do nosso corpo.” (Mali)
“A minha babá, Priscila, cuida de mim e da minha casa.” (Pilar)
“Os artistas cuidam do quadro quando eles pintam.” (Eduardo)
“Os professores ajudam as pessoas a fazerem aquilo que não conseguem.” (Isabel)
Iniciamos o ano dialogando com o projeto institucional. Após experimentarmos dançar o samba do nosso bloco de carnaval, criando uma pequena sequência coreográfica, foi a vez de dançarmos o título do projeto.
Conversamos sobre o significado de cada palavra, apreciamos um pequeno trecho da São Paulo Cia de Dança e partimos para a prática dançando entre objetos, ocupando os espaços sem tocá-los.
De mãos dadas, sem soltar, criamos uma coreografia com todos juntos e finalizamos com uma brincadeira de estátua, explorando os gestos relacionados ao cuidado, sugeridos anteriormente.
As crianças da TCT estão demonstrando interesse pelos assuntos que cercam o projeto institucional, “Entre nós, cuidado”. Durante as conversas compartilham momentos, ideias e bibliografias relacionadas ao tema.
O amigo Luca trouxe fotografias de uma consulta que fez ao dentista, iniciando uma conversa sobre os cuidados importantes com o nosso corpo. O amigo Antônio L. trouxe o livro Jardim Curioso, de Peter Brown, que conta a história de Noam, um menino preocupado com o cenário sem vida de sua cidade que decide transformar uma velha ferrovia em um lindo jardim. Após a leitura, refletimos sobre a importância dos cuidados com os espaços da nossa cidade e lembramos dos lugares verdes que conhecemos e frequentamos no Rio de Janeiro: a Floresta da Tijuca, o Parque Lage e o Jardim Botânico.
Para ampliar nossas pesquisas, apresentamos a consagrada obra Ponte Japonesa, de Claude Monet, que fez de seus jardins em Giverny, na França, o cenário para a pintura de seus famosos quadros impressionistas. Após apreciarem a imagem, as crianças fizeram uma pintura tendo como referência a obra de Monet.
Essas atividades de sensibilização têm servido de inspiração para a escolha do nome da turma, e alguns nomes já estão sendo cogitados pelas crianças, como Cafuné, Abraço, Beijo e Carinho. Em breve faremos uma votação e escolheremos o nome da turma. Aguardem notícias!
Após calorosas discussões, as crianças da TCT escolheram, com 13 votos, Cafuné para ser o nome da turma. Para espalhar a novidade, a criançada desfilou pela escola carregando um cartaz, batucando pandeiros, chocalhos e tamborins e cantarolando por todos os cantos: “É! É! É! É a Turma do Cafuné!”.
Nesse embalo, ao som da música Te faço um cafuné, de Dominguinhos, dançaram um forró coladinho no corpo do amigo. Após intensa comemoração, relaxaram em uma roda de cafuné, recebendo dos colegas esse delicioso carinho. Aproveitamos para apreciar a obra Dando um Cafuné, do pernambucano Lula Cardoso Ayres, que provocou algumas reflexões: que elementos compõem essa imagem? Que situações de cuidado estão presentes?
“São pessoas brincando e fazendo cafuné uma na outra.” (Bento)
“São pessoas alimentando galinhas.” (Luca)
“Elas estão dando carinho nos bichos.” (Antonio B.)
“Eu vi muitas casas e árvores.” (Mali)
“Eu tô vendo uma pessoa dando colo para um bebê e uma criança pedindo para dar a mão.” (Eduardo)
“Tem galinha, pintinhos e cachorro.” (Isabel)
“Eu estou vendo uma pessoa carregando uma colmeia de mel.” (Maria Rosa)
A turma do Cafuné tem aprofundado as conversas sobre o cuidado, o que vem sensibilizando o grupo, no sentido de traçar possíveis caminhos de pesquisa para o projeto da turma.
Explorando a palavra Cafuné, descobrimos várias rimas. Decidimos elaborar um divertido texto coletivo intitulado “A festa do Jacaré Lelé” e fizemos a ilustração da história em quadrinhos.
Era uma vez um jacaré
Que tinha chulé
Um dia dormiu na chaminé
E esqueceu de fazer cafuné
Na cabeça do José
Quando se levantou, preparou e tomou um café
ligou para o José e seus amigos, convidando todos para a festa do cafuné
Na casa do jacaré
A produção de um texto coletivo é um importante instrumento pedagógico, que tem como um dos objetivos a familiarização com a estrutura e com os diferentes gêneros textuais. Ao elaborar um texto em grupo, as crianças se sentem potentes, enquanto coautoras de uma narrativa, num contexto em que a negociação das ideias é um de seus princípios fundamentais. É nesse troca-troca que elas chegam num comum acordo, no qual a criatividade, a escuta e a organização das ideias são aspectos importantes.
Apresentamos para a turma a imagem La Flor, de Eduard Kingman, e refletimos sobre os muitos gestos de cuidado que podem ser realizados com as mãos. O cuidado com a natureza foi um tema muito citado entre as crianças.
Lembramos do livro O Jardim Curioso, de Peter Brown, que já foi notícia em outro Informe, com a seguinte reflexão do amigo Antonio L.: “A cidade estava triste porque não tinha árvores”. Retomamos a conversa sobre a natureza presente na cidade do Rio de Janeiro e, na caminhada até a pracinha, as crianças observaram o estado dos canteiros, ruas e calçadas de Botafogo. Ficaram muito impressionadas com a falta de conservação em alguns canteiros, lotados de lixo e com algumas plantas secas e doentes.
Com essas impressões as crianças estão refletindo sobre a importância da presença da natureza em nossa cidade, não só pela beleza, mas também pela promoção da saúde e bem-estar das pessoas.
Nas aulas de Dança, as crianças têm apreciado obras de diversos artistas que compõem as placas de sinalização da nossa escola. Após uma breve conversa sobre suas observações, buscamos relacioná-las com possibilidades de movimento.
Exploramos movimentos de giro, circulares e ondulatórios e aprendemos sobre a ciranda, dança de roda e seu passo básico, dançando ao som de Lia de Itamaracá.
Inspirados no carnaval e especialmente no samba, aproveitamos para trabalhar conceitos básicos de pulso musical, através do encaixe rítmico e da levada de cada instrumento.
A ideia, nesses momentos, é percebermos que, cada um se mantendo fiel à execução da parte rítmica do seu instrumento, é possível construirmos juntos um ritmo coletivo, onde cada frase rítmica dialoga, numa sequência de pergunta e resposta, com a batida que os demais amigos estão tocando.
Bom para conhecermos mais sobre o surdo, o tamborim, o pandeiro e o ganzá, sempre utilizando também a silabação do nome de cada um desses instrumentos, associado ao próprio fraseado rítmico que caracteriza suas respectivas levadas. A exemplo do “sur-do”, com sua marcação binária e sua levada de mão-baqueta.
Percebemos, também, a necessidade da organização e atenção corporal para as performances com os instrumentos. Saber ouvir o que está sendo tocado é fundamental, entender o silêncio, que no caso da levada do surdo é tocado pela mão ao abafar a pele do tambor entre os golpes das baquetas. Para coroar essa atividade e ainda contemplar um pouco a ideia geral do nosso projeto pedagógico deste ano, trouxemos a música Aquele Abraço, do Gilberto Gil, para as crianças conhecerem.
Agora com os nomes das turmas já escolhidos e com cada turma trilhando os rumos de seus próprios projetos, estamos buscando ampliar nosso repertório de músicas e atividades.
Das canções de ninar que nos dão colo às rimas da palavra cafuné e ao tambor que trazemos no peito — que podemos sentir e escutar ao encostarmos o ouvido no peito do amigo, para ver se está batendo lento como uma tartaruga ou acelerado como um passarinho. Do tanto de sons orgânicos que desde a barriga da nossa mãe a gente escuta e já transforma em balbucios e sons guturais que produzimos ainda bebês.
Do Coração Bobo do Alceu Valença à Amizade contada pelo Fundo de Quintal, com carinho e muito cuidado parece que vem muita coisa boa por aí.
A Turma do Cafuné esteve no Jardim Botânico para visitar o Jardim Sensorial. Fomos apanhados de surpresa com a notícia de que o jardim encontrava-se fechado para manutenção. No entanto, o grupo soube aproveitar sabiamente toda a beleza ofertada por esse patrimônio histórico, tão importante para a cidade do Rio de Janeiro. No retorno, elaboraram um texto coletivo com o relato da recente experiência.
A Turma do Cafuné foi muito animada para o passeio do Jardim Botânico. O calor estava forte e até as tartarugas estavam debaixo da água, o que nos deu a ideia de também nos refrescar bebendo muita água. Assim que chegamos descobrimos que o Jardim Sensorial estava fechado. Lilás, uma professora – do Instituto de Pesquisas do JB- que cuida das plantas, veio conversar com a gente para explicar porque que estava em manutenção: as plantas eram bebês e muito sensíveis para tocarmos, Lilás nos convidou para voltarmos outro dia.
Fomos caminhar para olhar as árvores e procurar o parquinho, correndo muito. Vimos o bambuzal macaco-prego, plantas, flores, árvores, Vitória Régias e muito mais. Quando chegamos no parquinho, fomos lanchar um delicioso banquete e depois brincar. Para ficar guardardo na memória este dia, tiramos uma foto com todo mundo no portal do parquinho. O passeio foi uma delícia!
A turma tem direcionado suas pesquisas ao entorno das áreas verdes da escola. Decidimos observar com um olhar mais atento essa vegetação, para conferirmos algumas características em comum nos canteiros.
Notamos que as ruas são muito arborizadas e com espécies de árvores diferentes. Nos surpreendemos com os fios elétricos emaranhados aos galhos e com as calçadas quebradas por conta das raízes das árvores.
No caminho, encontramos um solitário pau-brasil que serviu para uma curiosa pesquisa: qual a relação da árvore com o nome do nosso país? No dia seguinte, Antonio B. nos surpreendeu ao compartilhar conosco uma lista com os diferentes nomes atribuídos à árvore pau-brasil, pelo Brasil afora. Os amigos ficaram curiosos quando Antonio explicou sobre a resina que era extraída do pau-brasil para ser utilizada no tingimento de tecidos, numa época que já passou. Nessa conversa, explicamos a origem do nome do nosso país e as crianças ficaram encantadas ao saberem que o Brasil leva o nome de uma árvore.
E no meio de tantas descobertas, o grupo recebeu John Peter, o jardineiro da escola. Com ele plantamos algumas mudas de plantas e ficamos felizes em contribuir para o embelezamento da Pereirinha. Conviver numa área com natureza é bom demais!
A turma está estudando sobre as áreas verdes nas cidades. Nesta pesquisa, descobriram que o verde das áreas urbanas colabora para a manutenção das espécies, criando um ambiente melhor para viver. Com um quadro ilustrando esse fenômeno, observaram os diferentes espaços verdes existentes em uma cidade. Ficaram surpresos ao perceber que quanto mais complexas as áreas verdes, parques e florestas, maior é a sua biodiversidade.
A turma vem investigando os benefícios que a natureza proporciona para as pessoas, de que forma os seres vivos se relacionam com o meio ambiente e como essa relação influencia diretamente o nosso bem viver. Para ajudá-los nessa compreensão, o grupo está elaborando um painel ilustrado no qual, como pano de fundo, estará representada a cidade do Rio de Janeiro, e nela os habitats com seus respectivos animais, plantas, fungos e a relação alimentar e reprodutiva desses organismos.
Para provocar as crianças, temos perguntado: qual a ligação entre as doenças urbanas e a pouca área verde nas cidades? Por que quanto mais verde, mais animais e menos doenças?
As crianças da Turma do Cafuné compartilharam com o grupo as fotografias delas em momentos alegres com amigos e familiares nas áreas verdes da cidade do Rio de Janeiro. Pracinhas e parques foram destaques nas imagens. Interessados, todos observavam as fotos dos amigos, criando um clima de curiosidade e satisfação entre as crianças.
Para as famílias que ainda não enviaram as fotografias, ainda dá tempo! Com essas imagens a turma criará um mural, tornando os estudos ainda mais significativos.
A partir das pesquisas sobre as áreas verdes, o grupo vem percebendo que os seres vivos interagem entre si e colaboram para a harmonia ou desarmonia do ambiente. Neste contexto, descobriram a importância das abelhas e dos passarinhos, fundamentais para a manutenção e o desenvolvimento da biodiversidade.
Para avançar na aprendizagem, conheceram o livro Cocô de passarinho, de Eva Furnari, que narra a história de uma pacata cidade na qual nada acontecia… até que um dia um vendedor ambulante surge com uma carroça de flores e sementes. E o resultado foi o brotar de muitas plantas nas cabeças dos moradores. Mas como teriam germinado? Com os cocôs dos passarinhos, é claro!
A divertida história serviu para inspirar as crianças em nossas conversas, e algumas perguntas surgiram: “Passarinhos são jardineiros do céu?”, “Quem rega as sementes que os passarinhos plantam?”, “Se não tiver passarinhos não terá árvores?”. Essas curiosidades vão criando um ambiente provocador, colaborando ainda mais para a ampliação dos conhecimentos das crianças.
Em 1982, foi criado, pelo Comitê Internacional da Dança da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), o Dia Internacional da Dança, com o intuito de reconhecer e promover a arte da dança como forma de expressão.
A data escolhida, 29 de abril, celebra o nascimento de Jean-Georges Noverre (1727-1810), importante mestre de balé francês que deixou contribuições significativas para a história da dança.
Para comemorar, as turmas da Educação Infantil tiveram uma aula diferente. Fomos à praça do Largo dos Leões, onde aquecemos nosso corpo e dançamos. Dialogando com o projeto institucional, utilizamos tecidos coloridos que estabeleceram conexões entre as duplas e os trios de crianças, buscando explorar as diferentes possibilidades de elementos parceiros para a dança.
Mergulhando um pouco mais no projeto e no mote dos nomes desenvolvidos pelas turmas da Educação Infantil, temos ampliado nosso repertório musical, trazendo também as brincadeiras-de-roda e a dramaticidade para nos auxiliar nesse momento.
A Turma da Amizade está completamente envolvida com a história dos Saltimbancos. Além da música Bicharia, conhecemos as respectivas canções dos quatro personagens, que queriam formar um conjunto musical enquanto fugiam para a cidade. Durante nossas aulas, as crianças conheceram a música Minha Canção e as sete notas musicais da escala de Dó. Aproveitamos o tapete da sala de Música para criarmos uma amarelinha musical, na qual era possível subir e descer a escala cantando enquanto jogávamos.
As turmas do Coração e do Amor conheceram outras canções, como Bate Coração, cantada por Elba Ramalho e Flor, e a música Minha Flor, cantada pelo Antônio Nóbrega e brincada pelas crianças em roda.
A Turma do Cafuné, a partir de um texto criado pelas crianças usando palavras terminadas em “é”, em parceria com a professora, criou uma música que brinca com a ideia de descobrir o que é um cafuné. Essa composição, junto com a frase célebre da Leila Diniz, “Um cafuné na cabeça, malandro, eu quero até de macaco”, gerou o nosso refrão: “Cafuné, Zé, eu quero até de Jacaré”.
Já a Turma do Colo está conhecendo a música Eu quero colo, do Bode Bé. Essa canção mostra porque um colinho é tudo de bom e importante pros pequeninos. Eles também estão conhecendo o hit Mama África, de Chico César, falando que mesmo trabalhando duro a mãe está sempre ligada cuidando do seu bebê. E dá-lhe sling…
Inspiradas na canção Sombra boa, um poema de Manoel de Barros musicado por Márcio de Camillo, as crianças da Turma do Cafuné fizeram como na música: escreveram um bilhete para a Turma da Amizade, convidando-a para apreciar seu mural de fotografias das áreas verdes da cidade do Rio de Janeiro:
Turma da Amizade,
Nós queremos mostrar uma surpresa para vocês. Vocês podem vir à nossa sala, por favor, na sexta, às 14:00?
Beijos com amor e abraços,
Turma do Cafuné
O desfecho dessa visita será retratado no próximo Informe! Aguardem!
A turma conheceu a ceramista Sil da Capela, uma alagoana famosa por moldar cenas do seu cotidiano quando menina. Nas peças, observamos crianças, casais, mulheres com seus bebês, famílias, todos à sombra de uma jaqueira, árvore característica de suas obras. Inspiradas na artista, as crianças fizeram lindas esculturas em argila.
A Turma do Cafuné recebeu a Turma da Amizade. Orgulhosas, as crianças apresentaram o mural com fotografias do grupo nas áreas verdes do Rio de Janeiro. Com atenção, os amigos observaram as imagens, reconhecendo muitos dos lugares apresentados nas fotografias.
Depois da apreciação, todos se reuniram em roda e a Turma do Cafuné compartilhou o que o grupo vem aprendendo até o momento. A turma vizinha ficou surpresa ao saber sobre a importância das áreas verdes em uma cidade. As crianças aproveitaram a oportunidade para apresentar para os amigos o painel recém-feito de uma cidade-verde. Essa construção mostra prédios, pessoas, carros, ruas e uma praça, que se misturam entre as mais diversas plantas e animais.
Encontros entre turmas são sempre muito ricos em aprendizados, pois ajudam os estudantes a expressarem, ao seu modo, os conhecimentos vivenciados, fortalecendo a aprendizagem e tornando os estudos muito mais significativos para as crianças. Estar entre amigos é bom demais!
A turma conheceu a obra A história de uma cidade contada por ela mesma, de Leny Werneck.
Através das páginas do livro, o grupo entrou em contato com momentos marcantes e emblemáticos vividos pela cidade do Rio de Janeiro, contados em ordem cronológica e em linguagem de fácil compreensão. A história traça os principais acontecimentos desde o nascimento desta cidade de quase meio milênio de vida.
Para complementar as pesquisas, mostramos imagens do Rio antigo e atual, e as crianças ficaram encantadas com a visível mudança de um cenário para o outro. Descobrimos que o Rio é uma cidade velhinha, com 459 anos!
Ficamos curiosos para saber as idades dos amigos e dos funcionários da escola e descobrir quem é a pessoa mais velha da escola. Para matar nossa curiosidade, fizemos uma pesquisa e vamos criar um gráfico com essas idades. Após a coleta das informações, exploramos os números e constatamos algumas curiosidades: existem pessoas com a mesma idade e outras que pertencem a uma mesma dezena.
Para complementar nossas pesquisas, as crianças elaboraram, com muito empenho e capricho, uma pintura de observação da imagem da enseada de Botafogo. Nesse trabalho foram explorado os quatro planos observados na figura, com suas respectivas cores e nuances, além das belas montanhas tão características da nossa Cidade Maravilhosa.
A Turma do Cafuné vem conhecendo a história dos parques do Rio de Janeiro. Recentemente, entrou em contato com o nascimento do Parque do Flamengo. As crianças ficaram super instigadas ao descobrir que toda aquela região um dia já foi mar. A surpresa tomou conta de todos quando souberam que para a construção do parque foi utilizada a terra do desmonte do Morro Santo Antônio. A turma apreciou algumas imagens antigas, antes do aterro, e conversou sobre a importância dos parques para uma cidade:
“O parque é bom para as crianças poderem brincar.” (Luca)
“Para as pessoas ficarem felizes e relaxarem.” (Antonio B.)
“Para as pessoas verem os bichos.” (Bento)
“Para as pessoas verem a natureza.” (Rafael)
“Para a gente poder passear.” (Isabel)
Depois desta abordagem, nada mais significativo que visitar o parque e vivenciar todos os e encantos oferecidos por esta beleza. Caminhamos para observar o entorno e refletimos sobre a construção do Aterro do Flamengo. “Onde estamos pisando, já foi mar!”, relembraram algumas crianças.
Além de toda a contemplação da paisagem e à sombra das imponentes palmeiras imperiais, brincamos de pique bandeira, barra-manteiga e pato-ganso, algumas das brincadeiras favoritas das crianças na escola.
A turma tem conversado sobre a importância dos cuidados com a cidade. Dialogamos sobre as pessoas responsáveis por manter limpo o espaço urbano, as crianças citaram, entre outros, o presidente da República e o prefeito.
Aprofundando a conversa, o grupo trouxe para a discussão a nossa responsabilidade enquanto agentes cuidadores da cidade. “Temos que cuidar do que é nosso pra cidade ficar linda”, refletiram as crianças. Nesse contexto, a turma conheceu a figura do “gari”, e achou curioso descobrir que este termo surgiu em homenagem ao francês Aleixo Gary, fundador da primeira empresa de coleta de lixo nas ruas do Rio de Janeiro.
As crianças conversaram sobre a importância desse profissional e pesquisaram sobre sua função para a cidade, que vai muito além de limpar as ruas. Alguns garis também são artesãos! Trabalham utilizando materiais retirados das ruas, como troncos das podas das árvores, transformando-os em móveis como cadeiras, bancos e mesas, que depois são colocados nas praças e parques da cidade. Recentemente essas peças estavam expostas no Galpão das Artes Urbanas Helio Pelegrino, da Comlurb. O galpão é um espaço destinado a incentivar artistas, profissionais e cidadãos envolvidos com a prática de reciclagem de materiais, com o objetivo de reduzir, através da arte, os resíduos produzidos na cidade.
Contextualizando esse momento, a turma observou algumas imagens dos garis em seu exercício de trabalho e das peças de arte criadas por esses artesãos. O grupo ficou animado quando revelamos que nosso próximo passeio será ao Galpão. Na visita, apreciaremos a exposição sustentável Renascimento Urbano, da artista plástica e ambientalista Carol MCLM, reunindo esculturas e pinturas, algumas delas com o reaproveitamento de elementos da natureza, como folhas podadas, e embalagens plásticas, pedaços de cimento e de máquina de lavar roupa, café vencido, rolos de papelão, lenços antimanchas e outros materiais. A turma também participará de uma oficina utilizando materiais urbanos que são cedidos ao galpão.
A Turma do Cafuné conheceu o livro Sofia Pimenta Futura Presidenta, de Andrea Beaty. A história é sobre Sofia, uma criança que promove uma grande revolução em sua cidade ao conclamar seus vizinhos para conseguirem, junto ao prefeito, viabilizar a construção de um parque no lugar de um lixão. Depois de muito “barulho”, o prefeito não vê outra alternativa senão acatar os desejos dos moradores e construir um parque na cidade.
Essa história serviu de inspiração para a turma elaborar uma carta ao subprefeito da Zona Sul reivindicando melhorias no bairro. Na ida à pracinha do Largo dos Leões, aproveitamos para, além de brincar, observar seu estado de conservação. Vimos que o espaço necessita de atenção especial, pois muitos reparos precisam ser feitos. Nossas crianças ficaram assustadas com a quantidade de lixo na praça e espontaneamente fizeram uma “força-tarefa”, reunindo em um saco plástico embalagens de balas, biscoitos e muitos lencinhos umedecidos achados no chão para em seguida colocá-los em seu devido lugar: no lixo!
Em seguida, o grupo relembrou a vivência anterior e começou a pensar na carta, sinalizando as melhorias urgentes na pracinha, além do desejo, é claro, de ter novos brinquedos nesta tão amada e frequentada área de lazer.
Logo mais a carta estará pronta e iremos publicar no Informe. Aguardem!
Passado o momento de Arte com as Famílias, onde Renata e eu mostramos um pouco do repertório musical e corporal deflagrado pelos projetos de cada turma, vamos nos aproximando da nossa Festa Junina. Encontros e festas são momentos de confraternização mas, também, envolve todo cuidado no seu preparo. Da escolha do repertório, da construção de uma coreografia, passando pela roupa, adereços, enfeites, das histórias contadas e é claro passando pelo alimento. Do corpo e alma. A Festa Junina é uma festa comunitária e agregadora. Todos são convidados e aguardados para a festa. Opa, todos não, parece que tem um santinho famoso que faz questão de dormir no dia do seu próprio aniversário. Cuidado…São João está dormindo, não acorda não… enquanto ele dorme, vamos nos divertindo um bocado com seu boizinho que ele tanto ama. Meu coração já tá batendo que não tem jeito, pipocando forte dentro do peito. E o de vocês?
A Turma do Cafuné esteve no Galpão das Artes Urbanas, da Comlurb, que reúne muitas peças feitas a partir de materiais reaproveitados e elaborados por artistas e cidadãos antenados com a questão da preservação da natureza. O grupo foi recebido por Ana Cris, que iniciou a apresentação chamando a atenção para a localização do galpão: debaixo de um viaduto, dialogando com a essência do espaço, onde tudo é reaproveitado, até mesmo sua arquitetura.
Atentas a cada detalhe, as crianças ficaram surpresas com as múltiplas possibilidades de criação a partir dos objetos urbanos rejeitados, servindo inclusive de inspiração para um trabalho de artes utilizando rolos de papel.
Ficaram encantadas com a brinquedoteca, repleta de brinquedos feitos com tampinhas de refrigerantes, garrafas pets, potes plásticos, entre outros. O ápice da visita foi quando as crianças conheceram o artesão Oséias da Matta, que além de artista também é gari. Da Matta apresentou para as crianças alguns dos seus quadros feitos com materiais recicláveis, despertando a curiosidade em todos. O envolvimento do grupo durante a visita foi tanto que não sobrou tempo para a realização da oficina, no entanto Ana Cris presenteou a turma com diversos troncos de madeira, podados das árvores da cidade. Para fechar o passeio com chave de ouro, o grupo brincou na pracinha do Planetário.
A Turma do Cafuné enviou uma carta com alguns pedidos ao subprefeito da Zona Sul, Bernardo Rubião. Abaixo, segue o texto elaborado coletivamente pelas crianças:
Prezado Bernardo Rubião,
Nós da Turma do Cafuné, com crianças entre 4 e 5 anos, da Escola Sá Pereira em Botafogo, estamos estudando sobre as áreas verdes da cidade do Rio de Janeiro.
Aprendemos muitas coisas!
Aprendemos que o Rio é uma cidade velhinha, com 459 anos, que o Parque do Flamengo um dia já foi mar e que o material usado no aterro do veio do desmonte do Morro de Santo Antônio.
O Parque foi construído para as pessoas se divertirem, relaxarem e estarem juntas. Fomos lá visitar e ficamos felizes com as árvores e os bichos. Adoramos brincar debaixo das palmeiras.
Estudamos que é importante ter área verde numa cidade porque faz muita sombra, nos protegendo do calor. Vimos que quanto mais verde, mais bichos que nos ajudam e que fazem bem para todo mundo!
Aqui do lado da escola tem uma pracinha, no Largo dos Leões, que nós adoramos e brincamos quase sempre. Percebemos que ela não está muito bem cuidada e descobrimos que você pode ajudar a melhorá-la!
Fizemos uma lista com o que nós vimos e pedimos algumas melhorias:
Espero que você possa ajudar as crianças do Rio de Janeiro a serem mais felizes com essas mudanças.
Um abraço ,
Turma do Cafuné
A elaboração da carta e tudo o mais que discutimos durante o projeto ajudam as crianças a incorporar o sentimento de pertencimento ao lugar em que vivemos, entendendo a importância de se exercer a cidadania pela busca de seus direitos e descobrindo também sobre seus deveres, como a proteção e os cuidados com os ambientes coletivos em que convivemos.
Com a expectativa de um retorno por parte do subprefeito, a Turma do Cafuné encerra o projeto sobre as áreas verdes do Rio de Janeiro. A turma demonstrou muito interesse e fascínio a cada descoberta, indicando um semestre com aprendizados significativos que certamente ficarão guardados na memória afetiva de cada um.
Agora é hora de se preparar para produzir a festa junina que se avizinha!
Animadas com a chegada da Festa Junina da escola, as crianças da Turma do Cafuné prepararam com muito empenho e dedicação os materiais que enfeitarão nosso Arraiá. Com muita alegria, os pequenos se envolveram na confecção do painel inspirado na música Jacaré Lelé, composta pelo professor Jean em homenagem à turma. As crianças estão ansiosíssimas, executando com prazer as coreografias e com as músicas na ponta da língua.
Aguardamos todos vocês para nossa festa, que celebra a cultura popular brasileira!
Nas aulas de Dança e Música, os preparativos para o nosso Arraial estão a todo o vapor.
Animadas, as crianças têm se familiarizado com o repertório que fará parte da festa.
Xote, Ciranda e Boi são alguns dos ritmos que vêm sendo vivenciados em nossas movimentações coletivas.
Esperamos vocês amanhã!
E viva o Arraial da Sá Pereira!